05. Gabi Guimarães - Imagine. (PART 02)

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Continuação...

Milena pov"

O silêncio noturno pairou sobre todo o cômodo luxuoso. Particularmente, o fato dela ser casada não me diz respeito, afinal a maioria dos meus clientes são comprometidos e essa questão não deve recair sobre mim, eu tenho minha consciência limpa.

"Essa parte da minha vida não lhe interessa." disse curta e grossa.

Me virei em sua direção para olhá-la, ela tinha colocado duas taças de vinho em cima da banca e cruzou os braços me olhando de volta. Nessa posição, fica difícil não notar o quanto essa mulher é atraente, às vezes até me perco em sua beleza.

"Me interessa a partir do momento que você me trás pra sua casa pra transar onde mora sua mulher e seus filhos."

"Filha, só tenho uma." disse bebendo vinho.

"Eu não vou fazer sexo com você aqui..." me neguei.

"Você está cansada de saber que não tem querer comigo, você faz o que eu quero ... não me venha com falsas modéstias Milena, você é uma puta e quer agora falar de respeito logo pra mim?." gargalho com deboche.

"Puta essa que você paga para ter." retruquei.

"Justamente, você deveria me agradecer por está te pagando, tirou a sorte grande, sou sua melhor cliente.."

Apesar de odiar esse jeito arrogante e soberbo dela, o poder de dominação que ela tem sobre mim é surreal, uma aura sombria e ao mesmo tempo instigante.

"Você não sente remorso por fazer isso com elas?" apontei pras fotos atrás de mim, ela revirou os olhos.

"Ah pronto, crise de consciência agora querida, você é a última pessoa dessa terra que pode dar moral... vamos logo ao que interessa, daqui a pouco minha esposa está chegando." falou checando seu relógio de pulso.

Não acredito!

"Gabi... e-eu não tô me sentindo bem.."

Rapidamente me veio a ideia de dizer que estou passando mal pra poder me livrar dela essa noite. Não sei porquê, mas vendo aquelas fotos em família dela, da criança e de sua esposa, pela primeira vez me deu a sensação que estava cometendo um erro.

Meu sonho é ser mãe e construir uma família, ter uma pessoa ao meu lado que seja parceira e amiga, só de imaginar que isso poderia ser destruído por traição me tirava esse desejo e de certa forma pensar nisso me trazia um sentimento de culpa, me fazendo lembrar quando meus clientes falavam que eram casados enquanto pagavam meu programa, pois nunca cheguei a imaginar a dimensão disso até ver de perto essa realidade.

Coloquei as mãos na cabeça, fingindo tropeços.

Ela veio em minha direção e me segurou em seus braços fortes, tentei encenar a cara mais chocha possível para ela acreditar.

"Do nada isso Milena, pare de brincadeira." sinto a pressão de sua mão em meu rosto, apertando.

"E-eu não tô..." falhei a voz, desfalecendo nela.

Fechei os olhos fingindo um apagão, ela rodeou os braços sobre meu corpo, me carregando contra seu peito, escutei bem de longe seu coração batendo acelerado.

Gabriela me segurou firme e me guiou para algum lugar, só notei a subida às escadas e logo em seguida fui colocado em algo macio, em uma cama, ela se sentou ao meu lado e repousou sua mão na minha testa e depois passou para meu pulso.

Até que escutei o barulho de seu celular tocar.

"... Oi amor... estou em casa... você tá onde?... busco sim... já já tô ai, te amo!"

One shot - Atletas femininasOnde histórias criam vida. Descubra agora