4. ExpoVision I

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O primeiro dia na Devenementiel foi exatamente o que eu esperava. Estava ansiosa, claro, mas ao mesmo tempo empolgada com a chance de trabalhar em um evento tão importante quanto a ExpoVision.

Devon, o CEO, me recebeu para uma rápida entrevista, mais formalidade do que qualquer outra coisa. Ele não era o tipo de chefe que passava uma grande sensação de opressão, mas sim de seriedade e comprometimento.

Devon foi direto ao ponto, me perguntando sobre minhas experiências e como eu lidava com pressão em eventos ao vivo. Eu sabia que ele queria saber se eu conseguiria substituir Brune de maneira eficiente, mesmo que por um curto período. Respondi tudo com confiança, estava mesmo acostumada com pessoas e situações extremas. E depois de uma rápida troca de palavras, ele parecia satisfeito. "Bem-vinda à equipe, Eloise," ele disse com um leve sorriso, antes de me encaminhar para conhecer os outros funcionários.

Logo depois, fui apresentada à equipe. Elenda me esperava na sala de reuniões, um sorriso radiante estampado no rosto.

— Você vai adorar trabalhar aqui! — ela disse, já me envolvendo num abraço antes mesmo que eu pudesse processar tudo. — E eu vou te guiar nesse primeiro dia, então não se preocupe com nada!

Ela me explicou com detalhes sobre o evento. A ExpoVision seria um evento de três dias aberto ao público, mas com foco nas empresas de mídia e design. A Devenementiel, claro, seria uma das participantes, e minha função ali seria cobrir toda a parte de mídia, junto com Elenda. Faríamos fotos, entrevistas e coletaríamos material para as redes sociais da empresa, além de preparar conteúdo para o portfólio da Devenementiel.

O público não era só composto por pessoas comuns, mas por patrocinadores e possíveis clientes que estariam observando cada movimento das empresas convidadas.

— Você vai ser meus olhos e ouvidos enquanto eu faço mágica com as fotos! — disse Elenda, com uma piscadela.

Naquele dia todos estavam muito ocupados, eu mal tive tempo de conversar com cada um. Os corredores da empresa pareciam uma estação de ônibus, com pessoas passando por todos os lados, apressadas para chegar aos seus destinos. O tempo acabou passando tão rápido que eu mal pude ter tempo de me remoer com a presença de Roy no mesmo ambiente que eu.

Tentei evitá-lo ao máximo naquele dia, ainda sentindo um pouco de vergonha pelo nosso último encontro. Mas Roy, por outro lado, também não parecia ter muito tempo pra se importar com a minha presença, ele estava constantemente falando ao telefone ou organizando arquivos no seu computador, parecia tão focado que vez ou outra eu me pegava observando-o da sua mesa, tão imerso no trabalho que a linha do seu maxilar ficava rígida de tempos em tempos.

Enquanto o observava, comecei a pensar no quanto a vida é traiçoeira. Por mais que eu não quisesse me aproximar dele, tudo colaborava para que estivéssemos no mesmo lugar. Havia sido assim em todas as outras vezes e, aparentemente, daquela vez não estava sendo diferente, então por qual motivo eu estava tão resistente?

Era a dor da perda.

Por mais que eu tenha passado incontáveis vezes pela mesma situação, ela nunca era fácil de lidar. Mas enquanto ele não lembrasse de quem eu era, tudo ficaria bem.



A ExpoVision havia finalmente começado.

Apesar de conhecer o local do evento, eu sempre ficava impressionada com o tamanho daquele espaço. O evento parecia ter triplicado a expansão do ambiente, havia cores, tecnologia e pessoas caminhando por todas as partes, a atmosfera de inovação pairava no ar. Sem dúvidas era um evento chamativo e uma ótima oportunidade para empresas menores ou iniciantes.

The Lovers - Roy AquinoOnde histórias criam vida. Descubra agora