Capítulo III

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George tocou a campainha.

Nada.

Tocou novamente, mais forte desta vez.

Ainda nada.

Quando foi tocar pela terceira vez, Will empurrou sua mão, começando a apertar a campainha com tanta força que parecia que ia quebrá-la. O mordomo finalmente apareceu, sua expressão neutra e profissional.

- Bom dia - saudou o mordomo, arqueando uma sobrancelha ao ver os dois jovens. - Quem são vocês?

- Bom dia - respondeu George, tentando manter a calma. - Sou George Harper e este é...

- William Bridger - interrompeu Will, a impaciência evidente em sua voz. - Avise Lord Tillford que estamos aqui.

O mordomo hesitou, claramente intrigado.

- A que se deve a visita?

- Apenas diga que estamos aqui - insistiu Will, sem se importar com as formalidades. - Ele vai saber o motivo.

O mordomo, ainda relutante, assentiu e abriu a porta para que os dois entrassem na casa. A Mansão dos Tillford era imponente, um verdadeiro palácio com decorações que lembravam os salões do rei e da rainha, com tapeçarias luxuosas e lustres que brilhavam como estrelas.

Após alguns minutos de espera, Millard finalmente apareceu.

- Harper! Bridger! - saudou ele com um sorriso que não chegava aos olhos. - Que surpresa agradável ter vocês em minha casa.

George lançou um olhar rápido para Will, percebendo que a tensão estava subindo, sua mão se fechando em um punho.

- A que devo esta visita? - perguntou Millard, fazendo uma pausa dramática.

Will deu uma risada sarcástica.

- Você ainda tem coragem de perguntar?

- Viemos falar com seu pai - afirmou George, tentando manter a conversa no caminho certo. - Onde ele está?

- Achei que seria mais sensato eu vir no lugar dele, afinal, nós temos uma desavença, não ele.

Will estava irritado demais para responder, então George tomou a frente.

- Preferimos conversar com seu pai.

- Assim como meu pai, você também não tem nada a ver com o assunto, Harper.

- Chame-o, Millard - ordenou George, a voz firme.

- Você realmente acha que pode me dar ordens na minha própria casa? - Millard sorriu, mas havia uma frieza em seu olhar. - E ainda não respondeu minha pergunta.

George respirou fundo, concentrando-se.

- Acontece que você não fez pergunta alguma.

Millard franziu a testa, ponderando por um instante.

- Ah, é verdade. Então faço agora: o que estão fazendo aqui?

- George está apenas me acompanhando - disse Will, sereno até demais -, quem vai explicar a situação á seu pai serei eu.

- Não precisamos meter meu pai no assunto.

- Se pagasse o que deve, não precisaria mesmo - vociferou Will.

- Eu preciso de tempo - disse Millard -, assim que conseguir o dinheiro, pagarei a você.

- Te dei 2 semanas Tillford! - esbravejou Will apontando o dedo na cara dele - 2 malditas semanas e nada!

- Não precisa partir para agressão Will - pediu Millard, claramente com medo - estamos todos tendo uma conversa civilizada.

- A única conversa que terá aqui é do meu punho com o seu rosto se não pagar o que me deve ainda hoje, Tillford!

Com Amor, Lucy Onde histórias criam vida. Descubra agora