P.O.V. Freen
Acordei com o som suave da respiração de Becky ao meu lado. A luz do dia já começava a invadir o quarto, mas eu não tinha pressa de me levantar. Por um momento, fiquei ali, observando-a dormir, tentando absorver a calma que ela transmitia. Eu sabia que o dia seria longo e que o que havia acontecido na noite anterior ainda pairava sobre nós. Mas, de alguma forma, estar com ela me dava forças.
Logo, o despertador tocou e Becky começou a se mexer. Eu sorri levemente enquanto ela fazia caretas, tentando adiar o inevitável.— Bom dia, preguiçosa. (eu murmurei, brincando)
Ela abriu os olhos lentamente, me lançando um olhar sonolento.
— Bom dia... Já está na hora? (ela perguntou, ainda com a voz rouca de sono)
Assenti, e ambas nos levantamos para nos preparar para o dia. Hoje teríamos gravações, e eu estava aliviada por poder focar em algo que não fosse as ameaças que vinham me atormentando.
Durante o café da manhã, Becky tentava manter o clima leve, me fazendo rir com suas piadas e comentários engraçados sobre o roteiro do dia. Era exatamente o que eu precisava, embora, no fundo, ainda houvesse aquela sensação de alerta constante. Mas tentei me concentrar no presente, em Becky, em nós.Logo depois, saímos juntas para as gravações. O caminho até o estúdio foi tranquilo, e eu me senti grata por aquele breve momento de normalidade ao lado dela. Quando chegamos, tudo estava no ritmo de sempre, a equipe correndo de um lado para o outro, ajustes sendo feitos nas câmeras, o cenário ganhando vida.
A dinâmica entre Becky e eu durante as cenas fluiu bem. Nos dávamos bem em frente às câmeras, e isso tornava o trabalho mais fácil, mesmo quando a tensão por dentro ainda existia. Entre uma cena e outra, Becky me lançava olhares preocupados, mas eu sempre respondia com um sorriso, tentando tranquilizá-la.
No fim do dia, porém, Becky teve que sair para outro evento de trabalho, algo que já estava programado há semanas. Ela parecia relutante em me deixar sozinha, e eu senti seu cuidado em cada palavra.— Tem certeza que vai ficar tudo bem? (ela perguntou, enquanto ajustava o casaco)
— Sim, fica tranquila. (respondi, tentando soar confiante)
- Vou para casa descansar. Nada demais.Ela me abraçou, e naquele momento, senti o quanto ela queria estar ao meu lado, mas sabia que ela também tinha suas responsabilidades.
— Me avisa assim que chegar em casa. (ela pediu, segurando meu rosto entre as mãos por um segundo)
— Pode deixar. (assenti, tentando mostrar que estava tudo bem)Ela sorriu antes de se despedir e saiu do estúdio. Eu fiquei ali por mais alguns minutos, terminando de organizar minhas coisas antes de finalmente sair. O dia tinha sido cansativo, mas eu estava aliviada por ter conseguido manter as coisas sob controle.
No caminho para casa, eu dirigia em silêncio, os pensamentos correndo soltos. O trânsito estava moderado, e as luzes da cidade passavam como borrões à minha volta. Foi quando algo me fez sentir um leve desconforto. Olhei pelo retrovisor, e um carro parecia estar mantendo a mesma distância de mim há algum tempo. Tentei ignorar o sentimento, achando que era apenas minha mente pregando peças.
Mas, à medida que eu avançava, o carro permanecia logo atrás. Meu coração começou a acelerar. Talvez fosse coincidência. Talvez fosse paranoia.
Decidi mudar de rota, fazendo um desvio em uma rua lateral menos movimentada, para testar minha teoria. Para meu desgosto, o carro fez o mesmo. A essa altura, o pânico já começava a crescer dentro de mim. Meu corpo estava tenso, minhas mãos suavam no volante. Estava claro que eu estava sendo seguida.
O carro atrás de mim parecia imitar cada curva que eu fazia, mantendo uma distância que parecia intencional. Meu coração começou a bater mais rápido, e minhas mãos ficaram suadas no volante. "Será que estou sendo seguida?", pensei, o medo crescendo a cada segundo.
Enquanto tentava manter a calma, algo dentro de mim trouxe à tona um acontecimento que eu havia enterrado profundamente, algo que eu nunca contei a Becky, nem para ninguém.
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30 Dias para Sentir
FanfictionFreen e Becky, colegas de trabalho e melhores amigas, sempre compartilharam uma conexão especial, mas nunca ousaram ir além dos limites impostos por suas vidas profissionais e o "ship" de seus fãs. Em meio a uma rotina agitada, um presente inesperad...