30 Dias para Sentir

Nono dia

P.O.V Freen

Quando as palavras saíram dos lábios de Becky, era como se o mundo tivesse parado de girar por um instante, apenas para que eu pudesse absorver o impacto daquelas três palavras. "Eu te amo." Simples, mas carregadas de um significado tão profundo que senti meu coração acelerar, quase como se estivesse tentando acompanhar a magnitude do momento.
Eu sabia que havia algo especial entre nós desde o começo. Algo que sempre esteve ali, nas entrelinhas, nos olhares, nos sorrisos roubados. Mas ouvir aquilo, dito por ela, tornou tudo real de uma forma que eu jamais poderia ter previsto. Era como se, de repente, tudo o que eu havia reprimido, todas as emoções que havia guardado dentro de mim, tivessem finalmente encontrado uma válvula de escape.

Um sorriso lento se espalhou pelos meus lábios, e eu olhei para Becky com uma intensidade que só crescia a cada segundo. Ela estava ali, tão perto, com os olhos brilhando de uma forma que parecia refletir todo o universo. Como eu poderia resistir? Como eu poderia não mergulhar ainda mais fundo nesse sentimento que me consumia?

Eu me inclinei em sua direção, fechando a distância entre nós, e capturei seus lábios nos meus novamente. Mas desta vez, o beijo era diferente. Não havia mais hesitação, nem dúvidas. Era profundo, sincero, cheio de uma paixão que já não podia ser contida. Minhas mãos deslizaram suavemente pela curva de seu rosto, sentindo sua pele macia, como se eu quisesse memorizar cada detalhe dela, cada sensação.
Becky correspondeu ao beijo com a mesma intensidade, seus lábios se movendo contra os meus em perfeita harmonia. A urgência aumentava a cada segundo, o desejo de estar ainda mais próxima, de senti-la de todas as maneiras possíveis. O gosto dela, o calor de seu corpo, tudo me envolvia de uma maneira que tornava impossível pensar em qualquer outra coisa.

Nossas respirações começaram a se misturar, e minhas mãos, que antes estavam em seu rosto, deslizaram para sua cintura, puxando-a para mais perto de mim. Eu sentia seu coração acelerado contra o meu, como se estivéssemos sincronizadas em um ritmo só nosso. A noite parecia ter se tornado um cenário perfeito, com o silêncio e a escuridão ao nosso redor, nos protegendo de tudo o que estava lá fora.
A cada segundo que passava, meu desejo de tê-la por completo crescia. Minhas mãos encontraram o zíper de seu vestido, e com um gesto suave, comecei a deslizar o fecho para baixo, sentindo a textura do tecido ceder sob meus dedos.

Mas, antes que pudesse ir além, um som abrupto e agudo nos tirou daquele mundo em que só existia eu e ela: o toque do celular.
Ambas paramos, ainda respirando pesadamente, nossas testas encostadas, e eu soltei uma risada suave de incredulidade. Becky riu também, o som doce e um pouco tímido, e eu estendi a mão para pegar o celular no bolso.

O nome de Heng brilhava na tela, e eu atendi, ainda com um sorriso no rosto, sabendo exatamente o que viria.

— Freen! (a voz dele soou animada e levemente provocativa do outro lado)
— Espero que esteja aproveitando bem o meu carro, mas... talvez seja hora de vocês voltarem para buscar a mim e Nam na festa, sabe?

Eu não pude evitar de rir, mordendo o lábio ao trocar um olhar cúmplice com Becky.

— Já estamos indo, Heng (respondi, tentando manter a seriedade na voz, mas falhando miseravelmente)

— Bom, bom (ele riu do outro lado da linha)
— Não quero nem imaginar o que estão fazendo aí... Só me tragam de volta vivo, ok?

Desliguei o telefone e, por um momento, ficamos ali, ainda próximos, sem querer quebrar aquele momento. Becky sorriu, seus olhos brilhando de forma travessa, e eu sabia que, apesar da interrupção, algo entre nós havia mudado para sempre.

— A nossa noite definitivamente ainda não acabou, hein? (ela disse suavemente, os lábios próximos ao meu e me deu um selinho em seguida)

Depois daquele breve selinho, ainda sorrindo, olhei para Becky e disse com um tom suave, mas divertido: