Capítulo 4 - " Coração Florescente"

40 5 4
                                    

No paraíso, o atual panteão Guarani, que antes estava dividido em várias tribos diferentes, passava por um período turbulento, onde inúmeras guerras eram travadas por estes, que, por sua vez, queriam unificar e reinar no topo.

Tupã, extremamente poderosos e voraz, sem dúvida, reconhecido como o mais poderoso entre as tribos, planejava dominar e unificar a todos. Mas, é claro, sozinho não conseguiria, e para isso, foi juntando forças em toda aquela terra, reunindo os deuses que aceitaram e concordaram com seus ideais.

Jaci, Guaraci e Anansi, tornaram-se seus servos mais confiáveis, e úteis diante toda aquela situação. Os deuses a lua e do sol, com seu poder de persuasão e força, juntos, poderosa suficiente para combater até mesmo dez deuses juntos, e Anansi, a principal mente por trás de seus esquemas, e atuando como inventor de novas armas que poderiam ser utilizadas para dominação e unificação.

Anansi, tinha sua fama por todo o paraíso estabelecida pouco a pouco perante a todos, cada vez mais, por suas criações, e claro, esquemas ardilosos.
Mas, de todo modo, os conflitos pareciam não ter uma progressão, e muito menos, alguma trégua dos lados em relação a outro.

O líder dos " unificadores ", ( como eram chamados os comandados por Tupã ), saia, muito ferido, de uma batalha contra a tribo de canibais do sul, que recusaram-se a recebê-lo e o ouvir, e o atacaram de modo violento, o expulsando de suas terras.
Todas as tribos do norte, por sua vez, recusaram seus acordos, e começaram a agir contra os unificadores, aliando-se com outras tribos temporariamente contra os mesmos.
As tribos do Oeste e do Leste, já estavam há um século em guerra contra os mesmos, e tiveram muitas baixas durante ela.

Tupã, vendo que não teriam resultados e seriam derrotados caso continuasse assim, resolveu tomar a iniciativa, e, partiu ao encontro de Anansi, em seu laboratório no acampamento escondido do qual viviam.

- Oiê, Tupãzinho, o que o traz aqui? Não deu certo com os canibais? - perguntou o deus aranha, que perspicaz, já imaginava o porquê de seu líder estar ali, especialmente, vendo seu estado físico.

- Creio eu, que já saiba o fato de não estarmos tendo um progresso - disse, indo direto ao ponto - Sei que já sabe o porquê estou aqui, portanto, eu quero uma arma que seja capaz de nós fazer vencer quem se opor a nós. - ordenou, impaciente.

Anansi, gargalhou sutilmente, e levantou-se, indo em direção a uma cortina.

- Sabe, meu senhor, eu estava cultivando isso há bastante tempo... - afirmou, orgulhoso, abrindo abruptamente as cortinas, que revelaram um casulo, feito de teias de aranha ( criadas pelo próprio ), e exatamente quatro tubos, ligados a quatro daquele mesmo casulo de teias, que pareciam ter a função de nutrir o principal através deles.

Tupã, analisou fria e calmamente o que presenciava... " isso é... " ponderou, momentaneamente.

- Sabe, eu genuinamente, estou extremamente orgulhoso de mim mesmo - sorriu, de modo tão distorcido, que seu semblante ficou irreconhecível - eu tive essa ideia, após ler livros... claro, não livros com escritas velhas sobre informações primordiais, afinal, não nos seriam úteis.

- Bestiarios, eu presumo. - concluiu Tupã, de modo rápido.

- Exatamente. Bestiarios são extremamente raros, como o senhor já deve saber, por seu comércio ter sido banido por infligir danos na cláusula número quarenta e seis da constituição divina, onde é estritamente proibido, as raças estudarem e espalhar informações uma sobre a outra sem a devida permissão, que obviamente, é quase impossível de se conseguir. - deu de ombros, fazendo um rosto triste - " Ah, mas como o Anansizinho conseguiu um desses? " Você me pergunta. E a resposta para isso, é simples: Eu roubei um da sessão proibida... Claro, pois, como o senhor obviamente sabe, a entrada só é permitida a alguém possuidor dum consenso geral entre a assembleia entre as raças, o que, convenhamos, seria também impossível de qualquer um conseguir.

Ragnarok - O Fio Da Última Esperança Onde histórias criam vida. Descubra agora