Capítulo 36

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Camila...

Eu já não entendo o comportamento do Érico, ele parece uma maníaco, está muito estranho por vezes ele me assusta e outras vezes fica de boa, é difícil entender ele.

Vou até ao jardim para respirar um pouco, eu tinha tudo para ir embora para sempre mas o pior é que é desse maluco que eu gosto.

☘️

Estávamos todos na sala, o ar pesado com o cheiro de cigarro e aquele perfume barato que meus nervos já reconheciam de longe. Uma mesa de madeira maciça separava os poderosos, e eu, por mais que estivesse ali sentada, me sentia a quilômetros de distância. Não queria estar ali. Nunca quis. Mas Érico, meu namorado, achava que era importante que eu comparecesse, que visse como ele “trabalhava”. Trabalho, ele chamava isso. Pra mim, era algo mais sombrio, mais sujo.

Enquanto eles discutiam sobre territórios, contratos e sobre quem tinha traído quem, eu mal conseguia prestar atenção. A verdade é que meu estômago estava embrulhado. Aquela vida, cheia de riscos e de moralidade questionável, não fazia parte de mim. Mas a cada palavra dita, com uma frieza cortante, eu sentia o peso de estar presa àquilo, àquela mesa, àquele mundo.

Érico me lançava olhares de vez em quando, como se buscasse minha aprovação. Mas tudo o que eu conseguia pensar era em como fugir dali. Eu não sabia o que era pior: o medo que eles despertavam nos outros ou o medo silencioso que eles cultivavam entre si. Sabia que, naquele universo, a lealdade era rara e a traição, iminente.

Érico: e então, querida, o que acha?

a voz de Érico me tirou dos meus pensamentos, me lançando de volta àquele circo de horrores. Todos me encaravam, esperando uma opinião que eu não tinha. Sorri amarelo e murmurei algo vago. Não importava. Minha opinião nunca importava ali.

Eu só queria que aquela reunião terminasse logo, que eu pudesse voltar para a minha vida de mentira, onde podia fingir que nada daquilo existia.

☘️

O restaurante era caro, daqueles que a maioria das pessoas só vê por fora. O lustre de cristal brilhava como se quisesse ofuscar o peso da realidade ao nosso redor. Eu estava ali, mais uma vez, acompanhando Érico. Ele sempre fazia questão de me levar a esses jantares "importantes", como ele gostava de chamar. Mas, para mim, eram apenas momentos desconfortáveis, rodeada por gente que falava com sorrisos calculados e gestos ensaiados. Mafiosos.

A noite seguia como de costume, risadas altas, brindes exagerados, e conversas que pareciam inocentes para quem não entendesse o código por trás de cada palavra. "Negócios", "encomendas", "clientes". Tudo cuidadosamente disfarçado sob o verniz da legalidade, mas eu sabia o que aquilo significava. Sabia exatamente o que estava sendo planejado.

No meio do jantar, Eros, um dos capos mais respeitados, se levantou com um sorriso largo e anunciou:

Eros: senhores, permitam-me apresentar a mulher que vai mudar minha vida.- ele parecia radiante, como se o brilho dos diamantes no pescoço dela não fosse suficiente para demonstrar a importância do momento. __ Esta é Diana.

Todos os olhos se voltaram para ela, e eu senti um frio na espinha. Diana era deslumbrante, com um vestido vermelho que abraçava suas curvas perfeitamente, mas algo na expressão dela me fez perceber que, assim como eu, ela também não queria estar ali. Seus olhos vagavam pela mesa, desconfortáveis, como se tentassem entender onde ela havia se metido.

Os homens ao redor brindaram à beleza dela, como sempre faziam. Eros, orgulhoso, a puxou para perto, sussurrando algo em seu ouvido que a fez sorrir. Mas eu sabia que aquele sorriso era forçado, o mesmo que eu havia aprendido a usar tantas vezes. Diana estava entrando no mesmo mundo que eu, onde as escolhas não eram suas e o perigo era a única constante.

Érico me olhou de lado, esperando que eu comentasse algo. Mas o que eu poderia dizer?

Eu: ela é linda, parabéns. - as palavras saíram automáticas, enquanto eu me perguntava quantas noites Diana ainda teria antes de entender a verdadeira natureza de Eros e do mundo que ele comandava. Antes de perceber que, assim como eu, ela estava presa em um jogo que não pediu para jogar.

O jantar continuou, cheio de piadas internas e promessas veladas, mas tudo o que eu conseguia pensar era na expressão de Diana, naquele sorriso quebradiço, e em como, em breve, ela também se tornaria mais uma peça nesse tabuleiro, tentando sobreviver, um dia de cada vez.

O jantar continuou, cheio de piadas internas e promessas veladas, mas tudo o que eu conseguia pensar era na expressão de Diana, naquele sorriso quebradiço, e em como, em breve, ela também se tornaria mais uma peça nesse tabuleiro, tentando sobrevi...

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Eros d'Antero... 27 anos.

Diana Lopes

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Diana Lopes... 22 anos...

O psicopataOnde histórias criam vida. Descubra agora