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Os dentes cravaram em sua carne conforme ela usava suas forças para tentar sair de baixo dele.

A respiração e o hálito quente batiam em seu rosto. Ele segurava seus pulsos acima da cabeça, seu peso em cima de seu corpo estava a sufocando e o sangue que jorrava de si mesma estava espalhado por todo o lugar.

Como sairia disso?

O som da pele sendo perfurada a fez gemer. O rosto contorcido pela dor se fez presente.Sair daquela situação seria uma missão impossível.

Estava tão cansada. Tão frágil. Tão fraca.

Mal podia abrir os olhos, com o peso de um fodido lobisomem pronto para dilacera-lá em milhões de pedaços.

Grayback estava com praticamente todo o peso sob seu corpo, as garras que seguravam seus pulsos começaram a deslizar pelo seu corpo e arranhavam seu peito cada vez mais pra dentro.

Mal podia respirar.

O grande lobo a pegou de surpresa quando uma estaca com Visco atingiu sua coxa direita e seu corpo quase tombou no chão quando ele a arrastou para o meio da floresta.

Por primeiro, ele a arranhou profundamente seu pescoço. O grito ecoou pela caverna com uma dor angustiante saindo de seus lábios. Depois ele começou a mastigar a lateral de seu quadril, estava mordendo mais a pele do que os órgãos.

Verônica estava lutando para sobreviver em meio ao desespero. Mas não conseguia se mexer.

Foi quando enfiou suas garras em sua jegular que o mostro atacou seu rosto, tão profundamente que pensou que seria impossível curar.

Cada vez mais fraca, a vampira parou de lutar. Tão fraca como se não fosse nada.

Ele pareceu perceber e, seus ataques pararam. Suas garras saíram lentamente de dentro dela. Ele apenas começou a lamber o sangue espalhado pelo seu corpo.

Sua língua quente passava por ela como se estivesse faminto. Ele rosnava conforme seus dentes roçavam cada vez mais nela.

— Esperei muito tempo por isso, gracinha.

Verônica aproveitou sua falta de atenção e se esforçando o máximo que pode para juntar as duas pernas, acertando os pés no peito do lobo, o fazendo cair.

Ela não pensou duas vezes antes de pular nas costas de Grayback, atacando com as enormes presar no mesmo lugar onde colocará as garras segundos atrás. Precisava sair o mais rápido que pudesse dali, o deixou ferido, mas não o suficiente para matá-lo.

Deslizou as garras no rosto do lobisomem com tanta força que pensou que teria deixá-lo cego. Com uma das mãos, ela segurou retirou a estaca de sua coxa e segurou o que quer que estivesse saindo para fora de sua cintura, e correu com toda sua velocidade que encontrou para o castelo.

O pavor de se transformar em algo parecido com Grayback a corroeu por dentro. Lágrimas se formavam no canto de seus olhos enquanto mancava. Mal podia sentir o peso do próprio corpo.

Desesperada, perdeu suas forças e caiu de joelhos na frente das portas do castelo. Com medo de alunos a virem naquele estado, começou a se rastejar para dentro, ainda procurando forças. Escutou passos vindo a seu encontro as pressas, franziu a testa se perguntando quem poderia ser. Fraca demais para ver quem é, apenas fechou os olhos e deixou a cabeça cair sob o chão de pedra. Mas foi só quando mãos gigantes a agarraram a segurando nos braços a levando para dentro que soubera quem era.

O gigante de barba deu um sorriso de canto quando murmurou um "irei te jogar para os tragos se continuar se metendo em encrenca".

Nunca mais viu Grayback.

Sombria Verônica Onde histórias criam vida. Descubra agora