Capítulo 4

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Toctoc.




É o som que distrai Jungkook da sua conferência dos projetos enviados pelas suas equipes. Hoje era dia de presencial, boa parte de sua equipe estava lá e nesses dias, ele priorizava sua paz de espírito então se mantinha no seu próprio espaço. Sua sala era pouco administrativa e mais confortável, como teve liberdade para monta-la, haviam alguns puffs espalhados sobre um tapete felpudo macio, sua mesa ficava ao fundo da sala, fechada com curvas orgânicas nas laterais com luz de led nos cantos. Exagerada, mas Jungkook gostava. Nas paredes, obras de arte e prateleiras com esculturas tradicionais e modernas, outras com livros, maioria presente de Namjoon. Havia uns detalhes de fofura espalhas, alguns coelhos fofos, felpudos e minúsculos, para lembrar de bons momentos em dias de estresse.

Ele levanta os olhos da tela para ver a cabeleira dourada entrar pela porta.

— Bom dia, chefe.

— Bom dia, Park!

O chefe não contém o sorrisinho quando o vê, sendo obrigado a olhar para a tela na tentativa de disfarçar o lapso de felicidade.

— Me chamou?

O loiro mais baixo entra pela porta após questionar, com um conjunto de calça larga menta e uma camisa mais justa da mesma cor com acessórios prata. Ele começa a fechar a porta e o chefe tem uma reação imediata:

— Sim e deixa a porta aberta. - Ele fala com certa angústia, o olhar voltado ao loiro com um nervosismo nítido nos olhos de jabuticaba grandes e adorados por Treze. Esse olhar era um lapso de Bunny no chefe, o suficiente para lembrá-lo de precaver.

É, era mais prudente deixar a porta bem aberta. O loiro vestido de menta concorda segurando um riso e caminha até se sentar na cadeira reclinada em frente a mesa, esperando novas informações. Jungkook limpa a garganta antes de começar:

— Olha, eu dei uma revisada no que sua equipe tem feito até agora e me mandando e honestamente... Jimin, tá cafona. Esse itálico, a altura da letra e a paleta de cores. Não combina com a proposta geral da campanha da LV e eu sei que pode fazer melhor.

O loiro arqueou as sobrancelhas e abaixou a cabeça, na sua expressão mais "sassy", a raiva tão clara que Jungkook precisa se concentrar para não ir pro lado errado da mente. Jimin suspira com força, como quem se lembra de onde está, para responder com profissionalismo:

— Ok, qual meu prazo de entrega?

Agora a expressão de desconforto vem do chefe, que parece incrédulo na resposta vaga.

— Jimin, nós vamos discutir a proposta. Nos. Eu tive que rever esse projeto mais vezes do que gostaria. Nós vamos resolver isso aqui juntos. - Jungkook não disfarça o tom de insatisfação nas palavras e ao fim respira fundo, com a atenção voltando a tela do computador. - Você tá livre amanhã às 15:30... Eu vou te ligar e debatemos o projeto amanhã.

— Jungkook, eu to- Isso é ridículo, eu tô aqui agora. Vamos acabar logo com isso, vai...

— Não. - Jungkook nega com um sorriso educado.- É visível seu desconforto, não vamos debater nada com você assim. Prezo pela saúde mental dos meus funcionários.

O publicitário engole seco no seu sapo de mau humor e respira fundo, se levantando. Jimo odiava ter seu senso estético criticado, odiava mais ainda tomar bronca por erros da sua equipe e por isso era conhecido na empresa como sargento: trabalhar com ele podia ser um inferno. Workaholic, perfeccionista, detalhista e orgulhoso. Ótimo funcionário, péssimo colega de trabalho. Ele podia ser - é era- tudo isso, mas respeitava ordens hierárquicas acima de todas as coisas então, ele monta seu sorriso educado e ajusta sua camiseta:

TREZE | jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora