Capítulo 9: Caça ao Instinto

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A noite estava mais fria do que o normal, o ar pesado com a umidade da floresta, e Bakugou não demorou a seguir os rastros deixados por [Nome]. Ele avançava rapidamente, ignorando os galhos e folhas que batiam em seu rosto. Cada segundo parecia uma eternidade, e o medo de que algo pior acontecesse o deixava ainda mais tenso.

Ele sabia que [Nome] estava lutando contra algo dentro de si, mas Bakugou também sabia que fugir não era a resposta. Aquele vilão havia mexido com a mente dele, instigando inseguranças e medos que [Nome] tentava manter enterrados. E Bakugou, mais do que nunca, queria estar lá para ajudá-lo.

Quando Bakugou finalmente o avistou, [Nome] estava parado no meio de uma pequena clareira, a respiração pesada, o corpo tremendo. Sua postura indicava que ele estava à beira de perder o controle mais uma vez. As garras de suas mãos já haviam se alongado, e suas presas estavam visíveis, iluminadas pela fraca luz da lua que atravessava as árvores.

"[Nome]!" Bakugou gritou, parando a uma distância segura. "Você não pode fugir toda vez que as coisas ficarem difíceis!"

[Nome] virou-se lentamente, os olhos brilhando com um misto de fúria e desespero. "Fica longe de mim, Bakugou! Não posso me controlar... não agora."

Bakugou deu um passo à frente, ignorando o aviso. "Eu não ligo! Não vou te deixar sozinho nessa. Você precisa lutar contra isso!"

"Eu estou lutando!" [Nome] gritou de volta, sua voz quebrando ao final. Ele deu um passo para trás, sentindo o chão abaixo dele tremer. "Você não entende... cada vez que eu perco o controle, é como se eu fosse... menos humano. E eu não posso arriscar machucar alguém. Não posso... te machucar."

Bakugou cerrou os punhos, seu corpo irradiando determinação. "Você não vai me machucar. Eu confio em você. E você precisa confiar em mim."

Mas [Nome] balançou a cabeça, os olhos cheios de angústia. "Você não entende. Eu... eu sinto essa fome. Esse desejo de... destruir tudo à minha volta." Suas palavras saíam em sussurros, como se a confissão fosse dolorosa. "E se você estiver perto quando isso acontecer... eu não vou conseguir me perdoar."

Bakugou viu o medo nos olhos de [Nome] e soube que era mais profundo do que qualquer ferocidade. Ele estava com medo de si mesmo. Mas antes que pudesse dizer algo, [Nome] grunhiu, segurando a cabeça como se tentasse reprimir o impulso crescente dentro dele.

"Vai embora!" [Nome] gritou, a dor evidente em sua voz. E antes que Bakugou pudesse reagir, ele correu para a escuridão da mata, desaparecendo entre as árvores.

Bakugou gritou o nome dele, mas não houve resposta.

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A noite passou lentamente, e os primeiros raios de sol começaram a aparecer no horizonte. Bakugou não conseguiu dormir, passando o resto da noite revirando o que poderia fazer. Sua preocupação estava à flor da pele, e assim que a luz da manhã se espalhou pela floresta, ele reuniu o restante dos alunos.

"Tivemos que esperar até o amanhecer," Kirishima comentou, olhando para Bakugou com um semblante preocupado. "Agora vamos procurá-lo juntos."

Mina, Kaminari, Sero e Tsuyu se juntaram a Bakugou, todos ansiosos para encontrar [Nome]. Eles espalharam-se pela floresta, vasculhando cada canto à medida que avançavam, mas era Bakugou quem estava mais à frente, liderando a busca com uma determinação feroz.

Eles procuraram por horas, seguindo rastros, marcas de garras e até o cheiro que [Nome] deixava no ar. E então, perto de uma cachoeira, Bakugou avistou algo que fez seu coração disparar.

Sobre uma grande rocha, parcialmente coberto pela água que respingava da cachoeira, estava [Nome], encolhido como uma fera adormecida. Seu corpo estava coberto de sangue seco, os músculos tensos mesmo em repouso. Ele parecia exausto, como se tivesse lutado contra algo a noite inteira.

Bakugou parou ao lado da rocha, olhando para ele com um misto de alívio e preocupação. "[Nome]..." ele sussurrou, mais para si mesmo.

O restante do grupo chegou logo depois, e Mina arfou ao ver o estado de [Nome]. "Meu Deus, o que aconteceu com ele?"

Kirishima se aproximou lentamente, observando o sangue que cobria o corpo de [Nome]. "Ele... ele fez isso com o cervo de novo?"

Bakugou balançou a cabeça. "Não... isso é diferente. Ele lutou contra si mesmo a noite toda." Ele olhou para os outros, os olhos sérios. "Precisamos tirar ele daqui. Não pode continuar assim."

Com cuidado, Bakugou subiu na rocha e se aproximou de [Nome], tocando suavemente seu ombro. "Ei, idiota... acorda. Não podemos ficar aqui pra sempre."

[Nome] se mexeu levemente, abrindo os olhos com dificuldade. Ao ver Bakugou, sua expressão foi de confusão e alívio, mas a exaustão era visível. "Bakugou... eu... não consegui segurar."

Bakugou o puxou para cima, ajudando-o a se levantar. "Você lutou. E isso é o que importa."

Com o apoio de Bakugou e os outros, [Nome] conseguiu descer da rocha, o peso da culpa e do medo ainda pairando sobre ele. Mas enquanto caminhavam de volta para as cabanas, ele sabia que, apesar do que havia acontecido, não estava sozinho. E, por mais difícil que fosse, ele teria que enfrentar seu medo com seus amigos ao seu lado.

A única pergunta que ainda permanecia era: até onde o controle dele seria testado?

Chamas Ocultas - Katsuki Bakugou X [Nome]Onde histórias criam vida. Descubra agora