Capítulo 3 - A despedida dói

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Penélope passou pelo julgamento da mãe e das irmãs, mas permaneceu firme.
Com o consentimento da rainha, tudo tinha ficado mais fácil pra ela.
A rainha lhe ofereceu apoio e os serviços da guarda, enquanto precisasse.

Foi ao seu quarto e juntou tudo o que tinha e todo o seu dinheiro. Antes de partir, buscou a pena e o papel, para escrever uma última vez.

Ao se despedir de Portia, sentiu que a mãe estava desolada. Então pediu a Prudence e Philippa que lhe dessem atenção e cuidados redobrados. Agora precisavam amadurecer.

As irmãs também pareciam tristes. Talvez um pouco, e só um pouco, sentiria falta delas.

Mas precisava partir.

Os guardas reais lhe ajudaram a colocar as coisas na carruagem, e acenou para a mãe e irmãs com lágrimas nos olhos. Quem diria que iria se emocionar assim?

Num impulso, olhou para o outro lado da rua e viu a movimentação dos Bridgertons e outros curiosos. Viu Eloíse, como uma estátua, parada observando a carruagem. Devia estar satisfeita com sua partida e com o fato de nunca mais precisar lhe encontrar na modista, no parque ou em qualquer lugar, pensou Pen.

A carruagem partiu.

E então, em meio aos raios de sol que lhe ofuscavam a vista e todos aqueles Bridgertons ali parados, de A a Z, viu um sobretudo de couro marrom se deslocando rapidamente em direção a carruagem. Ficou parada, estática.

_Espere! - gritou Colin acenando para que a carruagem parasse.

Ele abriu a porta, ofegante.

_Penélope! Espere, por favor. - seu olhar para ela estava apavorado.

_Colin! - foi a única palavra que conseguiu expressar.

_O que está acontecendo? Para onde você está indo? Então é verdade, você é ela?

Sem saber o por que, Penélope se enfureceu. Não podia acreditar que Colin estava ali, lhe julgando. Sabia que ele odiava LW, e mais ainda, sabia o quanto ele podia ser rancoroso. Não aceitaria que ele lhe julgasse e exigisse qualquer explicação. Tudo que tinha escrito sobre a família dele, até agora, tinha sido para proteger os Bridgertons, saco!!  Mas não iria tolerar isso, a própria rainha tinha lhe aceitado, não permitiria sequer um julgamento de Colin. De certa forma, ele já tinha sido o causador da sua breve ruína.

_Sim. É tudo verdade. - respondeu ela firmemente.

Ele olhava fixamente em seus olhos, e franziu a sobrancelha assim que ela confirmou.

_Por que você escondeu isso de mim? Por que não me falou? - ele parecia, estranhamente, desolado.

_Olha, Colin, eu não sinto que lhe devo nenhum tipo de explicação. Aliás, devo sim, apenas uma: tudo que escrevi sobre sua família foi no intuito de protegê-los, mas não pense que eu espero qualquer tipo de gratidão.

_E eu? O que pensou quando escreveu sobre mim no início da temporada?

Penélope engoliu seco. Não podia lidar com mais isso agora.

_Colin, por favor, eu preciso ir.

_Espere, deixe-me entrar.

_Colin, não! Eu preciso, realmente, ir.

_Ir? Ir pra onde, Pen? Pra onde você vai?

_Embora daqui, Colin. Eu vou embora! - ela reagiu firmemente.

O rosto de Colin paralisou. Ele ficou sem palavras e parecia não respirar. Penélope sentiu que, talvez tivesse sido dura demais e o assustado. Também não podia descontar sua frustração nele. Respirou e tentou ser mais amena no tom.

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