Primeiro dia

467 21 4
                                    

P.O.V. Freen

Eram por volta de 20:30 e havia chegado em casa há pouco tempo. Hoje o dia havia sido um pouco mais tranquilo já que não teve gravações e workshops. Havia acabado de tomar banho e me vestir quando ouço meu celular tocando. Ao olhar a tela vejo o nome 'Bec Bec' e dou um pequeno sorriso involuntário atendendo logo em seguida.

- Hey, Bec, aconteceu algo?
- Nah, mas queria avisar que vou passar aí na sua casa.
- Ham... Tudo bem, eu vou te esperar e abrir a porta para você.
- Até (ela fala e desliga o telefone)

Só não digo que ela é abusada porque já estou acostumada, aqui é como uma segunda casa para Becky e, sinceramente... eu adoro recebê-la. A Becky sempre torna os dias mais alegres e me impressiona como ela sempre consegue manter o sorriso e o bom humor, mesmo quando as coisas não vão bem.

Alguns minutos se passam, ouço o barulho da campainha e me dirijo até a porta para atender a menina que parece estar impaciente, já que não para de apertar o botão do interfone.

- Caramba, Bec! Não dava para esperar 5 minutos? (Abro a porta e ela entra apressada em seguida)
- Não, tenho uma surpresa! (Ela entrou tão rápido que mal tinha visto o embrulho enorme que ela guardava em suas mãos)
- Quer adivinhar o que é? (Ela disse sorrindo animada enquanto eu ainda estava um pouco emburrada pela audácia da menina)
- Posso saber por que estou ganhando uma surpresa? (Falo cruzando os braços)
- Aaah, não seja mal humorada, faltam poucos dias para seu aniversário.
- Mas se o presente é de aniversário, por que estava com tanta pressa?
- É que não pude me conter. E também não sabia se teríamos tempo, já que nossas agendas estão bem cheias.
- Agora tira essa carranca e abre seu presente (olho para ela revirando os olhos)
- Por favorzinhooo, P'freen (ela fala fazendo o olhar do gato de botas e, no final, acabo perdendo toda minha pose. (Becky sempre sabe como quebrar todas as minhas barreiras)
- Beeec... Ta bom, ta bom (falo com uma voz fofa)

Ao olhar com atenção para o embrulho, logo reconheço o formato, mas ao abrir ainda me surpreendo.

- Um violão?
- Simmm! (Becky diz ainda extremamente animada e a olho com um misto de felicidade e dúvida)
- Como você sabia que eu queria um violão?
- Bom... você canta tão bem e eu te vi observando o instrumento nos nossos ensaios, imaginei que gostaria de um.
- Obrigada, Bec, de verdade! (Falo a abraçando em seguida)

É impressionante como uma pessoa entra em nossas vidas e muda tudo completamente. Antes de conhecer Rebecca Patrícia Armstrong, me sentia solitária. Sou filha única e nunca tive muitos amigos e uma conexão tão forte assim com outra pessoa. E, apesar de dizer que somos irmãs, para nossos fãs e o resto do mundo, admito que muitas vezes me pegava pensando nela de uma forma bem diferente. Apesar dos nossos papéis juntas e da torcida dos nossos fãs no ship Freenbecky, nós nunca chegamos a ter nenhum envolvimento romântico. Mas uma coisa era inegável, nunca tive tamanha química e uma conexão tão genuína com outra pessoa, eu gostava tanto de cuidar dela, protegê-la... e admito que nos momentos das nossas cenas quentes, eu aproveitava ao máximo. Eram naqueles momentos que podia me entregar de corpo e alma sem receber nenhum julgamento, afinal, estávamos fazendo somente o nosso trabalho.

Enquanto ainda estava absorta em meus pensamentos, Becky me observa atentamente com aqueles olhos brilhantes que sempre parecem captar mais do que deveriam. Ela se aproxima e segura minhas mãos com firmeza, sem desviar o olhar.

- O que foi, P’Freen? Você está pensativa demais para alguém que acabou de ganhar um violão novo (ela diz, com aquele sorriso encantador. Sinto meu rosto esquentar ligeiramente e tento disfarçar, sorrindo de volta)
- Nada, é que eu realmente não esperava... Você é sempre tão imprevisível, Becky (Ela ri, balançando a cabeça)
- É por isso que você me adora, não é? (Becky pisca o olho, mantendo o tom brincalhão. Mas há algo mais em seu olhar, algo que parece querer me desafiar a admitir algo que nem eu mesma consigo entender completamente)

30 Dias para Sentir Onde histórias criam vida. Descubra agora