{-Quando você estiver à beira do colapso, lembre-se: a luz não precisa ser grande para iluminar a escuridão. Às vezes, é a pequena chama de esperança, mantida viva com fé e esforço, que pode guiar você através da tormenta e trazer a paz que tanto precisa....}
{-Ou não.}Minha consciência retornava lentamente, como se estivesse emergindo de um pesadelo denso e pegajoso. Primeiro, veio o som—gritos agudos de desespero, tão penetrantes que perfuravam minha mente entorpecida. Depois, uma dor latejante em meus pulsos, e a percepção de que eles estavam firmemente amarrados atrás de minhas costas. A realidade começou a se formar diante de mim, ainda fragmentada, mas brutalmente vívida.
"Não... NÃO! SOCORRO! ME SOLTA!" A voz que perfurava o caos era desesperada, carregada de um medo tão visceral que parecia ecoar nas profundezas da minha alma. Meus olhos se abriram devagar, e a cena que se desenrolava diante de mim era o tipo de pesadelo que eu jamais desejaria para ninguém.
Estava no chão, amarrado em algum lugar que parecia ser o centro da cidade, mas agora distorcido em uma visão infernal. Fogo e destruição estavam por toda parte. A fumaça enchia o ar, misturando-se ao cheiro metálico de sangue e à podridão da morte. Goblins—uma horda deles—espalhavam-se ao meu redor, as criaturas pequenas e grotescas que eu enfrentara antes, mas agora em um número muito maior, suas feições deformadas se contorcendo em sorrisos sádicos enquanto se preparavam para... para o jantar.
Eu não estava sozinho. Meus amigos, e até familiares deles, estavam todos amarrados, desacordados ao meu lado. E então eu vi. Bem na minha frente, uma grande fogueira queimava intensamente, e sobre ela uma panela gigantesca fervia. Água borbulhava violentamente lá dentro, enviando nuvens de vapor escaldante ao ar. Mas o horror verdadeiro não era a panela—era o que acontecia ao lado dela.
Faby. Ela estava ali, jogada ao chão, amarrada e indefesa. Um Goblin a pressionava contra o solo, seus olhos selvagens cheios de prazer perverso enquanto ela lutava em vão, gritando por ajuda. Ela me viu e seu desespero se intensificou, como se minha presença fosse uma fagulha de esperança que se transformava rapidamente em desespero absoluto.
"FARLIER, SOCORRO! ME AJUDA POR FAVOR!" Sua voz cortava meus ouvidos como um chicote. Cada palavra era uma adaga que se cravava em meu coração. E então eu vi—a clava, o cutelo. Outro Goblin aproximava-se, brandindo as armas como se estivesse prestes a iniciar um ritual macabro.
"FABY! NÃO TOQUEM NELA!" Minha voz rasgou o ar, um grito primal carregado de fúria e impotência. Tentei me mover, romper as amarras que me prendiam, mas elas eram firmes. Acordei totalmente agora, o medo e a raiva me dando clareza. Eu precisava agir, e rápido.
Nalta, amarrado perto de mim, começou a recuperar a consciência.
"Farlier... minha cabeça... o que... onde estamos?..."
Sua voz era fraca, confusa, mas eu não podia me dar ao luxo de responder. Meus olhos estavam fixos em Faby, cada segundo que passava parecia uma eternidade.Comecei a tentar reunir as partículas elementares do fogo, buscando aquela chama interior que eu sabia que poderia salvar nossas vidas. Mas era difícil, infernalmente difícil. As amarras estavam apertadas, minhas mãos mal podiam se mexer. E o processo de reunir energia era lento, tão malditamente lento. Eu podia sentir as partículas, pequenas fagulhas de esperança, mas não conseguia concentrá-las com a precisão que precisava.
"Essa voz... é a Faby? O que tá acontecendo? FARLIER! RESPONDE!" A voz de Nalta ficou mais urgente, mas eu não tinha tempo para explicações. Precisava me concentrar, precisava...
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Farlier - O Desgraçado
Фэнтези*Novos capítulos toda quarta e sexta !* No fundo das sombras, onde o ordinário e o extraordinário se encontram, existe um garoto que sempre esteve à beira do esquecimento. Farlier, um jovem cujo nome raramente é mencionado, cujo rosto raramente é no...