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Às vezes, me pego refletindo sobre como a vida pode ser verdadeiramente imprevisível. É uma daquelas verdades universais que muitas vezes soa clichê, mas é difícil não reconhecer a sua validade. Desde tudo o que aconteceu entre Catherine e eu, há meses atrás, há momentos em que ainda me pego sem acreditar que aquilo realmente foi real. É como se fosse um daqueles momentos surreais em que você se vê fora do seu próprio corpo, observando a sua vida desenrolar diante dos seus olhos como se fosse um filme. A dor, a tristeza, o amor, a redenção — todas essas emoções misturadas formam uma tapeçaria complexa de experiências que moldaram quem eu sou hoje.

E mesmo agora, meses depois, enquanto olho para trás e vejo o caminho que percorri, ainda há uma sensação de incredulidade que permeia meus pensamentos. Como foi possível que duas pessoas, tão distantes e tão próximas ao mesmo tempo, tenham sido capazes de encontrar o seu caminho de volta uma para a outra em meio ao caos e à confusão? Mas, apesar de todas as incertezas e dúvidas que possam surgir, uma coisa é certa: eu não mudaria nada do que aconteceu. Porque, no final das contas, foi essa jornada turbulenta e cheia de altos e baixos que me trouxe até aqui, me tornando quem eu sou hoje. E por isso, sou eternamente grata pela imprevisibilidade da vida e por todas as lições que aprendi ao longo do caminho.

À medida que o inverno cedeu lugar à primavera, Nova York se transformou em um cenário de renovação e esperança. As árvores, uma vez esqueléticas e cobertas de neve, agora estão adornadas com folhas de múltiplas cores e flores em plena floração, enquanto o céu azul se estende infinitamente sobre a cidade que nunca dorme. Enquanto isso, eu mergulhei de cabeça em uma nova paixão: a escrita. Entre as aulas da faculdade, meu trabalho como tutora e a produção do meu livro, cada momento livre era dedicado à exploração das palavras e das histórias que habitavam minha mente. Não era fácil equilibrar todas as responsabilidades, mas cada palavra escrita era uma pequena vitória que valia a pena celebrar.

Além disso, houve conquistas emocionantes entre meu ciclo de amigos. Elena realizou seu sonho de participar de um workshop de fotografia na Europa, mesmo que isso significasse trancar o curso por um tempo. Sua ausência foi sentida profundamente, mas estávamos todos orgulhosos dela por seguir seus sonhos. Enquanto isso, Allyson brilhou com sua primeira exposição de quadros, um marco emocionante em sua jornada artística. O orgulho que emanava de Cate era palpável, e todas nós compartilhávamos dessa felicidade. Claro, Sarah não perdeu a oportunidade de fazer piadas e se gabar por Allyson, enquanto Sandra, sempre a pragmática, a lembrou gentilmente de dar crédito onde crédito é devido.

Cate e eu continuamos a evoluir juntas, descobrindo novas facetas uma da outra à medida que o tempo passava, como se fosse um desdobramento natural de nosso relacionamento. Estávamos em um lugar ótimo, verdadeiramente nos amando e apreciando a companhia uma da outra. Em um gesto que simbolizava nosso compromisso crescente, Cate me deu uma cópia da chave de sua casa e até reservou um espaço em seu closet para as minhas coisas. Nosso relacionamento se solidificou ainda mais quando, durante um de nossos passeios, encontramos um gatinho perdido na rua. Era um felino de pelagem cinza e olhos curiosos.

Depois de uma breve discussão sobre ficar com ele, Cate finalmente cedeu, e o nomeamos de Oliver. Como eu passava mais tempo na casa de Cate do que na minha própria, fizemos questão de preparar um cantinho aconchegante para ele lá também. Ele tinha uma pequena cama confortável, brinquedos espalhados e até um poste arranhador. Era encantador vê-lo se aconchegar nos lugares mais inusitados e ouvir seu ronronar suave, que se tornou uma trilha sonora de nossas noites tranquilas.

Minha família, obviamente, ficou sabendo do meu relacionamento com Cate. Após uma breve hesitação inicial, especialmente por eu estar namorando uma mulher de quase quarenta e sete anos, eles acabaram ficando felizes por mim. Minha mãe, em particular, estava ansiosa para conhecer Cate. Por outro lado, Blanchett estava nervosa com a perspectiva do encontro. Apesar de sua aparente confiança em tantas áreas da vida, ela mostrava um lado vulnerável ao pensar em conhecer minha família. Era adorável vê-la assim, nervosa e preocupada com a impressão que deixaria. Eu tentava acalmá-la, lembrando-a de que minha família valorizava minha felicidade acima de tudo.

Be Mine: O Próximo PassoOnde histórias criam vida. Descubra agora