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*RHAYANE SKYFALL**

Duas semanas se passaram desde que os Triple Diaz começaram a fazer serviço comunitário e a trabalhar na loja dos meus pais. Meus pais são donos de uma loja que vende de tudo um pouco: cosméticos, artigos variados, roupas, mobiliário tradicional e muitas outras coisas. Priscila já voltou e fez inimigos, especialmente com o Alex. Eles parecem cão e gato; não há um momento em que não discutem. Por quê? Por tudo.

A tensão entre Priscila e Alex é palpável. Cada pequena tarefa se transforma em uma disputa. Se um sugere uma forma de organizar os produtos, o outro imediatamente discorda. Meus pais, tentando manter a paz, frequentemente precisam intervir e separá-los.

Hoje, a loja está especialmente movimentada. Clientes entram e saem, enquanto Priscila e Alex continuam a debater sobre a melhor forma de exibir uma nova linha de cosméticos.

— "Eu disse que seria melhor colocar esses batons perto do caixa!" Priscila exclamou, cruzando os braços.

— "Isso é ridículo," Alex retrucou. "Eles devem ficar na seção de beleza, onde as pessoas esperam encontrá-los."

A discussão deles é interrompida pela entrada de uma cliente regular, Miss Maria, que sempre vem à loja para comprar suas ervas medicinais. Ela sorri para mim enquanto se aproxima do balcão.

— "Como vão as coisas, querida?" ela pergunta.

— "Sempre agitadas, Miss Maria," respondo com um sorriso cansado. "Mas estamos nos adaptando."

Ela acena com a cabeça, compreensiva. — "Esses jovens têm muita energia. Talvez eles só precisem aprender a canalizá-la."

Concordo, observando enquanto Priscila e Alex finalmente chegam a um acordo provisório e começam a organizar os batons na seção de beleza.

Porém, a trégua dura pouco. Minutos depois, outra discussão explode, desta vez sobre a melhor forma de dobrar as roupas recém-chegadas. Priscila insiste em um método mais rápido, enquanto Alex defende uma dobra mais meticulosa e organizada.

— "Você não entende nada de organização!" Alex grita, sua voz ecoando pela loja.

— "E você não sabe nada sobre eficiência!" Priscila rebate, jogando uma camiseta dobrada de qualquer jeito em cima de uma pilha.

A tensão se acumula até que eu e Daniela precisamos intervir novamente, separando os dois como se fossem crianças brigando por um brinquedo.

Mais tarde, Priscila se recusa a trabalhar na mesma seção que Alex, preferindo lidar com os artigos de decoração no fundo da loja. Alex, por sua vez, se concentra nas vitrines, organizando-as com uma precisão quase obsessiva. A loja, em vez de ser um lugar de colaboração, está dividida ao meio pela animosidade dos dois.

— "Aqui a despensa está toda organizada. O que eu faço com as caixas?" pergunta Holland, com um monte de caixas pousadas ao lado do balcão.

— "Bem, algumas delas vão para a reciclagem, e outras você pode colocar na despensa para reutilização. Quem sabe a gente venha a usá-las," respondo.

— "Hummm, ok," ele diz. Entre Alex e Hayden, Holland é o mais educado, compreensivo e obediente; posso dizer que ele é o 'bomzão' do grupo.

(Flashback)
Duas semanas atrás, meus pais haviam acabado de voltar da reunião que tiveram com a família dos Tríples Díaz. O clima em casa estava carregado de expectativa, e quando nos sentamos à mesa para o jantar, o silêncio era quase palpável. A mesa estava bem posta, com pratos alinhados e o cheiro de comida caseira enchendo o ar, mas ninguém parecia focado nisso. Logan e Eleonora, meus irmãos mais velhos, estavam lá também, trocando olhares tensos entre si, claramente curiosos sobre o que nossos pais tinham a dizer.

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