TREZE | jikook

Capítulo 2

A reunião começa e Jungkook pede clemência e misericórdia. Jimin, que descobriu ser o nome de Treze, era um homem lindo, dos pés à cabeça. Mais andrógino do que esperava, mais bonito do que imaginava, mais elegante, mais estiloso. Jimin era tudo o "mais" que Jungkook esperava que fosse. Claro, sabia que ali residia um nivel de sensualidade fora do normal, mas era estranho dizer que até como ele balançava a caneta atento ao ambiente era sensual? Falando em atenção, a de Jungkook oscilava, hora ele prestava atenção nas apresentações de grupo, e em outros momentos ele paralisava olhando para Park Jimin. Para ser sincero, Jungkook não se lembraria do nome ou informação de ninguém ali. A reunião era causal demais, com muitas pessoas falando ao mesmo tempo e com seu maior prazer ali, parado com seus sorrisos e voz melodiosa. Jeon estava tão atento em Park Jimin, que quando ele fez um mísero movimento de cabeça com o olhar fixo no do seu novo chefe, Jeon estava alerta e ciente das suas vontades. Ele limpa a garganta para ter a atenção desejada daqueles que estavam perto de si:

— Com licença, alguém pode me mostrar onde fica a cafeteria? Preciso pegar algo para comer pra tomar meu antibiótico. - Que desculpa esfarrapada...

— Eu te ajudo, Jungkook. - Ideia idiota ou não, funcionou, Jimin foi o primeiro a falar.

O seu nome, seu nome, não seu apelido, bateu no corpo do novo chefe de forma mais intensa do que ele imaginou, se obrigando a sair da sala andando em bloco por receio de como agiria perto de Jimin. O loiro passa na sua frente e toma o corredor, deixando seu cheiro, algo diferente do que Treze usava, mais floral e marítimo, mas igualmente delicioso, para trás, enebriando seu confuso chefe. Jungkook suspira, pesado, as mãos buscando onde se esconder e escolhendo seus bolsos quando a ficha cai que estava no seu novo emprego, andando atrás de Treze como um cachorrinho. O loiro andava a passos firmes e rápidos pelo corredor, uma mão soltando a gravata verde água que vestia enquanto fazia uma curva e entrava em uma escada de emergência. Quanto mais perto estavam de ficar sozinhos, maior a ansiedade do novo chefe, se questionando, o tempo todo, do que Trez- Jimin, do que Jimin faria. Na escadaria, Park continua em silêncio, pulando os degraus até abrir a porta contra fogo do sétimo andar. Seu chefe entra no andar logo atrás de si, vendo varios indicativos como lonas, tinta e restos de materiais de construção espalhados, que o andar estava em obras. Obviamente o andar estava deserto.

— Tá... Eu não imaginei que te conheria assim... - Jimin começa, rodando nos calcanhares com o cabelo jogado para trás.

— Ta decepcionado? - Jungkook questiona em tom brincalhão, numa tentativa de aliviar a tensão pesada do ambiente.

Tentando relaxar, ele se escora em uma pilastra próxima e cruza os braços, disfarçando bem o coração latente. Jimin ri e abre os olhos de forma caricata:

— Ah, não, não, óbvio que você é ainda mais gostoso sem máscara. Minha vida não podia ser tão fácil, ne? - Mesmo no elogio, o desespero na voz de Jimin era evidente, evidente e compartilhado.

Jungkook desvia o olhar e suspira:

— Digo o mesmo, em todos os sentidos. Não me leva a mal, Trez-

— Jimin, Park Jimin, aqui eu sou Park Jimin, não Treze. - A resposta é rápida, afiada e mandona como Jungkook ama ouvir.

A pele arrepia e ele sente o calor subir pelas pernas.

— Puta merda, não fala assim... - A voz já era manhosa, grave e baixa, aerada. Mesmo que evitasse o olhar de Jimin, ele se sentia ceder.

Esse era um problema enorme de ter um parceiro fixo para cenas, um sabia o gatilho do outro, todos os gatilhos, dos leves como esse, aos intensos como toque físicos. A própria voz, o cheiro, o tom de voz, peças de roupa ou comportamentos fisicos do outro, se tornam um gatilho. E esse tom, essa voz, firme, intensa, era um dos principais gatilhos de Bunny e, aparentemente, sua voz gemida e ansiosa era o gatilho de Treze. Ele apenas escuta passos, o som dos saltos da bota ecoando até estar tão perto que o moreno não podia ignorar, mas podia tentar. Invés de olhar nos olhos do loiro, olha para baixo, mordendo a parte interna da bochecha.