ideia

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Demorou apenas
2 beijos
1 cafuné
5 gargalhadas e
3 carinhos no dedo pra
eu me apaixonar por você
~ Gabe Balzan

Foi bem mais rápido que isso.

Para todos que perguntarem quem foi o primeiro a se interessar, a resposta sempre será a mesma: Ele. Ele se interessou primeiro e foi atrás. Diego sempre teimou que não, que quem olhou primeiro foi ele, e quem sorriu primeiro também, e talvez essa parte seja verdade, mas Amaury não falava sobre isso. Ele falava sobre o aviso que seu coração deu no instante em que seus olhos cruzaram com os de Diego.

Porque rolou um aviso. Seu coração bateu errado, ou certo, avisando que não era um flerte comum. E aquilo sequer era flerte. O sorriso de Diego tinha acabado de esbarrar no seu e seu peito já batia agitado gritando avisos e mais avisos.

Ou seriam loucuras?

Amaury sabia, era uma barulheira só! Tanta, que chegava as orelhas em um batuque desvairado, uma escola de samba. E que bela forma Diego encontrou de chegar em sua vida, chamando toda a sua atenção, presenteando-o com um carnaval em pleno outubro.

Um belo presente.

Logo pra ele que sempre foi apaixonado pela maior festividade brasileira e pelo amor e agora recebia ambos de uma vez só.

Amaury Lorenzo sempre se considerou um cara intenso na vida. Amava viver e  sempre disse a qualquer um que o segredo para se viver bem era viver em coragem. Coragem para ser quem se é e para olhar o amor nos olhos. E ele sempre fez isso, sempre foi de amar o amor, olha-lo com respeito e ser um bom hóspede para o sentimento. O seu e o do outro. O deixava entrar, desfazer as malas, ficar o tempo que quisesse e partir quando fosse necessário. Não fazia muitas exigências, pedia apenas que cuidasse do espaço enquanto estivesse ali e deixasse a porta aberta quando fosse a hora de ir embora.

Seu pedido nem sempre dava certo, e às vezes era preciso reforma. Infelizmente alguns inquilinos não cuidavam tão bem da estalagem e quando partiam Amaury precisava de algum tempo para colocar tudo em ordem. E era o que fazia antes de conhecer Diego. Estava aproveitando a reforma feita há algum tempo, satisfeito com tudo limpo e organizado. Faltava apenas abrir as portas e as janelas para que o ar e a luz entrassem. Para que alguém pudesse entrar.

Foi o que Diego fez.

Chegou de uma só vez, com sorriso gentil, riso leve e voz doce e saiu abrindo tudo. Quando Amaury deu por si, ainda naquela primeira conversa olhava para o mais novo com encanto, querendo convidá-lo a ficar. Oferecendo um lugar gostoso, roupas frescas e travesseiros macios. E mal o conhecia.

Maluquice.

Mas ele não o fez sozinho, Diego também lhe oferecia um ponto de aconchego. Amaury encontrou rapidamente lugar para si nas pupilas interessadas do ruivo e ainda no dia seguinte ficou evidente que podiam trocar moradia. Amaury podia morar no brilho dos olhos castanhos e Diego no calor de seu peito.

Amaury já tinha amado antes, Diego também. Mas como nenhum amor é igual ao outro, o preto sentiu que amava pela primeira vez. E o fazia de fato, afinal, nunca tinha tido um Diego Martins em sua vida. Aquele homem era único, e o amava de um jeito único. O ensinava sobre o amor de um jeito novo e ocupava lugar em seu coração como nenhuma outra pessoa havia ocupado. E não é  desmerecendo ninguém que veio antes, é que ele o fazia com propriedade. Como quem pensava em ficar pra sempre.

Diego redecorou seu coração como quem organiza a casa para ficar com a sua cara. Ele pintou as paredes, realocou os móveis, enfeitou tudo e deixou tudo com sua aparência. O primeiro inquilino a virar proprietário.

SOLTEIRO FORÇADOOnde histórias criam vida. Descubra agora