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O som de uma mão batendo três vezes na porta percorreu o quarto.

Lentamente, Verônica abriu os olhos.

Estava sozinha na cama. Ergueu as mãos para esfregar os olhos, quase os perfurando com as garras. Poderia se passar séculos, e nunca conseguiria se acostumar com isso.

Outro baque na porta. Ela respirou fundo.

— Sim?

A porta foi se abrindo lentamente, e o lufano de olhos acinzentos colocou a cabeça para dentro do quarto.

Fez sinal com a cabeça como uma pergunta de posso entrar? Verônica assentiu.

Ele andou até o pé da cama, sem tirar os olhos da mulher. Ele tinha um frasco de poção em sua mão direita e na esquerda havia um pequeno pano. Verônica o olhou.

Mas ele não disse nada.

— Isso aí é para mim? — Ela gesticulou com os olhos.

— Ah, sim — Sorriu — Não queria incomodar, mas Dumbledore comentou algo sobre você não gostar de ajuda para se curar, que prefere fazer isso sozinha. Então, me pediu para trazer isso.

Velho fofoqueiro.

Verônica não tinha nenhuma expressão, apenas continuou o encarando, o rosto parecia tão pálido quanto o dela.

— Claro que comentou. — Respondeu finalmente, dando algo como um sorriso forçado.

— Bom, ele disse que isso te ajuda. —esticou as mãos, os entregando para ela. O roçar dos dedos fez Verônica pensar que quase o arranharia.

No frasco, havia algum tipo de liquido milagroso que Albus começou a fazer para seus ferimentos a algumas décadas atrás. Não sabia o nome daquilo, mas a curava e Albus sempre foi bom no que fazia.

Já estava quase curada, as feridas foram se fechando durante a noite, mas o pescoço ainda estava com marcas de arranhões que demoravam para sair.

Ela virou o frasco no pano, a o líquido quase o encharcou por completo. Ela colocou o pano úmido do lado esquerdo do pescoço, onde estava mais grave, deixando-o ali, fazendo pressão.

Podia sentir as feridas terminando de fechar, o resto de sangue seco se desfazendo da pele e manchando o pano.

O lufano ainda estava no pé da cama.

— Por que ele mesmo não veio me entregar? — Ela perguntou.

— Ele foi para Hogwarts — Disse calmamente - E disse que se ele tentasse entregar, você iria jogá-lo pela janela. Algo do tipo "ela é uma fera pelas manhãs"

Ela soltou uma risada fraca. Iria mesmo. E mandou alguém que não não conhecia porque sabia que ela não iria fazer isso.

Nos próximos segundos o desconforto percorreu suas veias conforme o tempo do pano e no pescoço. Remexeu a cabeça na tentativa de aliviar. Ela bufou.

E ele continuava ali.

— Você foi boa.

Ela o encarou. O que?

— Vi você pela janela no andar de cima, enquanto lutava com aqueles caras na rua.

Ela sorriu.

— E não pensou em ajudar?

Ele sorriu de volta.

— Você parecia estar dando conta, estava carregando a luta nas costas, e sem nenhuma varinha. É de se admirar.

Sempre dava conta de lutas como aquelas durante os séculos, já esteve em centenas delas. Mas era tão exaustivo.

— Eu estava. — Se orgulhou.

Sombria Verônica Onde histórias criam vida. Descubra agora