Capítulo 16

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~ Park Jimin ~

A adrenalina ainda corria pelas minhas veias depois do treino. Havia algo em executar minha rotina de ginástica, uma espécie de mágica que me tomava por completo. Sentir meu corpo no ar, o controle, a técnica... tudo isso era parte de mim. Mas hoje, não era só isso que pulsava em mim. Hoje, havia outra energia me mantendo de pé: a expectativa de ver Jungkook.

Eu terminei meu treino e mandei uma mensagem para ele, sugerindo nos encontrarmos de novo na Torre Eiffel. Era como nosso lugar especial agora, um refúgio em meio ao caos das Olimpíadas. Estar com ele ali, longe das pressões e dos olhares do mundo, me fazia sentir livre. Era como se estivéssemos em uma bolha, só nós dois.

Enquanto esperava sua resposta, fui até o vestiário tomar um banho rápido. A água quente corria pelas minhas costas, relaxando os músculos que estavam tensos depois do treino. Me peguei pensando em como tudo tinha mudado tão rápido entre nós. Há apenas algumas semanas, Jungkook era apenas mais um atleta de renome, alguém que eu admirava de longe. Agora, ele era muito mais que isso. Ele estava se tornando uma parte importante da minha vida.

Mas, ao mesmo tempo, algo me incomodava. Eu sentia que, mesmo quando estávamos juntos, havia uma parte dele que estava distante. Eu podia ver o jeito que seus olhos mudavam às vezes, como se estivesse carregando um fardo que não queria compartilhar. Será que era por minha causa? Será que, de alguma forma, eu estava complicando as coisas para ele? Ele tinha um nome a zelar, e talvez se envolver comigo durante as Olimpíadas não fosse a melhor ideia.

Saí do banho e me olhei no espelho, meus cabelos ainda molhados caindo sobre os olhos. De repente, me senti vulnerável. Jungkook havia me confessado que estava se apaixonando por mim, e eu sabia que sentia o mesmo. Mas por quanto tempo isso poderia durar? Nossas vidas eram tão diferentes, e logo voltaríamos para nossas rotinas, nossos compromissos. Será que conseguiríamos continuar assim?

Enquanto enxugava o cabelo, ouvi meu telefone vibrar. Era Jungkook.

"Estou a caminho."

Eu sorri ao ler a mensagem. Ele sempre sabia como me fazer sentir melhor, mesmo sem saber o que estava se passando na minha cabeça. Talvez eu estivesse me preocupando demais. Afinal, estávamos apenas começando, e tudo ainda era tão novo. O melhor que eu podia fazer agora era aproveitar o momento e deixar o futuro para depois.

Terminei de me arrumar rapidamente e saí do ginásio em direção à Torre Eiffel. O vento fresco de Paris acariciava meu rosto, e eu sentia uma leveza no ar que contrastava com os pensamentos pesados que me rondavam. Caminhei pelas ruas movimentadas, observando as luzes da cidade começarem a brilhar enquanto o sol se punha. Havia algo de mágico em Paris à noite, e eu sabia que estar ali com Jungkook tornaria tudo ainda mais especial.

Quando cheguei à Torre Eiffel, o lugar estava repleto de turistas e moradores locais, todos aproveitando a noite parisiense. Mas, em meio à multidão, meus olhos imediatamente encontraram Jungkook. Ele estava encostado em uma grade, me esperando. Aquele sorriso que eu tanto adorava surgiu em seu rosto assim que ele me viu.

— Hey! — Ele me chamou, acenando de longe.

Me aproximei dele com o coração acelerado. Não importa quantas vezes o visse, sempre era como se fosse a primeira vez. Algo sobre Jungkook simplesmente me desarmava.

— Você chegou rápido. — Comentei, parando ao lado dele.

— Não quis perder tempo. — Ele sorriu, e eu não consegui deixar de retribuir.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, apenas apreciando a vista da cidade. As luzes da Torre iluminavam o céu acima de nós, e o burburinho das pessoas ao redor se misturava ao som distante do trânsito. Mas, mesmo com tudo aquilo acontecendo, era como se estivéssemos sozinhos naquele momento.

— Como foi o treino? — Ele perguntou, rompendo o silêncio.

— Foi bom. Melhor do que eu esperava, na verdade. — Respondi, olhando para ele. — E o seu?

Jungkook hesitou por um momento antes de responder.

— Foi... intenso. Meu treinador acha que estou um pouco distraído.

Eu levantei uma sobrancelha, sentindo uma pontada de culpa no peito.

— Distraído? Por quê?

Ele riu suavemente, desviando o olhar por um instante.

— Bom, acho que você pode adivinhar o motivo.

Senti meu rosto esquentar. Eu sabia que ele estava falando de mim, e parte de mim queria rir da situação, mas a outra parte se sentia preocupada. Será que eu estava mesmo atrapalhando seu foco? Eu não queria ser um peso na carreira dele, muito menos nas Olimpíadas.

— Desculpa... — Comecei, mas ele rapidamente me interrompeu.

— Não, não é isso. — Ele disse, virando-se completamente para mim. — Jimin, você não tem nada a ver com isso. Quer dizer, sim, eu tenho pensado em você o tempo todo, mas isso não é uma distração ruim. Na verdade, você me dá força. Mas... ao mesmo tempo, eu sei que tenho responsabilidades aqui. E às vezes me pergunto como vou equilibrar tudo isso.

Eu podia ver a sinceridade nos olhos dele, e aquilo me tocou profundamente. Jungkook sempre foi tão dedicado, tão focado em tudo que fazia, e agora, estar comigo parecia estar desafiando essa dedicação. Mas eu entendia o que ele estava tentando dizer. Eu também sentia a mesma coisa. Manter esse equilíbrio entre o que sentíamos e nossas obrigações era uma linha tênue para caminhar.

— Eu também tenho pensado muito nisso. — Confessei, cruzando os braços, sentindo o vento mais frio da noite começar a soprar. — Mas acho que a gente só precisa aprender a lidar com isso juntos. Nossas vidas são cheias de pressões, mas isso não significa que a gente não possa... encontrar um jeito.

Jungkook sorriu, e eu soube que minhas palavras tinham acertado em cheio.

— Eu também acho. — Ele disse, suavemente, como se estivesse aliviado por ouvir aquilo.

Ficamos em silêncio novamente, apenas absorvendo o momento. A cidade de Paris ao nosso redor, a magia da noite, e nós dois, tentando entender o que estava acontecendo entre nós. Era como se estivéssemos caminhando em um fio de navalha, equilibrando nossas carreiras e esse sentimento novo que estava crescendo entre nós.

Depois de um tempo, Jungkook se virou para mim, mais sério desta vez.

— Jimin... eu sei que nossas vidas vão mudar depois dessas Olimpíadas. Voltaremos para nossas rotinas, nossas responsabilidades. Mas eu quero que você saiba que, não importa o que aconteça, eu estou disposto a tentar. Eu quero fazer isso dar certo.

Meu coração apertou no peito. Ouvir aquelas palavras significava tudo para mim. Eu sabia que ele estava certo. As Olimpíadas eram uma bolha temporária, e logo, a realidade nos puxaria de volta. Mas, ao mesmo tempo, saber que Jungkook queria fazer isso funcionar, que ele estava disposto a enfrentar o que viesse, me deu uma coragem que eu não sabia que precisava.

— Eu também quero isso. — Respondi, minha voz baixa, mas cheia de convicção. — Vamos descobrir como fazer dar certo.

Ele sorriu novamente, e antes que eu pudesse pensar em qualquer outra coisa, ele se aproximou e me envolveu em um abraço. Não era um abraço qualquer. Era um abraço cheio de promessas, de esperança. De algo maior do que nós dois.

Ficamos assim por um tempo, apenas nos segurando, enquanto o vento da noite dançava ao nosso redor. Naquele momento, percebi que, por mais incerto que fosse o futuro, eu estava pronto para enfrentá-lo. Com Jungkook ao meu lado, eu sabia que poderíamos superar qualquer obstáculo.

E, por enquanto, isso era tudo o que importava.

Olimpíadas do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora