Capítulo 23

94 13 116
                                    

— Ai, que nervoso — Encaro a mão de Aoi na maçaneta.

— Relaxa, vocês nem brigaram — Ela olha para trás e dá uma risadinha — É só vergonha, mesmo.

— Parecem duas crianças — Yashiro complementa.

— Em que mundo crianças quase se beijam? — Questiono — No meu, não.

— Você entendeu — Com isso, Aoi abre a porta, e Yashiro vai atrás me empurrando para fora.

Quando passo meus olhos para a sala, os dois estavam sentados no chão, de cabeça baixa, em completo silêncio. Nós fomos chegando mais para perto, e... eles estavam jogando Uno?

Ambos percebem nossa presença, mas claro, Amane foi o único que olhou para nossa direção. Nós estávamos encarando eles com confusão, por que eles estavam jogando Uno?

— Foi meu jeito de distrair ele, me deixa — Ele acena para nós.

— Compra uma, você falou quando tinha um sete aparente — Kou pega uma carta e joga na cara do amigo.

— Vagabundo, e você também falou — Ele ganha outra carta na cara, e, ao invés de ser burro e reclamar com palavras, ele mostra o dedo do meio.

Amane joga uma carta, que cobre o sete, e, então, volta a falar.

— Agora pode — Ele avisa Kou antes de conversar conosco — E aí?

Dou de ombros.

— Legal — O garoto ironiza minha resposta. Ele, depois, tira o baralho da mão do Kou, que fica confuso — Sentem aí, joguem também.

Amane começa a embaralhar as cartas, e nos nós sentamos. As garotas literalmente abriram espaço para mim sentar do lado de Kou, o que foi um pouco embaraçoso.

Assim que me sento ao seu lado, abro um fraco sorriso envergonhado, e ele faz o mesmo, quebrando o contato visual logo em seguida. Isso nos gerou olhares de nossos amigos, que rirem entre si, e conseguiram, também, arrancar uma risada sincera minha e de Kou.

Amane distribui as cartas para todos, dando sete para cada pessoa. Yashiro puxa uma carta do monte para iniciar a partida, e Aoi se oferece para ser a primeira a jogar.

O jogo se iniciou com um cinco vermelho, que, em algumas rodadas, foi trocado para um três verde. No meu baralho, a única cor que me faltava era azul, então, não estava em apuros por enquanto.

(...)

— Compra dois — Amane joga.

— Mais dois — Yashiro empurra para Aoi.

— Mais dois de novo — Ela coloca a carta.

— Mais quatro — Jogo para Kou.

Ele da uma risadinha e joga mais um mais quatro, no final, todas as cartas foram para Amane comprar.

— Do que adianta eu ainda jogar, agora, meu Deus? — Ele disse enquanto comprava as quatorze cartas.

— Nada, não tem como você vencer — Aoi responde.

— Valeu pelo apoio.

— Que cor, Kou? — Yashiro questiona ao olhar para o monte no meio da roda.

— Amarelo.

A garota compra uma carta, e, como não conseguiu nada, sua vez é passada para Aoi, que joga um zero da cor escolhida. Como eu gosto do caos, decido colocar um sete para para todos tentarem não falar nada.

Kou joga outro sete para continuar com a brincadeira de não falar, e Amane, que tinha tanta carta que dava pra montar uma casinha para um quarto porquinho, coloca dois bloqueios, um amarelo e outro verde.

Mitsukou Highschool (AU!)Onde histórias criam vida. Descubra agora