CAPÍTULO 5 - Memórias.

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author's pov.

Uma energia pesada se construía em ambas as salas de ensaio aonde cada uma das bandas se encontravam.

Tick, tick.

O relógio apitava. Haviam se passado cerca de uma hora e quarenta que estavam usufruindo do cômodo e de seus instrumentos, ainda lhes faltavam 50 minutos.

As salas de ensaio, no entanto, eram distantes umas das outras, com paredes a prova de som, o chamado isolamento acústico. Previnia de casos de plágio ou qualquer coisa do tipo.

"UGHH!"

Um resmungo alto pôde ser escutado vindo do cômodo aonde a MEOWCH se instalava, seguido de um soco na mesa. E um pequeno choro de dor.

— Dunk, seu merda! — ditou Phuwin enquanto corria da sua posição com sua guitarra até a mesa que o amigo estava sentado, compondo. — Não bastou apanhar daquele jeito hoje?! Quer se machucar mais?!

O vocalista fez um biquinho. no momento, ele tinha uma ferida no canto de sua boca, coberta por uma bandagem e sua panturrilha da perna esquerda estava com um gel para dor.

— Desculpa. — ouviu o guitarrista suspirar. — É que eu simplesmente não consigo pensar em nada de diferente e bom. Geralmente a gente escreve sobre tópicos de romance, né? Não tô conseguindo pensar em nada disso por enquanto.

Baquetas foram escutadas sendo colocadas por cima da bateria, enquanto o dono da mesma se aproximava dos outros dois que conversavam.

— Nem sempre precisa ser sobre um romance. Qual é a emoção que mais preenche teu coração por agora? — perguntou Gemini em direção à Natachai.

Uma partícula de brilho se fez presente na mente de Dunk naquele momento. Uma faísca, como se fosse o início de algo. Sentiu seu coração palpitar.

Raiva.

— Então escreva sobre isso. Tenta botar no papel com tuas palavras e a gente arruma um ritmo e uma melodia pra isso. Relaxa, a gente ainda tem... — um silêncio se fez enquanto Gemini olhava o seu celular, provavelmente em busca da programação do evento. — ...Seis dias. Mas também não se deixa levar pelo tempo, a gente tem que acelerar. Só não se pressiona tanto, P'Dunk.

Norawit deu duas batidinhas de leve no ombro direito do rapaz, sorrindo em direção à ele e pegando uma garrafa d'água no frigobar do outro lado da sala de ensaio, saboreando do líquido.

Do outro lado de Natachai, ainda permanecia parado ali, lhe encarando, o outro Tangsakyuen. Não conseguia decifrar o que seu semblante significava naquele momento, no entanto.

— Phu? Tem algo de errado? — indagou, umedecendo seus lábios rapidamente com sua língua, passando esta por cima do vertical labret.

— Nah, eu só... Me preocupo com você. — ele cruzou seus braços e suspirou. — Dunk, eu sei que você sabe do que você faz na vida mas... Já se passaram tantos anos. Por que você permanece com isso na sua cabeça?

O Boonprasert respirou fundo, voltando sua atenção para o caderno de letras, pegando o lápis com sua destra e começando a escrever algo.

— Você sabe que eu não falo sobre isso. E nem tento, eu não vou dar atenção para alguém idiota como ele mais uma vez. Não vou cometer o mesmo erro duas vezes. — ele falava, sem tirar os olhos do papel e sem parar de escrever.

— Você não precisa cometer o mesmo erro, Dunk. Você sabe que não é sobre isso. Eu digo, pelo menos, conversar? — respirou fundo novamente. — Você não costumava ser tão agressivo assim. Pode negar, mas isso te afeta a cada segundo maior que você guarda isso dentro de si.

Crying Lightning 🎸 [joongdunk]Onde histórias criam vida. Descubra agora