Capítulo 17: O Beijo Sob a Lua

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O sol já havia se posto há algum tempo, e a U.A. estava mergulhada no silêncio noturno. As luzes da academia brilhavam fracamente, e os últimos alunos voltavam para seus dormitórios após um longo dia.

[Nome] havia passado o dia inteiro em um treinamento intenso com Simian. Os exercícios físicos eram duros, e o esforço mental de manter seu Quirk sob controle o deixava exausto. Simian havia forçado ao máximo, mas com paciência e uma habilidade admirável. O objetivo era claro: ensinar [Nome] a encontrar o equilíbrio entre sua natureza humana e a feroz animalidade de seu Quirk. Os alunos que observaram, como Kirishima e Sero, ficaram impressionados, mas, acima de tudo, preocupados com o estado de [Nome].

Caminhando pelos corredores com passos pesados, [Nome] tentava afastar a névoa de cansaço que pairava sobre sua mente. Ele só queria um banho quente e uma cama para se jogar.

Enquanto virava a esquina, perdido em pensamentos, seu corpo esbarrou com alguém — forte e determinado, mas familiar. Era Bakugou.

“Cuidado, idiota!” Bakugou reclamou, mas seu tom era menos agressivo do que o usual.

[Nome] piscou, surpreso. “Desculpa, eu não te vi.”

Bakugou estreitou os olhos, analisando o estado de [Nome]. Ele estava coberto de suor, seus cabelos bagunçados, e seus ombros caídos denunciavam o quão desgastado estava. Um breve silêncio caiu entre eles antes de Bakugou murmurar algo.

“Você trabalhou duro hoje… Eu vi você treinando com aquele cara.”

[Nome] deu um suspiro cansado. “Sim… Simian não pega leve.”

Bakugou bufou, cruzando os braços, mas o olhar dele era de preocupação. “Não acha que tá se esforçando demais? Vai acabar se quebrando no meio disso tudo.”

[Nome] sorriu de leve, apreciando a preocupação que Bakugou disfarçava tão mal. “Eu preciso disso. Preciso controlar esse poder antes que machuque mais alguém. Mas… obrigado por perguntar.”

Bakugou desviou o olhar, parecendo desconfortável com o elogio. “Tanto faz. Vai tomar um banho logo, tá fedendo.”

Ambos seguiram em direção ao banheiro, andando lado a lado. O silêncio entre eles era confortável, diferente das tensões que costumavam marcar suas interações. [Nome] sentiu o calor reconfortante da presença de Bakugou, algo que há pouco tempo ele teria achado impossível.

Quando chegaram à porta do banheiro, ambos pararam. O barulho distante de água correndo ecoava no ambiente vazio, mas nenhum dos dois fez menção de se mover.

“Olha,” [Nome] começou, quebrando o silêncio. Seus olhos desviaram para o chão, hesitantes. “Eu sei que não tenho estado muito presente desde que a gente... bom, desde que a gente falou sobre o que somos.”

Bakugou franziu a testa, tentando esconder o desconforto, mas seu olhar suavizou. “É, você anda sumido. Mas… eu sei o porquê.”

“Eu me sinto mal,” [Nome] continuou, sua voz baixa, quase um sussurro. “Eu queria estar mais com você, mas esse treino... Eu preciso me focar em melhorar. E eu sinto que estou te deixando de lado.”

Bakugou o interrompeu, sua voz cortando o ar de forma decidida. “Você não precisa se desculpar. Eu já falei antes, não sou um idiota que fica chorando por atenção. Se você precisa treinar, treina. Só… não faz isso sozinho. Eu tô aqui, porra.”

[Nome] ergueu o olhar, surpreso com a franqueza de Bakugou. Ele sabia que o loiro não era de expressar sentimentos com facilidade, e ouvir aquelas palavras fez algo dentro dele se aquecer.

A lua brilhava através da janela do corredor, iluminando suas silhuetas. Em um momento de impulso, como se todas as palavras não fossem mais suficientes, [Nome] se aproximou de Bakugou, hesitante, mas determinado.

Bakugou, por sua vez, não se afastou. Seus olhos fitaram os de [Nome], desafiadores, como se estivesse esperando para ver até onde aquilo iria. E então, em um movimento quase sincronizado, os dois se inclinaram levemente, seus lábios se encontrando em um beijo que foi, ao mesmo tempo, suave e intenso.

O mundo pareceu parar ao redor deles. O gosto familiar de suor e um toque de vulnerabilidade encheram o momento. O coração de [Nome] batia acelerado, e ele sentiu o calor que irradiava de Bakugou, forte e estável, como sempre.

Quando finalmente se afastaram, o ar estava mais pesado, e nenhum deles disse nada por um longo momento. Ambos respiravam um pouco mais rápido, o peso de tudo o que não precisava ser dito pairando entre eles.

[Nome] foi o primeiro a quebrar o silêncio, suas palavras cheias de sinceridade. “Eu só… não quero te perder.”

Bakugou revirou os olhos, mas o leve sorriso que surgia em seus lábios não passou despercebido. “Você não vai. Só faz o que tem que fazer e... a gente dá um jeito.”

[Nome] assentiu, sentindo uma onda de alívio. Mesmo sem muitas palavras, aquela troca havia sido tudo de que ele precisava para continuar, sabendo que Bakugou estaria lá, de algum jeito, com ele.

“Agora vai logo tomar esse banho,” Bakugou resmungou, dando um leve empurrão em [Nome], “antes que eu me arrependa de ter te beijado.”

[Nome] sorriu, sentindo o coração mais leve, e entrou no banheiro. Apesar do cansaço físico, ele sentia que algo dentro de si havia se renovado, algo que o impulsionaria a continuar lutando. E, dessa vez, ele sabia que não estava sozinho.

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⏰ Última atualização: Sep 16 ⏰

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Chamas Ocultas - Katsuki Bakugou X [Nome]Onde histórias criam vida. Descubra agora