The Lovers - Roy Aquino

6. Companhia Noturna

O ExpoVision estava finalmente acabando, e eu não conseguia evitar o sorriso que se formava no meu rosto. Todo mundo parecia animado, como se o dia tivesse sido um sucesso absoluto. As parcerias que fechamos foram melhores do que eu imaginava, e várias empresas menores comemoravam por terem tido a chance de brilhar.

Eu estava feliz, de verdade, fazia tempo que não me sentia daquela forma. Os elogios pela gincana surgiam de todos os lados, e ver que até as interações mais simples tinham dado frutos era a cereja do bolo. Mas, claro, como tudo na vida, o bom clima tinha que ser interrompido por algo contraditório. Jason Mendal apareceu no meu campo de visão, caminhando em direção ao nosso grupo.

— Então a Devenementiel participou da gincana? — Ele disse, claramente debochado. — Eu teria pago uma viagem de luxo para mim e meus funcionários ao invés de perder tempo com essas... brincadeiras. — Ele deu uma risada seca, olhando diretamente para Devon e Roy, com aqueles olhos azuis intensos.

Aos poucos eu estava começando a entender a inimizade que Brune tanto falava entre a Devenementiel e a Goldreamz. Aparentemente, tudo aquilo se mantinha por pura provocação de Jason, o CEO da empresa rival. Pois Devon e sua equipe se preocupava muito mais em fazer seu próprio trabalho do que provocar as empresas rivais. Por outro lado, eu continuava sem entender por onde havia começado aquela rivalidade acirrada entre as duas empresas.

Estava prestes a dizer algo pra Jason, com a intenção de pacificar aquela situação, mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, foi Roy quem tomou a frente. Ele estava sério, mas com um brilho no olhar que indicava que estava irritado.

— Talvez você tenha razão — começou Roy, a voz afiada. — Talvez pagar uma viagem de luxo seja mais o seu estilo. Mas... — Ele deu um meio sorriso para o nada, do tipo que antecede uma grande onda de raiva. Então Roy se aproximou um passo de Jason e cuspiu as palavras seguintes em um tom sério — É fácil ser superficial quando você trata as pessoas como números. Aqui na Devenementiel, a gente valoriza a conexão verdadeira. Mas claro, só quem entende o valor disso percebe essa diferença.

Jason bateu palmas lentamente.

— Que discurso bonito, Roy — respondeu, com um sorriso irônico nos lábios. — Mas você sabe que isso não paga as contas, certo? No final do dia, o que importa são os resultados. E, pelo visto, a Devenementiel ainda está longe disso.

Eu podia ver o corpo de Roy tenso, cada músculo parecendo se preparar para um confronto. Ele avançou um passo, o olhar fixo em Jason, como se estivesse prestes a saltar para cima dele.

A atmosfera entre eles estava tão carregada que eu podia sentir a eletricidade no ar. Dei um passo em direção a Roy e toquei o seu braço, num pedido silencioso para que ele não avançasse mais.

— Calma, pessoal — Devon se colocou entre os dois, a expressão séria. — Não vamos deixar isso aqui se transformar em um show de egos.

Jason soltou uma risada, como se estivesse se divertindo com a tensão, mas ao mesmo tempo, havia algo em seu olhar que parecia um pouco mais do que a simples provocação. Era uma expressão que eu não conseguia decifrar, mas havia uma fraqueza ali, uma fissura na armadura de arrogância que ele sempre usava.

— Só vim lembrar como a vida é dura para quem não sabe jogar o jogo. Boa sorte. — Ele disse, com um sorriso desdenhoso, antes de dar as costas e se afastar, rindo baixo.

Eu olhei para Roy e Devon, aliviada por não ter havido uma briga física, mas a tensão ainda pairava no ar. Roy estava furioso, os olhos ainda queimando com a raiva contida.

— Ei, pessoal! — Elenda interveio, sua voz alegre ecoando pelo ambiente. — Lembram que o evento foi um sucesso? Temos muitos motivos para comemorar hoje! Além do mais, temos que descansar, porque amanhã temos bastante conteúdo legal pra revisar.