Capítulo 14

92 11 88
                                    

— Atira logo, isso tá ficando estranho — Digo após o terceiro minuto que estamos conversando enquanto tem uma arma apontada no meu peito.

Ele da um sorriso que não consigo visualizar direito, já que está escuro. Ele olha por cima de minha cabeça, e, depois de dois segundos, me dá um tiro. Logo após isso, a área se ascende e apita "final de partida", indicando que o tempo havia acabado.

— Sério? — Eu pergunto enquanto ele levanta — Você esperou a partida acabar para atirar em mim?

— Isso aí — Ele oferece sua mão para me ajudar a levantar.

— E por quê, exatamente? — Aceito sua ajuda.

— Porque eu quis, mesmo — Agora, com as luzes acesas, eu podia ver seu lindo sorriso com as presas, onde ele jogou sua cabeça de lado e fechou relativamente os olhos.

— Seu desgraçado.

(...)

A meia hora de LazerTag havia passado, e agora, todos estavam retirando seus coletes e pegando suas armas para devolvermos aos donos do local.

Kou estava um pouco suado e claramente cansado, acabou que, no final da última partida, foram todos contra um. Amane na torre e nos três correndo atrás dele.

Eu nunca vi esse moleque correr tanto na vida, já que tinham quatro pessoas atrás dele em todo momento. E ainda por cima, só conseguimos tirar duas vidas dele, ou ele é bom, ou nós somos incrivelmente ruins.

Possivelmente as duas opções estão certas.

No final, acabamos por nem ir no parque das camas-elásticas, já que estávamos exaustos. Pegamos nossas coisas e compras no armário, logo depois, saímos do local. Para mim, foi bem divertido, para os outros, foi legal, para Amane, foi a melhor experiência que esse menino já teve. Eu juro, ele não conseguiu parar de falar a respeito da brincadeira.

— Vocês tem mais alguma ideia do que podemos fazer? — Yashiro questiona, mas todos já estavam cansados. Bater perna é deplorável de cansativo, e Kou, que correu quase uma maratona no LazerTag, 'tava quase vendo o menino Jesus de camarote.

Após conversamos um pouco a respeito, decidimos que seria melhor irmos embora, já se passavam das cinco horas da tarde e a viagem durava em torno de duas, o que resultaria em nossa chegada sendo umas sete, que já é bem tarde para mim que demoro um século só para me preparar para dormir.

Andando e conversando, as garotas acabaram por achar uma máquina de pegar bichinhos, aquelas de garra que são a própria farsa em objeto. Elas insistiram para esperarmos um pouco para que pudessem tentar pegar um animal de pelúcia, e eu, que já estava com a bateria social esgotada, não estava tão animado quanto elas.

De qualquer forma, eu fico junto das garotas na máquina, rindo de vez em quando sobre quão ruim a Yashiro era nesses jogos. Não era nem culpa da garra, ela errava completamente o bichinho.

— Passa pra lá, deixa eu mostrar como se faz — Tiro uma nota de dois reais da bolsa e coloco na máquina.

Eu acabo por mirar meu foco em um panda que estava perto da borda, ou seja, seria mais fácil de conseguir pegar ele, já que tinham chances dele cair para dentro do quadrado que indica que vencemos.

Obviamente, não consegui porquê as garras desses jogos são um cu. Eu testei mais duas vezes, até eu perder a paciência.

— Lixo de máquina, puta que me pariu — Mordo meu dedo para conter um berro.

Eu estava procurando outra nota para gastar atoa no jogo, já que eu sabia que não ia conseguir, até que sinto alguém extremamente perto de mim por trás.

Mitsukou Highschool (AU!)Onde histórias criam vida. Descubra agora