Capítulo 3

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~ Jeon jungkook ~

Depois de uma competição, o que mais gosto de fazer é relaxar, ainda mais quando saio vitorioso. A pressão é tão constante que, quando finalmente acaba, é como se um peso saísse dos meus ombros. Hoje não foi diferente. Mais uma vez, consegui vencer minha prova de tiro, e a euforia da vitória estava correndo pelas minhas veias. Mas, por mais que eu estivesse feliz, minha mente ainda estava presa em outro lugar. Ou melhor, em uma pessoa em específico.

Jimin.

Vi seu nome nos resultados da ginástica e soube que ele havia se saído bem na prova de barra. Mesmo ser ter falado muito com ele até agora, algo nele me intrigava. A forma como ele se movia, sua concentração, e até o jeito que tentava me evitar nos últimos dias. Isso só me fazia querer conhecê-lo mais. E essa oportunidade parecia estar se apresentando de uma forma inesperada. 

Depois dos jogos de hoje, fui convidado para uma festa exclusiva que aconteceria na Torre Eiffel. Uma daquelas festas que só os ricos e os poderosos frequentam, mas que nós, atletas, também somos convidados de vez em quando, principalmente após grandes vitórias. Sabia que muitos atletas estariam lá, inclusive ele.

Cheguei à festa no início da noite. O céu de Paris estava tingido de laranja e rosa com o pôr do sol, e a torre, iluminada, parecia mágica. Tudo ao redor respirava luxo. Pessoas conversavam e riam com taças de champanhe nas mãos, mas meus olhos vasculhavam a multidão em busca de um rosto específico. Tentei disfarçar, claro, mas parte de mim estava ansioso para encontrá-lo.

E então, ele apareceu. 

Jimin estava ao longe, encostado no parapeito com vista para a cidade, segurando uma taça de vinho, aparentemente absorto em seus próprios pensamentos. Ele aprecia tão calmo e ao mesmo tempo distante, como se não pertencesse àquele mundo ao nosso redor. Respirei fundo e, antes que pudesse pensar muito, comecei a caminhar na direção dele.

— Boa noite —, falei, parando ao lado dele. Ele me olhou, surpreso, mas logo sorriu de forma contida.

— Boa noite, Jungkook —, ele respondeu, sua voz suave, mas carregada de uma tensão que eu não conseguia decifrar.

Por um momento, o silêncio entre nós parecia confortável. O vento leve de Paris acariciava nossos rostos, e a vista da cidade brilhando lá embaixo nos proporcionava um cenário quase irreal. Quase perfeito.

— Você foi incrível hoje —, eu disse, quebrando o silêncio, referindo-me à sua prova de ginástica. — Vi seu nome nos resultados. Primeiro lugar na barra, certo?

Ele sorriu de leve, mas pude notar que havia algo mais por trás daquele sorriso. — Sim, foi uma boa competição. Mas você também, parabéns pela sua vitória. — Ele virou a cabeça para me olhar de verdade dessa vez, seus olhos brilhando na luz suave da festa.

— Obrigado —, eu respondi, mas minha mente já estava além dos agradecimentos. Havia uma tensão entre nós, uma que eu não conseguia ignorar.

— Por que estava me evitando? — Perguntei, direto, sem rodeios. Não era do meu feitio enrolar. Se algo me incomodava, eu gostava de resolver.

Jimin pareceu pego de surpresa com minha pergunta. Ele desviou o olhar por um segundo, mas logo voltou a me encarar. — Eu... não estava te evitando. Ou talvez estivesse. — Ele soltou um suspiro, como se estivesse lutando com suas próprias emoções. — A verdade é que eu não sabia o que fazer.

— Não sabia o que fazer em relação a mim? — Minha voz saiu mais suave do que eu pretendia.

Ele riu, mas era uma risada nervosa. — Algo assim. Quer dizer, você é o Jungkook. O prodígio do tiro, o atleta invencível. E eu... bem, estou tentando encontrar meu lugar nisso tudo.

Fiquei em silêncio por um momento, processando suas palavras. A forma como ele me via era completamente diferente de como eu me via. Para mim, ele era o ginasta talentoso que chamou minha atenção desde o primeiro momento. — Você não precisa encontrar seu lugar, Jimin. Você já tem seu próprio brilho. E ele é impossível de ignorar.

Ele piscou algumas vezes, como se minhas palavras o tivessem pegado de surpresa. — Eu... não esperava ouvir isso de você.

Sorri, sentindo que a tensão entre nós estava começando a derreter. — Talvez você devesse.

A conversa foi se desenrolando com mais naturalidade depois disse. Falamos sobre as competições, sobre nossas rotinas, sobre o que nos trouxe até ali. A cada minuto que passava, sentia que as barreiras entre nós estavam desaparecendo. Jimin não era mais o desconhecido que eu observava de longe. Agora, ele era alguém que eu queria conhecer profundamente.

Enquanto a festa continuava ao nosso redor, nós dois permanecemos ali, parados, olhando para as luzes de Paris. A cidade parecia imensa e, ao mesmo tempo, o mundo se tornava menor ao nosso redor, como se só existíssemos nós dois naquele momento. Eu sabia que algo importante estava começando ali, algo que poderia mudar o rumo de nossas vidas para sempre.

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