Entre Melodias & Destinos

Capítulo 5

Ana acordou com o coração disparado, a ansiedade pulsando em suas veias. Era o dia em que iria encontrar Namjoon novamente. A lembrança do encontro anterior ainda estava fresca em sua mente, e a possibilidade de vê-lo de novo fazia cada fibra do seu corpo vibrar de expectativa.

Enquanto se arrumava, Ana escolheu a lingerie com cuidado, como se fosse um segredo só dela. Ela queria se sentir especial, mesmo que Namjoon nunca soubesse desse detalhe. A escolha parecia tola, mas, para ela, era um símbolo das emoções que a estavam consumindo. Vestiu uma roupa simples, mas com um toque de elegância, como se quisesse dizer sem palavras que estava preparada para algo mais.

O caminho até a cafeteria pareceu interminável. Cada passo era carregado de pensamentos e desejos que ela mal conseguia controlar. Ela imaginava como seria a conversa, como os olhares de Namjoon fariam seu coração saltar, e como o mundo à sua volta pareceria desaparecer quando estivessem juntos. O destino, ela pensava, parecia estar sorrindo para ela.

Chegando ao local onde haviam se visto no dia anterior, Ana escolheu a mesma mesa perto da janela, onde podia observar o movimento da rua e, ao mesmo tempo, se perder em seus próprios pensamentos. Pediu um cappuccino, tentando acalmar os nervos. As mãos tremiam levemente ao segurar a xícara, mas ela ignorou o sinal de que estava mais nervosa do que gostaria de admitir.

O tempo passava devagar, cada minuto se arrastando como uma eternidade. Ela olhava para a porta a cada som de passos que se aproximava, na esperança de ver Namjoon entrar a qualquer momento. Mas a porta continuava a se abrir e fechar para estranhos, e não para ele.

À medida que os minutos se transformavam em horas, a esperança que havia alimentado seu coração começou a se desfazer, sendo substituída por um sentimento amargo de decepção. "Ele não vem," pensou, o nó na garganta ficando mais apertado. A xícara de café à sua frente esfriou sem que ela percebesse, assim como a expectativa que antes aquecia sua alma.

A ideia de que algo havia dado errado começou a se formar em sua mente. Talvez ele tivesse se arrependido, ou talvez ela estivesse se iludindo desde o início. Talvez o sorriso e as palavras gentis não significassem nada além de um momento passageiro para ele. E foi nesse momento de vulnerabilidade que a tristeza tomou conta dela, uma tristeza profunda e sufocante, como se todas as esperanças tivessem sido roubadas de uma só vez.

Ana deixou algum dinheiro na mesa, pagou pelo café intocado e saiu da cafeteria sem olhar para trás. O sol que brilhava sobre São Paulo parecia agora frio e distante, refletindo exatamente como ela se sentia por dentro. Enquanto caminhava pelas ruas, as lágrimas que ela segurou com tanto esforço finalmente começaram a escorrer silenciosamente, manchando a maquiagem que ela havia escolhido com tanto cuidado.

O que poderia ter sido uma história maravilhosa parecia agora perdido para sempre, e Ana não conseguia afastar a sensação de que tudo havia acabado antes mesmo de começar.