Capítulo 8: Segredos Revelados

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Depois da intensa caçada e do caos que se seguiu, a turma finalmente conseguiu capturar o vilão. Ele era um homem magro, com olhos astutos e um sorriso sinistro que nunca deixava seu rosto, mesmo com as mãos amarradas firmemente. Kaminari, Sero e Kirishima o imobilizaram, enquanto Bakugou e [Nome] ajudavam a arrastá-lo até as cabanas, onde passariam a noite.

"Isso foi mais fácil do que pensei," Kirishima comentou, um sorriso de alívio no rosto. "Esperava mais resistência."

"Se você acha que foi fácil, é porque não estava no lugar certo," Bakugou resmungou, lançando um olhar irritado para o vilão. "Esse cara é esperto. Ele só tá jogando com a gente."

Enquanto o vilão era amarrado do lado de fora das cabanas, com cordas especiais que bloqueavam o uso de Quirks, os alunos começaram a se organizar para a vigília. Seria um trabalho em turnos, com grupos de alunos trocando de hora em hora para garantir que o vilão não tentasse fugir.

[Nome] fazia parte do primeiro grupo, junto com Kaminari e Tsuyu. Eles montaram guarda perto das cabanas, as tochas iluminando levemente a noite enquanto o vilão permanecia sentado no chão, amarrado, mas com uma postura relaxada, como se aquilo fosse apenas mais um inconveniente temporário.

[Nome] tentava manter a mente focada. Desde o incidente com o cervo, ele ainda sentia o peso da culpa e o medo do que mais poderia acontecer se perdesse o controle de novo. Estava grato por Bakugou tê-lo trazido de volta à razão, mas a sensação de ser uma bomba-relógio não o abandonava.

O vilão, no entanto, parecia atento demais, seus olhos sempre se movendo, avaliando cada um dos alunos à sua volta. Ele mantinha aquele sorriso enigmático, e isso começou a incomodar [Nome].

"Vocês acham que ele tá planejando algo?" Kaminari perguntou, cruzando os braços e observando o vilão com suspeita.

"Provavelmente," Tsuyu respondeu calmamente, seus olhos espertos nunca deixando o vilão. "Ele não parece ser do tipo que se rende facilmente."

[Nome] permaneceu em silêncio, mas sentia o olhar do vilão sobre ele, como se estivesse esperando o momento certo para falar.

E então, ele falou.

"Interessante... muito interessante," o vilão disse baixinho, mas o suficiente para que o grupo ouvisse. Seus olhos estavam fixos em [Nome] agora, e seu sorriso se alargou. "Você não tem ideia do que realmente é capaz, não é?"

[Nome] franziu a testa, tentando ignorar a provocação. "Cala a boca. Não estamos aqui pra ouvir suas besteiras."

Mas o vilão apenas riu, sua voz carregada de malícia. "Ah, mas não são besteiras. Eu vejo o que os outros não veem. Seu Quirk... tão selvagem, tão primitivo. Aposto que você ainda está descobrindo o quão fundo ele pode te levar. Ou talvez... esteja com medo do que vai encontrar se for muito longe."

Kaminari deu um passo à frente, visivelmente irritado. "Ei, já disse pra calar a boca! Não vamos cair nas suas joguinhos psicológicos."

O vilão, no entanto, não parou. Seus olhos estavam fixos em [Nome], como se o encarasse diretamente no coração. "Você sente, não sente? Aquela fome constante... aquela necessidade de controle. Mas uma parte de você... uma parte gosta quando perde esse controle, não é? Quando deixa o instinto tomar conta."

[Nome] tentou não reagir, mas as palavras do vilão o atingiram em cheio. Ele se enrijeceu, os olhos vacilando por um segundo. Como aquele homem sabia tanto? Como ele poderia entender algo que [Nome] mal conseguia explicar para si mesmo?

Tsuyu olhou para [Nome], percebendo a tensão crescente. "Não ouça ele. Ele só quer desestabilizar você."

O vilão inclinou a cabeça, como se estivesse se divertindo com a situação. "Você já matou antes, não é? Não estou falando do cervo. Estou falando de algo mais... algo que você tentou enterrar, mas que ainda vive dentro de você. Aposto que nem seus amigos sabem o quanto você pode ser perigoso."

As palavras ecoaram na mente de [Nome]. Ele sempre soube que seu Quirk era um dos mais difíceis de controlar, especialmente em situações extremas. Mas havia algo mais profundo, algo que ele nunca contou a ninguém. Uma verdade que o assombrava.

Sem aviso, ele se levantou abruptamente, as garras começando a aparecer em suas mãos. "Já disse pra calar a boca."

Kaminari olhou para [Nome] com preocupação. "Ei, cara, calma. Não deixa ele te afetar."

Mas [Nome] estava inquieto, seus olhos felinos estreitos, como se estivesse lutando para manter o controle. Ele deu um passo à frente, encarando o vilão, que simplesmente continuava sorrindo.

"Você sabe o que eu estou dizendo," o vilão continuou, com um tom mais suave, quase sussurrado. "Afinal, quem conhece melhor o predador do que a própria presa?"

O coração de [Nome] batia forte no peito. A cada palavra, parecia que o vilão estava abrindo portas dentro dele que ele havia mantido fechadas por tanto tempo. Seu corpo começou a tremer, e ele sentiu a ferocidade de sua natureza felina tentando emergir. O desejo de se libertar, de ceder ao seu instinto animal, estava crescendo, como uma maré avassaladora.

"Você... não sabe nada sobre mim," [Nome] rosnou, mas sua voz vacilou, revelando a dúvida que ele tentava esconder.

"Não sei? Eu vejo muito mais do que você pensa. E você sabe... eventualmente, o animal sempre vence."

Kaminari, agora visivelmente preocupado, se aproximou de [Nome]. "Cara, não deixe ele te levar por esse caminho. Ele tá só jogando com sua cabeça."

Tsuyu também se aproximou, tentando trazer [Nome] de volta à realidade. "Lembre-se, estamos todos aqui. Você não está sozinho."

Mas [Nome] sentia o peso de suas próprias verdades oprimindo-o, as palavras do vilão ecoando em sua mente. Ele sabia que, no fundo, havia uma parte de si que temia seu próprio poder. E havia coisas que ninguém sabia, coisas que ele tinha medo de admitir até para si mesmo.

"Eu... preciso de um tempo," [Nome] murmurou, virando-se abruptamente e caminhando para longe do vilão e de seus amigos, desaparecendo na escuridão da floresta.

Kaminari deu um passo à frente, como se fosse segui-lo, mas Tsuyu o deteve com um gesto de cabeça. "Dê um tempo a ele. Às vezes, é melhor deixar a pessoa respirar sozinha."

O vilão riu baixinho, satisfeito com o caos que havia causado. "Vejo que o espetáculo continua. Mas será que ele vai voltar?"

Bakugou, que estava chegando para o próximo turno, ouviu o final da conversa e lançou um olhar furioso para o vilão. "Que merda você fez agora?"

Kaminari se virou, claramente preocupado. "Ele... disse coisas sobre o Quirk de [Nome]. Tá mexendo com a cabeça dele."

Bakugou cerrou os punhos, o ódio borbulhando por dentro. "Idiota. Deixa comigo."

Sem pensar duas vezes, ele disparou na direção que [Nome] tinha ido, determinado a encontrá-lo antes que algo pior acontecesse.

Chamas Ocultas - Katsuki Bakugou X [Nome]Onde histórias criam vida. Descubra agora