Memórias

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Quando a manhã ensolarada caiu sobre a cidade de Porto Real, a fortaleza vermelha estava agitada, com guardas andando de um lado para outro, servos e servas acompanhando o mesmo ritmo só que mais rápido, até porque era o café do grande conselho.

O rei, Aemond, sentado na cadeira central de costas para a grande janela que permitia a luz do dia iluminar a sala. Enquanto os lordes comentavam sobre os acontecimentos atuais, Aemond persistia em dar sua humilde opinião no final, sendo mais um chicote nas costas de seus conselheiros.

- Rochedo Casterly se recuperou bem da guerra, vossa graça, creio que..os torneios possam voltar em comemoração ao seu casa...- Tyland pronunciou mais logo foi interrompido por Aemond - não vai haver torneio algum.. até que as minhas terras estejam em perfeita ordem - disse o rei.

Tyland abaixou a cabeça, se sentindo humilhado, novamente. Logo a atenção de todos se voltaram para as portas que se abriram em um ranger suave porém alto. Um guarda, não muito grande, nem muito pequeno, entrou - vossa graça - ela acenou para Aemond, que logo acenou para que ele seguisse com a fala - trago notícias de nossos viajantes. - pronunciou o manto branco na frente de todos.

Aemond apoiou os cotovelos na mesa, seu rosto estava neutro, era difícil dizer o que ele pensava - que notícias? - ele perguntou arqueando a sobrancelha levemente.

O guarda suspirou nervosamente - um dragão foi visto perto do vale de Arryn..a dois dias...- o jovem finalmente disse, tentando esconder o nervosismo em sua voz. Aemond afiou o único olho que tinha, com cochichos começando a surgir pela mesa.

Aemond ficou sério - silêncio - ela ordenou aos lordes presentes na mesa - como era essa tal dragão..meu jovem? - Aemond perguntou se levantando com uma imponência, e a voz tão calma que assustaria até os dragões.

O guarda se mexeu no lugar que estava tentando buscar a calma em si - me informaram..que ele era..negro como a noite...e que havia se chocado em algum lugar - ela disse abaixando os olhos para não encarar o platinado próximo dele.

Aemond suspirou - interessante...deve ser apenas um dragão qualquer que conseguiu sobreviver a está terrível guerra - ele afirmou e logo voltou para o seu lugar na cadeira novamente - pode ir..e da próxima vez, traga informações úteis - ela murmurou perigosamente sem um pingo de hesitação.

O guarda engoliu seco e saiu de lá, os lordes da mesa olharam entre si tentando se dizer o que havia acabado de acontecer.

[...]

No frio congelante de winterfell, o lobo cinzento, protetor das muralhas densas e senhor do norte, andava pelos corredores frios e congelantes de seu castelo.

Lorde Cregan Stark, uma figura imponente no norte e em westeros, mesmo que perdeu a guerra ao lado de Rhaenyra targaryen, seus instintos afiados continuavam o mesmo.

Seus olhos cinzentos capturando qualquer pessoa ou inseto que passasse por ali. Mais rapidamente sua atenção foi tirada quando o comandante de sua guarda correu até ele.

Cregan parou e o encarou, o comandante entregou lhe um papel - uma carta M'lord..veio diretamente de Arryn - ela pronunciou e logo abaixou a cabeça esperando as ordens seguintes.

Cregan franziu as sobrancelhas, o que será que a guardiã do leste poderia querer com ele?

Ele relutante, abriu a carta e a leu, a cada palavra lida era como um corte em suas costas, suas expressões mudando a cada frase escrita. Ao terminar ele fechou a carta novamente e olhou para o guarda.

Cregan suspirou - prepare um grupo com os homens mais leais, e o meu cavalo também...marcharemos para o vale - ele ordenou sem receio no que dizia. O guarda assentiu e saiu de lá para fazer conforme ordenado.

[...]

Quando tudo já estava pronto e o lorde Stark já estava em seus lindo cavalo branco como a neve. Os grandes portes de winterfell se abriram, cregan agarrou as rédeas firmemente e colocou seu cavalo para andar, seguido pelo comandante da sua guarda e mais seis homens atrás deles.

[...]

Nas grandiosas e poderosas terras da águia, a dentro do castelo de Arryn estava Jeyne e Daenerys trocando palavras sobre a carta que Jeyne havia enviado para cregan.

Jeyne apoiou as mãos na mesa - eu enviei a carta ontem..creio que já deva ter chegado, do jeito que o Lorde Stark é, não duvido que já esteja vindo para cá - ela disse tentando acalmar os nervos de Dany que andava de um lado para outro.

A targaryen parou e a olhou - e se ele pensar que você está doida? Que viu coisas ou que um fantasma! Está dentro de seus portões? - a platina perguntou não conseguindo conter o controle sobre a voz.

Jeyne sorriu e olhou para a janela - milhares de exércitos se despedaçaram em meus portões sangrentos..um fantasma não seria diferente criança. - a senhora disse com total confiança.

Dany riu sarcasticamente e depois ficou séria - ah sim, um fantasma sendo morto pela segunda vez, muito inteligente sua intuição..- ela disse tentando acalmar os nervos.

Jeyne a observou, seus olhos afiados como águia, mas logo algo passou pela cabeça dela fazendo com que a mesma esboçasse um sorriso suave - minha companheira irá chegar aqui Amanhã pela manhã, minha consciência diz que cregan deve chegar pela noite..já que o norte é nosso vizinho neste reino - ela disse tentando confortar a jovem preocupada e depressiva.

A platinada fechou os olhos, seus nervos a flor da pele, além das palavras de Daemon que ecoavam em sua mente, deixando uma cicatriz profunda. Seus instinto foi levemente despertado ao escutar o rugido de seu dragão que estava do lado de fora do castelo, perto do jardim. Suas presas sujas de sangue, ele parecia animado...depois de decorar tantas ovelhas.

A targaryen se sentia perdida novamente, mesmo com Jeyne e seu dragão próximos, ela se sentia indefesa naquele lugar - eu não...- ela sussurrou engolindo a saliva seca e fervente - eu não sei o que fazer...eu sinto saudades da minha família - ela murmurou encarando a janela, seus olhos marejados formando a linha D'água abaixo dos olhos.

Jeyne observou a platinada mais a frente - não sei como é a sua dor...sei que sente saudades além da capacidade natural - a morena pronunciou em um suave suspiro.

Uma lágrima, diretamente do olho esquerdo desceu queimando pela bochecha avermelhada da targaryen que tanto encarava a janela até o horizonte - sinto saudades da minha mãe...eu a amava..e ainda amo... sempre foi uma mãe atenciosa, gentil, cuidadosa e protetora. - Dany pronunciou com a voz trêmula, cada memória passando como um raio na tempestade em sua mente.

As lembranças ainda frescas porém, dolorosas - quando alicent quis questionar sobre minha paternidade, ou quando a mesma quis atacar a gente.. minha mãe nos defendeu como uma dragão defendeu seus filhotes...ela sempre me deu conselhos, por mais que eu não os seguisse as vezes. -

Ela riu baixo, limpando as lágrimas que escorriam - sempre conversávamos quando ambos não conseguia dormir...quando meu irmão Jacaerys morreu na batalha..ela me nomeou sua herdeira...eu não queria mas era algo que eu precisava levar nas costas..ela foi uma rainha...que eu jamais vou ser nesta vida. - com um último suspiro Daenerys se permitiu chorar.

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