ENCONTRO

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Rosé entrou pela porta de sua casa após uma noite animada no karaokê com suas amigas. O som de suas risadas ainda ecoava em sua mente, e o peso da diversão a acompanhava, tornando o ambiente da casa, normalmente calmo, um contraste acentuado com a noite que acabara de ter. Enquanto tirava os sapatos, notou sua mãe, Lee Hanee, sentada no sofá da sala, com uma expressão distante e pensativa.

— Mãe? — Rosé chamou, aproximando-se de Hanee e a surpreendendo com um abraço caloroso. — O que você está fazendo aqui sozinha? Está tudo bem?

Hanee retribuiu o abraço com um sorriso fraco, claramente tentando disfarçar a preocupação que se escondia em seus olhos.

— Tudo está bem, querida — disse ela suavemente. — Não se preocupe, só estou pensando um pouco.

Rosé sentou-se ao lado da mãe, um pouco desconfiada. Sua mãe não costumava ser evasiva, e isso a deixou intrigada.

— Pensando no quê? — Rosé perguntou casualmente, tentando não parecer insistente.

Hanee balançou a cabeça e olhou para o chão.

— Nada demais, querida. Apenas... alguns problemas de família — respondeu, sua voz quase um sussurro. — Seu pai está resolvendo algumas coisas no Brasil.

Rosé franziu a testa.

— Brasil? O que ele foi fazer lá? — perguntou, estranhando o fato de Haesoo, sempre tão presente e envolvido com a família, ter viajado para outro país sem ao menos mencionarem nada para ela.

— Apenas negócios antigos — Hanee respondeu, tentando parecer despreocupada. — Não é nada com que você precise se preocupar, querida. Ele vai voltar em breve.

Rosé olhou para a mãe por mais alguns segundos, ainda desconfiada, mas decidiu não insistir. Não queria incomodar sua mãe com suas perguntas, principalmente se o problema não parecesse grave. Ela se levantou do sofá e deu um beijo na testa de Hanee.

— Tudo bem, mãe. Vou subir e tomar um banho. Boa noite — disse Rosé, oferecendo um sorriso caloroso.

— Boa noite, querida — Hanee respondeu, ainda com aquele sorriso fraco.

Rosé subiu as escadas em direção ao seu quarto, sentindo um pequeno peso no peito. Algo estava estranho, mas ela não sabia o que era. Decidiu afastar esses pensamentos e se concentrar em sua rotina.

Ao chegar no quarto, ela se sentiu aliviada ao se ver cercada por seu espaço pessoal. Depois de um banho quente e relaxante, Rosé vestiu seu pijama confortável e caminhou até sua escrivaninha, onde um conjunto de papéis e materiais de desenho a aguardava. Era um hobby que ela mantinha em segredo, longe dos olhos de sua família e amigos.

Desenhar era sua fuga, seu lugar seguro. Rosé adorava criar modelos de roupas, sapatos e bolsas, imaginando coleções inteiras que, até então, existiam apenas no papel. Enquanto movia o lápis, delineando o que parecia ser uma nova ideia de vestido, ela suspirou, deixando-se perder nos detalhes de seu mundo criativo. No fundo, era uma parte dela que ninguém conhecia, mas que a fazia sentir-se viva, preenchendo o silêncio que às vezes surgia dentro de si.

No dia seguinte, Jennifer voltou ao hospital para visitar sua mãe. Sua mente ainda estava cheia de pensamentos confusos sobre a carta e a chegada iminente de seu pai. Assim que entrou no quarto, foi recebida com um sorriso enfraquecido de Michele, que estendeu a mão para ela.

— Oi, minha filha — disse Michele, sua voz fraca, mas carinhosa.

— Oi, mãe — Jennifer respondeu com um sorriso discreto. Ela se sentou ao lado da cama, colocando a sacola com alguns mantimentos e produtos de higiene sobre a mesa. — Como você está se sentindo hoje?

Conexão de IrmãsOnde histórias criam vida. Descubra agora