Capítulo 1

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Derrubo o homem de quase dois metros de altura, e recebo elogios do meu treinador logo em seguida.

- Está melhor a cada dia Briana. - Jorge diz e eu solto um sorriso cansado.

Trabalhar em uma agência de polícia não é nada fácil, ainda mais quando a agência é considerada a melhor do Brasil.

- Briana! - ouço alguém me chamar, e vejo Mariana correndo em minha direção.

Mariana e eu somos amigas desde crianças, crescemos vendo nossos pais trabalharem nessa agência. E isso nos inspirou a seguir o mesmo caminho.

- O que aconteceu? Não era para você estar na sua aula de computação? - pergunto saindo do ringue.

- É que seu pai está nos chamando. - responde, e nós começamos a fazer o caminho até a sala de meu pai.

- Espero que não seja por causa daquela vez que hackeamos os computadores. - digo torcendo os dedos.

- Ou daquela vez que a gente raspou a barba do Igor, enquanto ele dormia. - Mariana fala e eu gargalho lembrando daquele dia.

- Mas aquilo já tava virando um ninho de rato. Só fizemos um favor. - defendo e ela ri.

- Verdade. Não dava nem para ficar do lado dele com aquele cheiro de podre. - gargalho ainda mais.

Paro de rir quando chego na sala do meu pai, e bato na porta.

- Entre. - escuto do outro lado e abro a porta. Mariana vem atrás de mim. - Ah, são vocês.

Ricardo meu pai, é o chefe da agência na qual trabalhamos. Ele e minha mãe costumavam comandar esse lugar, antes dela falecer.

- Chamei vocês aqui, porque eu quero que resolvam um caso para mim.

- Nós vamos resolver juntas? - Mariana pergunta, e ele assente. Nos olhamos na mesma hora, com os olhos arregalados.

Nunca resolvemos um caso juntas.

Meu pai acha que juntas somos muito irresponsáveis, e eu concordo, mas quando se trata do trabalho aí o assunto muda.

- Não posso dar muitos detalhes agora. Não até chegar o restante da equipe. - Ricardo diz e o olho confusa.

- Restante da equipe? - pergunto.

Normalmente os casos são realizados em duplas, não em grupos.

- Sim, eles são da agência dos Estados Unidos. Os melhores. - responde com um orgulho na voz. - Não se preocupem, eles já vieram aqui outras vezes e falam o português fluentemente.

- Ainda bem, meu inglês tá enferrujado. - Mariana fala.

- Bom, por hoje é só. Continuem treinando. - Ricardo diz por fim.

Eu e Mariana levantamos, e saímos da sala dele.

Ainda meio perplexa, olho para Mariana que também parece um pouco chocada.

- Olha, por essa eu não esperava. - Mariana fala.

- Será que o caso é muito perigoso? - pergunto.

- Acho que não. Só deve dar trabalho, e por isso precisa de mais gente. - assinto concordando com ela.

Começamos a caminhar, indo para o refeitório.

Perdida em meus pensamentos, sinto Mariana me dar uma leve cotovelada. Olho para a mesma, e ela aponta discretamente para frente.

Igor passava com uma cara séria. Vendo ele, não me seguro e começo a rir.

Assim que ele me vê rindo, faz uma careta e continua andando. Depois que eu e Mariana raspamos a barba dele, não conseguimos segurar a risada quando o vemos.

- Ainda rindo do pobre Igor? - escuto alguém falar, e vejo Lucas vindo até nós. Lucas também trabalha na agência, mas seu forte é a tecnologia e estratégias.

- Shhi. Fala baixo. - Mari fala e ele ri.

Vamos juntos para o refeitório, e sentamos em uma das mesas.

- Adivinhem quem vai trabalhar com vocês nesse novo caso. - Lucas fala com um sorriso convencido. - O melhor e mais experiente dos agentes.

- Sim, eu. - Responde Mariana com o mesmo sorriso e Lucas mostra o dedo do meio para ela.

Conversamos por mais alguns minutos. Logo tivemos que voltar aos treinamentos.

[...].

Entro no meu apartamento morta de cansada. Me jogo no sofá e encaro o teto branco.

Fico feliz por ter esse caso para realizar. Odeio fazer as mesmas coisas todos os dias. Quando estou fazendo casos, consigo sentir a ação e a adrenalina. É o que eu mais amo.

Deve ser por isso que não me dou bem liderando uma equipe. Eu ajo no impulso, na adrenalina.

Diferente de Lucas e Mariana, que são ótimos em liderar e pensar antes de agir.

Meu forte é lutar com tudo que é arma, e corpo a corpo também.

Na agência nós aprendemos tudo que é necessário para realizar casos. Tecnologia, armas, lutas, estratégias, liderança, fuga, e até se ficarmos perdidos no meio do nada.

É por esse motivo que não somos uma agência comum. Os casos mais "pesados" e difíceis são mandados para a gente. Claro, nem sempre é assim, quando começamos na agência resolvemos casos mais leves, como furto, agressão e etc.

Continua...

Primeiro cap!!

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