Medo Bobo - Mailila

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Maiara estava no sofá, o celular em mãos, encarando a tela com um misto de nervosismo e expectativa. O contato de Marília brilhava, a última conversa ainda aberta, sem uma resposta definitiva. As duas sempre tiveram uma conexão profunda, algo que ia além das palavras, mas o medo sempre as manteve à distância. Até agora.

De repente, o som de uma notificação quebrou o silêncio, e o nome de Marília apareceu na tela. **Ela** estava ligando.

O coração de Maiara acelerou. Ela sabia que aquela ligação não era por acaso. Atendendo com um leve tremor na voz, respondeu, tentando manter a calma.

— Alô?

— Oi, Maiara... — A voz de Marília estava diferente. Um misto de medo e desejo. Era o tom que Maiara conhecia tão bem, um que ela esperava há tempos ouvir em um contexto diferente. — Precisamos conversar.

Maiara respirou fundo, aliviada por finalmente ouvir aquilo que ela temia ser apenas uma ilusão em sua mente.

— Eu pensei que estava imaginando tudo isso, que era coisa da minha cabeça...

— Não é coisa da sua cabeça. — Marília suspirou do outro lado da linha. — Eu também pensei muito. A gente se segurou por tanto tempo, por causa de outras pessoas, por causa do medo... mas não dá mais. Eu não consigo mais ignorar o que sinto por você.

O coração de Maiara batia acelerado. **Tanto amor guardado, tanto tempo perdido.**

— Você tem ideia de quantas vezes eu quis te dizer isso, Marília? Quantas vezes eu me segurei por achar que não era o certo?

— Eu sei... — Marília respondeu suavemente, sua voz carregada de emoção. — Mas agora eu estou aqui. Sem mais barreiras, sem mais desculpas. Só a gente.

O silêncio que se seguiu foi preenchido por anos de sentimentos não ditos, até que Marília quebrou o gelo.

— Eu estou perto da sua casa. Posso passar aí?

Maiara hesitou por um segundo, o medo bobo tentando se infiltrar mais uma vez, mas logo o expulsou.

— Vem.

***

O tempo parecia se arrastar, mas finalmente Marília chegou. Maiara abriu a porta, e as duas se encararam, como se todo o universo estivesse esperando por esse momento.

Marília deu um passo à frente e, sem dizer mais nada, a abraçou com força. O toque era reconfortante, familiar, como se todo o medo e a insegurança que haviam acumulado ao longo do tempo se dissolvessem naquele abraço.

— Eu esperei tanto por isso — Maiara murmurou, com a voz embargada. — Tanto tempo para que finalmente a gente se desse uma chance.

Marília afastou-se um pouco, olhando nos olhos de Maiara com um brilho que Maiara conhecia bem. Era um olhar cheio de amor, mas também de arrependimento por todos os momentos perdidos.

— Eu esperei também. Eu não sabia como dizer, como enfrentar. Mas, quando eu te vi, percebi que o que eu mais queria era estar com você.

As palavras eram sinceras, e o medo bobo que antes as havia mantido separadas estava agora desaparecendo.

— Na hora que eu te beijei, foi melhor do que eu imaginei — disse Marília, com um sorriso. — Se eu soubesse que seria assim, teria feito isso antes.

Maiara sorriu, sentindo uma mistura de alívio e felicidade.

— No fundo, sempre fomos bons amantes — disse Maiara, a voz cheia de emoção. — E agora, finalmente, podemos deixar o medo para trás.

Marília assentiu, os olhos cheios de lágrimas felizes.

— É o fim daquele medo bobo — confirmou ela, antes de se inclinar e dar um beijo suave em Maiara. O beijo foi cheio de promessas, de tudo o que estava por vir, de uma nova chance para elas.

O beijo terminou, mas as mãos de Marília ainda seguravam as de Maiara, como se temesse que o momento fosse se desfazer.

— Vamos deixar o passado para trás e começar um novo capítulo — sugeriu Marília, com um sorriso esperançoso.

Maiara concordou, seus olhos brilhando com a mesma esperança.

— Vamos.

E assim, com o medo bobo finalmente superado, as duas se abraçaram novamente, prontas para enfrentar o futuro juntas, deixando para trás todas as inseguranças e abraçando a nova chance que tinham ganhado.

História das músicas- MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora