Capítulo 2: Novos Caminhos

7 2 0
                                    

Sakura respirou fundo enquanto se olhava no espelho, ajustando o jaleco branco que usava sobre uma blusa de manga longa. O dia seguinte ao ritual falho trouxe consigo a determinação de seguir em frente. Ela sabia que não poderia deixar um único evento desanimá-la; havia muito mais na vida além daquelas sombras que tentava dissipar. Com um último olhar para seu reflexo, saiu de casa, pronta para encarar o mundo.

A caminhada até a casa da paciente, uma mulher idosa que morava no bairro mais chique de Konoha, era sempre prazerosa. O Sol já começava a se pôr, tingindo o céu de tons laranjas e rosas. As ruas estavam cheias de vida; as pessoas se dirigiam aos melhores bares e restaurantes, criando uma atmosfera vibrante que contrastava com o cansaço do dia.

Ao chegar na residência da mulher, Sakura foi recebida com um sorriso caloroso. A paciente precisava de cuidados diários e Sakura estava ali para ajudar com as tarefas básicas de saúde. Durante a consulta, ela se dedicou a ouvir atentamente as histórias da mulher sobre sua juventude e os dias gloriosos em que dançava sob as luzes da cidade. Enquanto cuidava dela, Sakura percebeu que cada palavra compartilhada era um lembrete do valor das conexões humanas.

O tempo passou rapidamente, e quando ela finalmente terminou o atendimento, já era quase noite, por volta das 17h57. Ao sair da casa, Sakura caminhou pelas ruas iluminadas por lanternas e letreiros de néon. Enquanto ela passava por um carro estacionado, uma voz familiar chamou sua atenção.

— Ei, Sakura! — Kiba gritou do banco do motorista, abaixando o vidro do carro.

Ela sorriu ao reconhecer o amigo de faculdade. Kiba sempre teve um jeito descontraído e carismático que a fazia sentir-se à vontade.

— Kiba! O que você está fazendo aqui? — perguntou ela enquanto se aproximava do carro.

— Estava passando e pensei em te dar uma carona. Você parece cansada — ele respondeu com um sorriso largo.

Sakura hesitou por um momento. Não queria incomodá-lo ou parecer que estava dependendo dele.

— Ah, não quero te dar trabalho… — começou ela.

Mas Kiba não deu ouvidos às suas palavras.

— Ah, vai! É só uma carona! Além disso, faz tempo que não conversamos direito! — insistiu ele.

Rindo da insistência dele, Sakura finalmente cedeu:

— Tudo bem então! Obrigada!

Ela entrou no carro e eles começaram a conversar sobre os dias na faculdade e como suas vidas haviam mudado desde então. Kiba sempre teve uma queda por ela; isso estava claro em seu olhar afetuoso e nas pequenas atitudes atenciosas que ele tinha. Mas Sakura sempre deixara isso claro: eram apenas amigos.

— Então, como está o estágio? — ele perguntou enquanto dirigia pelas ruas movimentadas.

— Cansativo, mas gratificante — respondeu ela com sinceridade. — E você? O trabalho na clínica está indo bem?

— Sim! Muita coisa acontecendo, mas eu gosto do desafio — disse Kiba com entusiasmo.

Enquanto conversavam, Sakura sentia-se confortável com a presença dele. Era bom ter alguém como Kiba por perto; ele sempre fazia seu dia parecer um pouco mais leve.

Ao chegarem à porta da casa de Sakura, ela se virou para agradecer:

— Obrigada pela carona! Foi realmente bom conversar com você!

Kiba sorriu novamente, seus olhos brilhando:

— Sempre que precisar, é só me chamar!

Sakura acenou e desceu do carro, sentindo-se grata pela amizade dele enquanto entrava em casa. Após tomar um banho rápido para relaxar após um dia cansativo, vestiu uma camisola confortável e uma camisa masculina que encontrou jogada pela cama. O cansaço tomou conta dela rapidamente; assim que se acomodou sob os lençóis macios, fechou os olhos e adormeceu.

Sonhos sobre aventuras ainda não vividas dançavam em sua mente enquanto a noite envolvia Konoha em seu manto tranquilo.

[....]

Sakura acorda sobressaltada, os sentidos aguçados pelo barulho estranho que ecoa na cozinha. O coração acelera, e uma onda de adrenalina a faz levantar da cama. Ela mora sozinha, então a ideia de um ladrão a deixa em estado de alerta. “Não, não pode ser...”, pensa enquanto se levanta rapidamente, caminhando na ponta dos pés, tentando não fazer barulho.

Com cada passo, o barulho se torna mais nítido. Ela se aproxima da cozinha, o som é como um arranhar ou talvez um leve tilintar de metal. Quando chega perto da porta, ela vê a panela que havia deixado de lado na pia, uma lembrança de sua preguiça durante o dia. “Isso não é nada”, murmura para si mesma, pegando a panela pelo cabo com determinação.

Ao abrir a porta da cozinha, tudo está escuro e silencioso. Ela acende a luz com um movimento rápido e se prepara para atacar qualquer intruso que possa estar ali. Mas ao olhar em volta, não há ninguém. Um sorriso nervoso surge em seu rosto enquanto ela percebe a cena ridícula que acaba de criar em sua mente: uma mulher armada com uma panela contra um ladrão invisível.

“Que vergonha!”, ela ri sozinha enquanto deixa a panela na mesa e caminha de volta para o quarto.

Sakura entra no quarto, ainda rindo da própria imaginação. “Talvez eu não seja tão corajosa quanto pensei”, reflete enquanto se joga na cama. O travesseiro macio parece acolhê-la enquanto ela fecha os olhos por um momento, ainda sentindo um misto de alívio e constrangimento.

Mas então, do nada, uma sensação estranha invade o ambiente. Ela abre os olhos devagar e sente um frio na espinha. A escuridão do quarto parece mais densa agora. “O que foi isso?”, pergunta-se em voz alta. Ela tenta ignorar a sensação inquietante e decide se concentrar em algo mais positivo.

No entanto, antes que consiga relaxar novamente, um grito escapa de sua garganta quando ela vê uma figura estranha no canto do quarto. Um homem com olhos vermelhos brilhantes a encara fixamente na penumbra. O pânico toma conta dela; seu coração dispara e a adrenalina volta com força total.

“Quem é você?! O que você quer?!” grita Sakura, sua voz tremendo enquanto tenta recuar para longe da figura ameaçadora.

O desespero toma conta dela enquanto ela se dá conta de que as coisas nunca foram tão simples como pareciam ser. No instante em que o grito dela ecoa pela casa silenciosa, tudo parece congelar ao seu redor...

let me ruin you Onde histórias criam vida. Descubra agora