let me ruin you

Capítulo 4 - O Encontro

Sakura despertou com a luz do sol filtrando-se pelas cortinas, mas a sensação de dor que percorria seu corpo e a pressão na cabeça a fizeram hesitar em sair da cama. Enquanto seus olhos se ajustavam à claridade, ela avistou um homem de pele bronzeada, todo tatuado, sentado em uma poltrona. Seus cabelos e olhos negros pareciam absorver a luz ao redor, e o sorriso discreto nos lábios dele fez um frio na barriga dela.

Memórias confusas começaram a surgir em sua mente, lembranças do arco de tudo que havia acontecido. Ignorando o homem, Sakura levantou-se lentamente e caminhou até o banheiro. Ao se despir para tomar um banho rápido, ela se deparou com uma marca estranha em seu pescoço – um símbolo que não reconhecia. A perplexidade tomou conta dela por alguns instantes; onde teria surgido aquilo? Mas a urgência de se preparar para o trabalho a fez deixar essas questões de lado.

Depois do banho revigorante, ela se vestiu rapidamente e voltou para o quarto. O homem ainda estava lá, como se fizesse parte do ambiente. Um grito involuntário escapuliu de seus lábios ao vê-lo novamente.

— Que porra é essa? — exclamou, o rosto queimando de vergonha. A visão dele era como um geladeira Electrolux de quatro portas: imponente e irresistível.

Ele apenas riu, como se pudesse ler seus pensamentos mais íntimos. Sakura sentiu seu coração acelerar enquanto ele se levantava e caminhava em sua direção. Ela recuou até sentir as costas contra a parede fria, um misto de medo e curiosidade pulsando dentro dela.

Ele chegou mais perto, suas mãos tocando gentilmente as pontas dos dedos no rosto pálido dela. A carícia delicada provocou um suspiro involuntário e profundo. Em um movimento inesperado, ele segurou seu cabelo com firmeza, fazendo-a olhar diretamente em seus olhos por um momento que pareceu durar uma eternidade.

Então, sem dizer nada, ele soltou seu cabelo e saiu do quarto, deixando Sakura em um turbilhão de emoções não resolvidas.

Após a estranha cena em que o homem a deixou sem palavras, Sakura rapidamente vestiu suas roupas de médica, o coração acelerado pela adrenalina e pela confusão que sentia. Com um movimento automático, ela se dirigiu à fruteira e pegou uma fruta, tentando se distrair enquanto ele a observava silenciosamente do canto da cozinha.

Sakura fez o possível para ignorar sua presença, mas a intensidade do olhar dele era inegável. Ela se sentia exposta e vulnerável, como se estivesse sendo analisada por um predador. Com a fruta em mãos, decidiu que era hora de sair e ir ao trabalho.

Quando se aproximou da porta, algo a fez hesitar. Antes que pudesse girar a maçaneta, ele a puxou pelo braço com uma força surpreendente, fazendo-a ficar de frente para ele. O calor do corpo dele era palpável, e Sakura sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

“Você não pode simplesmente sair assim,” disse ele, sua voz baixa e envolvente.

Sakura olhou nos olhos dele, perdendo-se na profundidade daquele olhar negro. Ele tocou suavemente seu pescoço, onde a marca ainda pulsava levemente. O toque era elétrico e despertou algo dentro dela que ela não conseguia entender.

“Eu… eu preciso ir,” murmurou ela, mas sua voz soou mais como um sussurro fraco.

Ele inclinou a cabeça levemente, estudando seu rosto com uma intensidade que a deixava sem fôlego. O espaço entre eles parecia encher-se de uma tensão palpável e irresistível. Sakura podia sentir seu coração disparar enquanto ele se aproximava ainda mais.

Então, num movimento inesperado, ele desapareceu em uma nuvem de fumaça negra, deixando apenas o cheiro de algo queimado no ar. Sakura ficou paralisada por alguns instantes, tentando processar o que acabara de acontecer. A mistura de medo e atração a deixou confusa e inquieta.

Ela levou uma mão ao pescoço, onde ainda sentia o calor do toque dele. “O que foi isso?” pensou consigo mesma, enquanto tentava recuperar o fôlego.