TREZE | jikook

Capitulo 9

"Me prova, me enxerga, me sinta, me cheira e se deixa em mim, me escuta no pé do ouvido todos teus sentidos que afetam os meus e querem te ter."
Cor de Marte - Anavitoria

Havia duas opções: ou o sexo falava mais alto e a emoção seria um problema para o futuro, ou a emoção seria encarada naquele momento e o sexo ficaria para depois - ou nunca. Nem Jimin, nem Jungkook tinham o perfil de não abraçar emoções ou fugir, mas havia, lá no fundo, o medo de perder tudo. Uma conversa profunda podia romper os alicerces de dinâmicas relacionais que nenhum dos dois tinha interesse em perder.

Então, não era apenas sobre sexo ou emoção, era uma decisão que poderia mudar tudo. E por que? Emoções confusas, impressões estranhas, pássaros batendo asas e corações quentes?

Seria mentira dizer que o after care apaixonado de Jimin não mexia com Jungkook, deveria fazer quatro meses que às vezes, mesmo que não assumisse, ele ansiava pelas doces palavras de seu dono, como um tabagista pede nicotina.

Mas ele lidou com o problema, como todo bom adulto maduro: fingiu que não aconteceu.

Para Jimin era um pouco diferente. Ele não assumia para ninguém a ansiedade para conhecer o rosto do seu favorito, muito menos os motivos reais dele ser seu favorito. Não era o corpo perfeitamente esculpido como em mármore, não era a beleza dos traços, nem a presença constante em sua vida. Jungkook era seu favorito pelos seus olhos, os enormes olhos de açaí, enormes e expressivos, como se nada mais fosse necessário além daqueles olhos para Jimin entender os segredos de todo universo. E seu sorriso, seu sorriso podia ser a definição de porque Jimin amava coelhos e os achava eróticos, Jungkook era literalmente um homem apetitoso com sorriso de coelho, não havia como ser diferente. 

Jungkook era seu favorito pelos detalhes únicos que faziam dele, ele e Jimin o quis quando notou suas nuances de longe. Todos podiam tentar domar Bunny, mas só Treze conseguiu, porque ele leu todas as entrelinhas de Jungkook para saber como submetê-lo e hoje, as entrelinhas faziam dele a pessoa mais interessante do mundo.

Então, claro, entre a dança de línguas molhadas, a ansiedade dos corpos e a força das mãos, havia muito ali. Mas tudo é incerto, confuso e talvez superficial demais. Sexo talvez fosse mais simples se eles não se sentissem como nervos expostos, com medo de entregar cada célula de si em um ato sem personas e todas essas emoções se tornarem latentes e óbvias demais. 

Logo, o que fazer?

Continuar e ver o que vence. O tesão já estava no teto, ambos não estavam plenamente vestidos e os corpos repousavam no sofá, Jungkook sobre Jimin, idolatrando a pele um do outro com bocas sem ar. O fogo não ia apagar, a confusão não ia se resolver. Então, por que não deixar?

Jungkook estava de joelhos entre as pernas dobradas de Jimin que agarrava, por sua vez, seu quadril enquanto as mãos pegavam seus cabelos ondulados para beija-lo, mesmo que o moreno estivesse relativamente longe com as mãos abrindo a calça. O beijo era sem sentido, o moletom de Jimin estava jogado no chão junto com suas orelhas de raposa e Jungkook já não se preocupava em se manter em qualquer pose ou postura.

No processo de tentar beijar direito, tirar a roupa e não perder o contato, Jimin é o primeiro a perder a paciência, separando as bocas, mas mantendo os olhares em posições opostas.

— Vamo pro seu quarto?

O moreno demora um pouco pra calcular até tirar as mãos das calças e levantar, puxando Jimin pelas mãos.

— É lá em cima. - Ele fala nos passos rápidos que subiam as escadas com o loiro atrás de si, murmurando algumas reclamações pela dor do esforço físico intenso de antes.