Capítulo 1

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Voltei!

Bora de fic porque me empolguei.

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A conversa com Omar Carvarral, seu marido com quem completou nove anos de relacionamento no mês anterior, não foi exatamente fácil. O loiro compreende a necessidade da situação e a razão por Amaury ter aceitado, mas a expressão facial endureceu quando o nome de Diego foi citado por causa do ciúme.

Omar negava o ciúme e conseguia disfarça-lo bem até demais quando Amaury esteve presente nos shows da drag na época de Terra e Paixão, então Amaury presumiu que o sentimento havia passado. Mero engano. Omar o mascarara com simpatia e uma boa comunicação na presença do ruivo – ocasiões raras porque ambos se evitaram.

Conversaram com suas famílias contando sobre o plano antes de dar prosseguimento. Acharam conveniente irem juntos para o aniversário do Samuel, ator global e amigo antigo de Amaury. Seria a primeira aparição pública do suposto casal. Tiveram câmeras, fotógrafos, artistas e os mais diversos profissionais do meio o qual trabalharam. Alguém poderia flagrá-los juntos e, uma vez que uma foto ou vídeo fosse para a Internet, seria o assunto do momento.

Chegaram no carro de Amaury. Diego estava com um look preto preparado por Larissa onde havia uma inspiração roqueira. O outro trajara sua típica camisa branca, jeans e sapatos pretos sociais.

A poucos metros de distância podiam ver o aglomerado de pessoas em frente à casa de Samuel de Assis. Estacionou na vaga embaixo de uma árvore.

- Está, mesmo, confortável com a armação? – inquieto, Diego mastigava o interior da boca.

- Não tanto quanto deveria. – jamais revelaria que simular um relacionamento entre eles poderia, mais cedo ou mais tarde, derrubar o muro construído tão minuciosamente em volta de seu coração para evitar que o sentimento crescesse.

E isso o apavorava.

Passou dez segundos onde apenas se encararam com certa dúvida pairando no ar. Por fim, o mais novo desviou o olhar para a janela, murchando discretamente.

- Você não precisa prosseguir. – era nítido o desapontamento – Vai. – levou a palma até a maçaneta a pousando ali – Ninguém nos viu ainda, então posso ficar na rua detrás pra pedir um Uber.

Por ouvir o som da porta sendo destrancada, Amaury segurou a pequena destra esquerda. De imediato o rapaz voltou a sua atenção para o toque inesperado.

- Não. Eu quero fazer isso, Diego. Eu quero isso desde que... Desde que seja contigo, pequetito.

Seu temor se dissipou quando, ao fita-lo, deparou-se somente com certezas ao invés do contrário.

- Está tudo bem se aparecermos... – entrelaçou os dedos hesitantes – Assim? Por um momento.

Esboçou um sorriso discreto em concordância.

Quando os repórteres os viram atravessar a rua, logo dirigiram os flashes a eles e diversas perguntas sobre o motivo de estarem de mãos dadas foram proferidas. Apenas desconversavam com piadinhas antes de posarem para algumas fotos e entrarem.

A festa foi ótima. Se divertiram, riram e dançaram com amigos que encontraram por lá sem saírem um do lado do outro. Onde quer que vissem Amaury, era onde Diego também estava. Não demorou para mais uma leva de questionamentos acontecer. O mais novo apenas tampava a boca ou escondia o rosto no braço ou no peitoral de Amaury para aparentar vergonha, quem acariciava suas costas.

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