Chamas Ocultas - Katsuki Bakugou X [Nome]

Capítulo 12: O Peso da Verdade

Os corredores da U.A. estavam mais silenciosos do que o habitual. Talvez fosse a maneira como os sons ecoavam na mente de [Nome], ou talvez fosse simplesmente a quietude que se instaurara em seu coração após a conversa com Bakugou. A verdade que ele havia guardado por tanto tempo, sobre sua irmã, agora estava solta. Ele nunca pensou que seria capaz de dizer aquilo em voz alta, ainda mais para alguém como Bakugou.

Mas ali estava ele, caminhando de volta à sala de aula, os passos um pouco mais leves, mas o coração ainda pesado. Tudo o que tinha acontecido na última semana - o cervo, o vilão, perder o controle... tudo isso o fazia questionar quem ele realmente era. Mas o que mais o afetava era o fato de que agora Bakugou sabia.

Enquanto ele voltava à sala, a cabeça de [Nome] ainda estava mergulhada nas lembranças de sua irmã. O sorriso dela, as risadas, o som das asas batendo suavemente enquanto ela voava ao seu redor durante os treinos. Ela sempre foi uma fonte de inspiração, o tipo de pessoa que ele queria ser. Mas o dia em que ele perdeu o controle... o dia em que suas garras rasgaram as asas que ele tanto amava... aquela memória nunca deixava sua mente.

Ele se lembrava claramente de tudo. O olhar de dor no rosto dela, as asas manchadas de sangue, e o silêncio mortal que se seguiu. Ele tinha apenas conseguido olhar, impotente, enquanto a vida esvaía dos olhos dela.

"Você está bem?"

A voz de Bakugou quebrou seus pensamentos, trazendo-o de volta à realidade. Eles estavam parados na frente da porta da sala de aula agora, e Bakugou o olhava com aquela expressão firme e preocupada que [Nome] nunca imaginou que veria nele.

"Estou", [Nome] respondeu automaticamente, mas ambos sabiam que não era completamente verdade.

Bakugou grunhiu, como se quisesse dizer algo, mas optou por se manter em silêncio. Eles entraram na sala, e [Nome] voltou para seu lugar, tentando se concentrar na aula. Mas sua mente continuava a vagar.

A conversa no banheiro havia sido um alívio inesperado. Ele não sabia que precisava tanto compartilhar aquilo até que as palavras começaram a sair de sua boca. E Bakugou... quem diria que ele seria a pessoa que [Nome] mais confiaria nesse momento? Ele sempre admirou a força de Bakugou, a confiança, a maneira implacável com que enfrentava tudo o que a vida jogava em seu caminho. Talvez, em parte, fosse isso que o fazia se sentir tão seguro perto dele.

Mas admitir que ele estava com medo? Que ele não tinha controle? Isso foi a parte mais difícil.

E, de certa forma, Bakugou havia entendido.

Enquanto as palavras dele ecoavam na cabeça de [Nome], ele se sentiu, pela primeira vez em muito tempo, como se não fosse um monstro. "Você não matou sua irmã", Bakugou havia dito. Ele repetiu essas palavras para si mesmo, tentando acreditar nelas. Talvez, apenas talvez, ele não fosse a criatura horrível que sua mente dizia que era.

A aula continuou, mas [Nome] não conseguia se concentrar. Seus pensamentos estavam muito presos no passado e no futuro incerto. Ele sentia que, de alguma forma, essa confissão o havia mudado. Talvez ele pudesse, finalmente, começar a encontrar uma maneira de controlar seu Quirk e a si mesmo.

Enquanto o dia passava, a inquietação dentro dele começava a se dissipar. Não completamente, mas o suficiente para que ele pudesse respirar com um pouco mais de facilidade. Ele sabia que a jornada estava longe de terminar, mas pelo menos agora ele tinha alguém ao seu lado.

Quando a aula terminou, ele ficou sentado por mais alguns minutos, observando os outros saírem da sala, suas mentes ocupadas com deveres e conversas triviais. Bakugou estava entre os últimos a sair, mas antes de ir, ele olhou diretamente para [Nome], sem dizer uma palavra.

E naquele olhar, havia uma promessa silenciosa. A promessa de que, independentemente do que acontecesse, Bakugou estaria lá. Eles enfrentariam isso juntos.

[Nome] assentiu, um pequeno sorriso tocando seus lábios. Talvez, apenas talvez, as coisas pudessem melhorar. Com Bakugou ao seu lado, ele começou a acreditar que isso era possível.