Contrato indissolúvel

Novo mundo

Beomgyu sempre pensou que a vida fosse uma linha uniforme. Tudo acontecia aos poucos e seguia o mesmo caminho, isso até aceitar aquele contrato com seus irmãos, ser levado para um outro mundo, em outro espaço tempo, se casar e bem... Engravidar.

Nos primeiros dias foi um choque, agora, porém ele estava mais calmo e até um pouco inebriado por saber que carregava uma outra vida dentro dele, alguém que um dia nasceria e estaria com ele, em seus braços.

O mundo era misterioso.

Felix, o médico e agora marido do seu irmão, veio logo que soube e passou a examiná-lo e a retomar velhos livros que falavam sobre a possibilidade de um homem engravidar em determinadas circunstâncias. Era magia antiga, magia de antes do mundo ser tomado pelo governo de ANK. Uma história quase perdida, na verdade.

— Mas é possível, foi possível no passado e agora está acontecendo – Ele lhe disse sorrindo encantado, o que deixou Beo na ocasião um pouco sem graça – Você ficará bem, cunhado, eu me encarregarei disso, você e esse bebê ficarão bem.

E então a papisa chegou e o examinou de outra forma, ela era silenciosa, uma mulher estranha em sua opinião, mas não era má, apenas estranha. Por fim ela saiu do seu quarto e logo June entrou agitada.

June agora era sua sombra e ele sabia que os maridos estavam irredutíveis sobre isso. Todos os oito estavam agitados com aquela gravidez, preocupados, mas também felizes e Beo entendeu que aqueles oito guerreiros jamais imaginavam que um dia seriam pais e isso os pegou de súbito e de surpresa, porém agora, ao passar dos dias, era como se fosse a notícia do século e Beo começou a se sentir tão especial quando eles o faziam se sentir, o que era uma coisa meio louca.

De todo modo seus irmãos estavam ali, ao seu lado, lhe dando apoio e ele começava a sentir que daria certo sim. Que Dr. Felix tinha razão.

— A papisa disse que você é um concebido, alteza! Por isso pode engravidar, não é incrível?

— O que é um concebido?

Perguntou confuso, ela deu um longo suspiro e veio segurar suas mãos.

— Concebidos eram pessoas especiais do nosso passado bem antigo, eles podiam engravidar e ver o futuro, eram homens que viviam nos antigos templos e só os grandes heróis podiam ganhar o direito de tê-los em suas camas. Era um privilégio. Um filho de um concebido geralmente se tornava líder de um povo ou um sábio. Mas quando o Governo de Ank dominou nosso mundo, os concebidos já eram lendas...

— Mas eu não sou desse mundo.

— Talvez passar pelo portal tenha despertado algum gene adormecido em seu corpo, quem sabe os mistérios do Universo?

Ela disse dando de ombros e Beo assentiu. Isso era verdade, havia grandes mistérios no mundo, realmente...

E foi assim que ele seguiu os meses seguintes, enquanto sua barriga crescia e seus maridos ficavam cada vez mais cuidadosos consigo. Ele vivia um casamento feliz, surpreendente feliz, com oito homens e que de início achou que não daria certo e agora não se imaginava em outra situação, seus irmãos também viviam felizes ali, na pirâmide, onde sempre dois ou três dos maridos estavam com eles.

A notícia da sua gravidez ainda era mantida em segredo para o povo devido a sugestão da papisa de que seria melhor assim até o nascimento do bebê e assim se seguiu. Se seguiu até que em uma noite ele foi despertado pela papisa de forma inesperada.

Acontece que em seu casamento cada noite os maridos dormiam com um deles, cada um dos seus irmãos tinha uma noite sozinho com os maridos, foi um jeito que encontraram que agradava a todos em seu casamento. Nas outras três noites eles dormiam em pequenos grupos. Aquela noite, porém, era a noite do seu irmão Kai e por isso ele, Soobin e Yeo dormiam na torre.