Capítulo VII

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- Por que estava daquele jeito no café da manhã? - perguntou Lucy.

Heather estava jogada em sua cama tentando ler um livro de poesias.

- Que jeito?

- Quase não estava conversando, pensei que ficaria mais animada agora que George voltou.

Heather virou a página.

- Estou feliz que ele tenha voltado, mas é que...

- É que...?

Heather suspirou.

- Achei que seria mais empolgante.

Lucy piscou três vezes.

- Mas você disse que estava louca para que ele chegasse logo.

Heather virou para a próxima página, mesmo tendo lido no máximo 1 parágrafo da anterior.

- Eu nunca disse isso!

- Disse sim.

- Não disse não.

- De qualquer forma, se não disse, deu a entender isso.

Heather fechou o livro com força e o arremeçou longe.

- Odeio livros de poesia - ela bufou - são tão tediantes.

- Pensava que seria melhor?

- O livro de poesias?

- Não, reencontrar George.

Heather apoiou a cabeça nas mãos e fez sua melhor expressão de desinteresse.

- Talvez - pegou outro livro que estava ao seu lado - Olhe esse, "A vida de uma rainha em versos".

- Tenho certeza que ele estava morrendo de saudades de você.

- A rainha?

- Não, George! - respondeu Lucy, impaciente.

- Acalme-se Lucy, não precisa se irritar. E é claro que ele estava com saudades de mim, eu também estava dele, porém não é a mesma coisa.

Lucy inclinou a cabeça um pouquinho para o lado.

- Como assim?

- Ah, o passeio com ele no Hyde Park foi muito ruim.

- Por que muito ruim?

- Porque não tínhamos assunto nenhum para conversar.

- Impossível. Vocês sempre tem assuntos.

- Nós tínhamos assuntos - corrigiu ela - não temos mais.

- E o que pretende fazer em relação à isso?

Heather abriu o livro da rainha e folheou algumas páginas antes de desistir e o arremeça-lo longe.

- Nada.

- Nada?

- Nada - repetiu ela.

- Mas... eu pensei que...

- Lucy, eu sempre deixei muito claro que não vejo George como nada além de um velho amigo.

Sim, isso era verdade, desde crianças Heather nunca deu nenhuma indicação de que gostava de George dessa forma. Ela simplesmente adorava os presentes que ele lhe dava, mas nada mais do que isso. Acontece que George era quem sentia mais coisas por Heather, e estava claro que ele estava tentando corteja-la, talvez estivesse tentando hoje mesmo quando resolveu ficar para tomar o café da manhã.

- Ele parece gostar de você - comentou Lucy.

- Não me importo.

Como alguém conseguia não se importar com George? Ele era tão amável e gentil, tão atencioso e belo, tão engraçado e inteligente, como alguém não poderia gostar de ser cortejada por ele?

Com Amor, Lucy Onde histórias criam vida. Descubra agora