Espectros da Noite

Expectro ou humano?

Ailyn🌻

O que aconteceu? O que houve em seguida? É isso o que vocês querem saber? Eu digo que não fiz NADA!

Desde os poucos segundos que ele entrou no quarto, ambos nós dois congelamos. Ainda estou sem reação, isso é "destino", seria assim que Íris iria descrever a situação. Tenho sonhado com seu beijo, relembrando daquela noite... E agora, ele estava na minha frente. Espera um pouco! Por quê ele está aqui?

Ele também me olhava com uma expressão de incredulidade, pelo visto, não esperava me ver depois daquela noite. Mesmo usando máscara,a imagem de seus olhos castanhos mutantes ficou gravado em minha memória, e nesse momento, tenho eles mais uma vez mergulhados nos meus.

-Vocês... Se conhecem?- Dain questionou, notando a reação estóica de nós dois-

Não soubemos o que responder por um momento, como explicar que de certa forma nos conhecíamos? Mesmo que eu só tivesse o visto uma vez... E beijado. O ambiente do quarto estava pesado, antes dele responder:

-Não fomos apresentados- desta vez, a voz dele estava séria, ao contrário de como tinha soado naquela noite. Não é mentira, já que não fomos realmente apresentados. Além disso, seria melhor não tocarmos... Naquela ocasião-

-Bom, sendo assim. Ailyn, ele está ao meu serviço, não precisa ficar tão alarmada- Dain tentou tranquilizar, enquanto se inclinava e servia o chá para si-

Me envergonhei quando notaram o quanto eu estava desconfiada. Relaxei os ombros, e soltei um suspiro silencioso, mas não pude deixar de notar um sorriso de canto nos lábios do meu mascarado... Bom, agora desmascarado.

-Esse aí é o Fantasma- foi o que Dain me respondeu, antes de tomar um gole do chá fumegante- Ele vai te orientar e mostrar o resto do pessoal. E por favor, eu agradeceria se deixasse ele vivo, sem marca de nenhuma adaga sua.

Fantasma levantou uma sobrancelha, enquanto escutei um riso baixo da sua parte. Talvez esteja me subestimando, o que com certeza é um erro, já que tem três facas escondidas atrás desta suposta face de anjo. Mas... Na verdade, ele parece ter se interessado com o pedido de Dain.

-Então... Se me der licença, vou me retirar- fiz uma breve reverência a Dain, antes de receber um sorriso leve do mesmo-

-Você vai se acostumar, e não se esqueça de ficar atenta- concordei com a cabeça, e me virei de costas, pronta para prosseguir- Logo, darei uma missão para você...

Essas foram as últimas palavras que escutei, até ir com Fantasma. Os passos dele não tinham som, e mesmo que fosse pouco, os meus pareciam ser passos de mamute! Em todo o trajeto pelos corredores da mansão, ele se manteve em silêncio, enquanto caminhava na minha frente.

Para minha confusão, ele abriu uma porta envelhecida de madeira, revelando ser a adega do palácio.

-Damas primeiro- ele deu espaço para que eu passasse na porta, mas podia sentir seus olhos me percorrerem enquanto eu passava-

-Pelo o que eu vejo, você não é de plasma- retruquei, enquanto descia os degraus de madeira, meu olhar observando os diversos barris e garrafas de bebida- Devo perguntar se você atravessa paredes?

Escutei ele rindo baixo atrás de mim, até o barulho da porta se fechando ecoar pelo local. Por instinto, coloquei a mão no espartilho, procurando pelo volume da adaga. Não sei o quão perto ele está de mim, com seus passos inaudíveis para os meus ouvidos.

-Você realmente cogita que eu quis esse nome?- ele questionou, passando ao meu lado, antes de ir até as bebidas- Que idiota teria o nome de uma criatura morta?