Cap 21 - O Sequestro de Lloyd

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Morro pov:

Finalmente peguei o que nós precisávamos para o treinamento. Sinto que meu irmãozinho está progredindo, contudo ainda falta trabalhar melhor seu equilíbrio e mira. Ele me disse que era zoado na escola por causa dessas péssimas habilidades. Por isso, para ajudá-lo, eu estou voltando com algumas correntes e pesos. Eu vou usá-los de apoio para fazer o ventinho melhorar o distribuimento de peso dele nas pernas, isso ajuda no equilíbrio.

Tomara que ele não me tenha aprontado alguma enquanto eu saí. Sei lá o que ele é capaz de aprontar sem a minha supervisão.

Mas se bem que ele é um menino bonzinho, comportado e bem esforçado. Ele não gosta de me dar trabalho, o que facilita meu trabalho de protegê-lo.

Sabe. A zona que estamos nos abrigando é bem separada das áreas mais importantes da proeminente, eu escolhi lá por ser um lugar mais vazio, silencioso e com menos chances de sermos pegos, pois parece que o mundo inteiro aqui nos odeia. Não se pode confiar nos outros, vai se algum fantasma é um espião a mando da Proeminente.

Voo mais rápido com ajuda de meus poderes para chegar logo em nosso esconderijo. Uso meu vento como se fosse uma mochila a jato, é uma maneira bem legal de se locomover.

"Lloyd! Cheguei" - grito animado adentrando o lugar - "Trouxe alguns equipamentos que acho que vão te ajudar!" - fico no aguardo do cotoco

Nenhuma resposta... Olho ao redor no quarto, ele está silencioso e vazio como se ninguém nunca tivesse dormido nele.

Meu falso coração acelera. Onde foi parar aquele menino! Começo a olhar e olhar todos os cantos do nosso pequeno esconderijo. Talvez ele tenha se escondido, é com certeza - "Lloyd! Já deu com essa brincadeira! Você está me assustando" - começo até a procurar em espaços inimagináveis de se esconder - "Lloyd? Já chega dessas brincadeiras!"

Nenhuma resposta novamente. Nenhum sorriso quente, nenhuma gargalhada após-pegadinha, nenhum abraço.

Lloyd não está aqui.

Em desespero, saio do esconderijo e começo a vagar em segredo pelos corredores dessa região. Se ele saiu, não deve estar muito longe. Eu tenho que achá-lo antes que algo de ruim aconteça com ele. Ele deve estar perdido e triste.

"Lloyd me aguarde" - murmuro numa tentativa de me acalmar - "Seu irmão vai te achar"

Lloyd pov:

Ai! Que dor de cabeça infernal. Por que parece que alguém me deu um soco? Sinto meu mundo girando e girando.

Tento abrir meus olhos, mas eles estão cansados demais para colaborar. O que eu estava fazendo mesmo?

Ah! Lembrei! Eu estava dormindo confortavelmente no esconderijo. Lembro que Morro tinha saído para buscar alguma coisa para meu treino. Será que toda essa agitação ao meu redor é ele?

Estranho. Geralmente ele é todo silencioso e cauteloso quando vê que estou dormindo.

Começo a tentar sentir melhor meus arredores. Parece que meu mundo está tremendo. Eu estou em contato com o chão, mas sinto que estou balançando.

Fantasma tem labirintite?

De supetão, eu escuto uns murmúrios, tento identificar o que escuto, mas percebo que não conheço essa voz.

Ela não é a do meu irmão. Essa não é a voz mal-humorada de Morro.

Cadê meu irmão? Onde eu estou?!?

Tento usar toda essa energia vinda do choque para me levantar, mas quando eu tento eu bato de cara com uma grande dura e fria - "Ai. Que é isso?"

"A princesinha acordou?" - uma voz desconhecida me pergunta. - "Já achei que ia precisar te balançar para a senhorita acordar" - ele continua caçoando de mim.

Quando decido olhar na direção dessa voz ameaçadora sinto meu mundo inteiro desabar. Aquela roupa, aquele estilo de fala, o jeito de agir: ele trabalha para a proeminente, ele é um dos prezados soldados dela.

