Quando Nós Damos Uma Chance

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Na semana seguinte eu estava super ansiosa para a minha primeira aula com o Beto. A aula ia ser na quinta-feira de manhã.

Minha mãe não ia conseguir ir junto comigo, mas deixou eu ir com o Lucas, já que ele também faz aula lá.

Lucas é um dos vizinhos que mora no Vila Erminda faz poucos meses. Comecei a conversar com ele no dia do aniversário da Rebeca, uma outra amiga e vizinha que se mudou para São Paulo. Lembro até hoje que a Rebeca ficou zuando ele, dizendo que ele estava afim de mim.

Enquanto estamos indo para a "escola de skatistas", ficamos conversando um pouco sobre os últimos acontecimentos de nossas vidas.

– Então, você não está mais estudando no Luiz Abel?

– Não. Fui para o Ottoniel.

– Fiquei sabendo do que rolou entre você e a garota.

– "Geral" ficou sabendo.

– Mas você decidiu mudar de escola só por causa disso?

– Não foi eu que quis. Minha mãe simplesmente foi na escola pedir transferência. E nem me avisou.

– Ô, louco. Mas é daora o Ottoniel?

– É, sim.

– Mas como você vai para lá, nessa distância?

– Vou de ônibus. Ida e volta.

– Ahh, entendi.

Assim que chegamos na escola, vejo que a maioria das pessoas que estão dentro da escola são crianças. E tem vários homens que parecem ser todos professores.

– Lucas! Trouxe sua namorada para cá?!

– Não, Betão. Ela é minha amiga. Ela veio para a primeira aula dela aqui.

– Seu nome?

– Beatriz.

– Prazer, Beto. Está começando a andar de skate agora?

– Eu já ando de skate desde os meus treze anos.

– Ahh, então você veio atrás de aprimoramento?

– Sim.

– Ela quer aprender aquelas manobras que você ensina. O sonho dela é ser uma skatista tipo Rayssa Leal, ser reconhecida...

– Lucas! – repreendo ele como se não fosse verdade.

– Mas não é impossível se você quer tanto ser uma skatista famosa! – Beto diz, sorridente.

Ele nos mostra um lugar para começarmos a aula.

A escola é bem grande. O tamanho dela parece como a de uma quadra.

– Sabe fazer o ollie?

– Já tentei várias vezes. Eu sou mais ou menos boa nisso.