2

20 8 0
                                    

Era num sábado. O meu dia em casa estava sendo horrível.

Minha mãe reclamando mais do que tudo, sobre os problemas da vida; e por eu não estar fazendo alguma coisa ou outra que ela pediu para eu fazer, do jeito detalhado que ela quer.

Eu não conseguia ter um diálogo legal com ela. Na maior parte das vezes, ela vive ocupada, trabalhando num serviço que ela vive reclamando que não ganha muito. Nem dá muita atenção na maioria das vezes quando eu falara. Ou, quando estamos juntas, ela só sabe reclamar.

Dos problemas da vida.

Estava dobrando as roupas que acabara de tirar do varal, enquanto minha mãe arrumava alguma coisa no quarto.

Reclamando vez ou outra.
Dos problemas da vida.

– Ah, mãe! Será que dá para a senhora ficar sem reclamar um pouco?

– Que isso, Beatriz?!

– É que eu não aguento mais a senhora reclamando sem parar.

Percebo que ela já está para dar um sermão de "Ninguém vai me calar, e eu falo quantas vezes eu quiser!". Então pego as minhas roupas e a minha toalha de banho e vou para o banheiro.

Preciso de um pouco de sossego.

——— • ———

– Meninas, vocês vão para a festa que vai ter hoje, no centro?

Nicoly e as outras meninas estavam mandando mensagens no nosso grupo (exclusivo, para as meninas, que elas mesmo criaram) falando sobre uma festa que vai ter no centro da cidade.

Na verdade, é uma festa mais para baile funk, e "geral" da minha escola estava falando nisso essa semana.

As meninas, por exemplo, não paravam de mandar mensagens no grupo. Eu apenas lia as mensagens, mas não respondia nada.

Até porque eu já sabia que não ia rolar de eu ir nessa festa.

– Não vai rolar, meninas – respondi a pergunta que a Nicoly havia mandando no grupo.

– Ahhh, Bia! – Ana manda uma mensagem, chateada.

– Pois é, não vai rolar.

– Sua mãe não deixou você sair de casa?

– Eu nem perguntei. Já sei que a resposta vai ser "não".

– Você poderia pelo menos tentar.

– Não dá, Nicoly! Eu conheço muito bem a minha mãe.

– Já pensou na opção de sair escondida? – Ana solta a ideia.

– Tá louca, Ana? Assim você vai incentivar a menina do jeito errado! – Nicoly tenta repreender Ana com suas ideias malucas.

Desligo o meu celular um pouco e paro para pensar. Não tinha pensado na ideia que Ana mencionou.

Mas como eu vou fazer isso? Nunca fiz tal atrocidade.

Ah... Mas por que não tentar?
Não, Bia. Isso não vai dar certo. Sua mãe vai ficar uma fera com você!
Ah... Será que eu faço isso?

Depois de ficar minutos e minutos pensando, decido arriscar.

É a melhor festa do ano! Vários adolescentes vão estar nessa festa!

E eu nem sequer fui em uma dessas. As únicas festas que eu vou é dos meus parentes.

Mas agora pode ser diferente.

Eu vou arriscar ir nessa festa. Até porque, eu estou precisando me divertir um pouco, depois de um dia chato em casa.

Quando Nós Damos Uma ChanceOnde histórias criam vida. Descubra agora