Como eu sei? Olhando assim direto para ele, me lembro de ter o visto antes. Ele é um daqueles fantasmas que realmente odeia o meu irmão.

"O que você quer de mim?" - eu pergunto temendo a minha vida - "Eu nunca vou te contar onde está o meu irmão!"

Ele olha para mim no fundo dos meus olhos e se aproxima da mini jaula em que fui capturado, a pedra usada na barras dela, vinda da proeminente, é uma das únicas matérias que pode repelir habilidades de um fantasma. O homem assustador e barbudo começa a rir de mim como se eu fosse um bicho num zoológico, ou melhor, uma presa entre leões famintos - "Você não precisa me contar" - ele fala confiante - "Ele virá até mim"

Meu coração dispara, o medo e o pânico invadem minha alma imortal. O que eles querem com meu irmão? Será que vão feri-lo? Será que vão fazer coisas malignas com ele? Será que ele sabe que eu sumi? Será que vou vê-lo novamente?

"Não se preocupe, pequeno. Não faremos mal nenhum a ele. Só queremos conversar" - o cara mal me diz

Ata. Como se eu fosse acreditar.

O desespero dentro de mim logo se transforma em fúria. Sinto como se estivesse pegando fogo, como se todos os órgãos em meu corpo estivessem pedindo por liberdade.

Uso todas as minhas forças para chacoalhar a gaiola que me prende, talvez eu consiga me libertar - "SOCORRO! ALGUÉM ME AJUDA!"

Eu olho para a cara do fantasma mal - "Quando eu sair daqui vocês vão ver só!" - Faço minha expressão mais maligna, talvez isso assuste eles.

Todos os capangas que estão na sala começam a rir de mim, como se eu tivesse soltado a melhor piada do mundo e não uma ameaça. - "Eu estou falando sério! Vocês vão ver só!" - eu me defendo

"Há há. Boa piada" - o homem que segura minha jaula diz - "Mas acho que tá na hora de fazer você ficar um pouco mais quietinho. Sua voz me irrita e não precisamos de você acordado para fazer esse plano funcionar" - ele passa a gaiola me contendo para uma fantasma maligna, que começa a me levar para outro lugar

"Vocês vão machucar o meu irmão?" - eu pergunto tremendo de medo, não quero que nada ocorra a ele

"Não" - a pessoa responde - "A proeminente não deseja ferimentos nele, já em você" - ela sorri maliciosamente - "não posso prometer nada"

COMO ASSIM? Eles querem me machucar? Mas o que eu fiz para eles? Claro, eu sei que preguei algumas pegadinhas. E que já roubei deles. E que sou contra a proeminente, que é a líder e divindade deles. Mas isso não é motivo para me machucar! Ou é?

Eu estou com medo, não sei o que fazer. Nunca fiquei sozinho numa situação desse tipo, eu sempre tive meu irmão ao meu lado para enfrentar esses caras. Ele sempre está ao meu lado me dizendo coisas fofas e esperançosas.

Como eu vou sobreviver? Eu sou apenas uma criança!

A moça que me leva parou em frente a uma sala com guardas da Ser Maior. Eles liberaram passagem para nós adentramos o lugar.

É uma sala fria, com um ar sombrio e de desespero, não me sinto nem um pouco bem aqui dentro.

Ela me leva até o centro da sala escura e me pendura num gancho (a gaiola) como se eu fosse um pássaro. Ela sai da sala e me deixa aqui, sozinho, nesse espaço escuro, sombrio e que cheira a morte.

Agora sou apenas eu e eu aqui dentro, sem nenhuma ideia do que poderá acontecer.

Por favor, Morro, venha me salvar, tenho medo dessas pessoas.

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Bom dia, pessoal! Tiveram uma boa leitura?

Finalmente voltei ao ritmo de escrita. Se tudo sair de acordo com meus planos, nesse mês saem mais atualizações focando no Lloyd e Morro.

1250 palavras

Lloyd, o fantasma - NinjagoOnde histórias criam vida. Descubra agora