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Verônica acordou com o
movimento do andar de baixo.

Se revirou mais um pouco na cama até que desistiu de pegar no sono de novo.

Se levantou e começou a procurar algo que a protegesse do frio. Achou um cardigan velho de Sirius jogado em cima da cômoda e o vestiu.

Quando foi sair do quarto, a porta abriu revelando uma jovem mulher de longos cabelos castanhos avermelhados que sorriu para ela.

Vampiros e lobisomens não viviam entre si. A luta entre eles ainda reinava e mesmo com o passar o séculos, se recusavam a manter a paz.

Mas Verônica e Eva eram uma só.

Eva tinha cabelos ruivos escuros que escorriam pelas suas costas e grandes olhos azuis. Em seu rosto havia cicatrizes das épocas em que não se controlava nas luas cheias, mas não fazia diferença, a beleza dela é radiante.

Eva percebeu as olheiras nos olhos da amiga, provavelmente passou a noite pensando demais - pensou - mas tentou disfarçar o máximo que pode, ela não era do tipo que ficava em cima perguntando o tempo todo o que havia acontecido, ela sempre dava apoio com abraços e estando presente, sem dizer muita coisa, e isso era o que Verônica mais admirava nela.

— Porra, você está acabada. — Começou Eva, encarando a amiga. — Noite difícil?

— Século difícil —Disse a vampira se olhando num pequeno espelho. — Onde estava ontem?.

— Era lua cheia, estava ocupada. —Apontou para pequenos arranhões em seu braço. — Por isso não apareci ontem. — Se jogou na cama desarrumada, bufando.

— Já disse para me chamar nas transformações. — Verônica reclamou. —Sabe que não gosto que passe por isso sozinha.

Ela tinha um dom de cuidar dos outros mais do que dela mesma, a saúde e segurança daqueles que estavam a sua volta sempre seria sua prioridade.

— Oh, ficou preocupada. — Debochou Eva, fazendo um biquinho enquanto a amiga revirava os olhos murmurando um idiota. — Não estava sozinha, estava com nosso lobinho.

Saíram do quarto para ir ao andar de baixo, ouviu vozes vindo da sala. Quando entrou, seus olhos se encontraram com alguém que não via a meses e ela deu um mini sorriso.

— Achei que não fosse voltar nunca.

Remus sorriu com as mãos no bolso, balançando a cabeça em negação olhando para ela.

Remus era de longe uma de suas pessoas preferidas durante toda a sua existência. Verônica o conheceu quando ainda era um pequeno lobisomem tímido que tinha medo que as pessoas se aproximassem demais.

Foi ela que fora com Dumbledore até a casa dos Lupin para convencer a família a deixar o garoto ir para Hogwarts. Ela que convenceu o garotinho que não tinha nada de errado com ele, e que ele era tão normal quanto qualquer outro.

Quando Remus chegou em Hogwarts no ano seguinte, reconheceu imediatamente a linda garota que acreditava que ele era alguém e não uma coisa.

Voltando para a realidade, pensou em como ele deveria estar pós lua cheia, mas decidiu que esse era um assunto para outra hora.

— É muito bom te ver, monstrinha. —Disse passando um dos braços em volta do seu pescoço. —Como você está?

— Me sinto como um saco de merda. —Resmungou, pegando a mão do amigo e indo em direção a cozinha. Estava faminta.

Pode sentir o cheiro de panquecas e café fresco, se sentou a mesa e se serviu de um grande prato após dar um bom dia a senhora Weasley.

Ela comeu silenciosamente, momentos depois Remus e Eva se juntaram para conversarem. Falaram sobre as espécies de lobisomens e vampiros. Eva se intrometeu dizendo que tinha a forma de lobo mais bonita que a de Remus, mas tecnicamente não estava mentido. Nas noites de lua cheia a garota se substituía pela forma de um grande lobo preto com olhos assustadoramente azuis, era de fato, um lobo.

Sombria Verônica Onde histórias criam vida. Descubra agora