Elias tentou registrar o que estava vendo, mas logo se deu conta de que sua linguagem era insuficiente para descrever a complexidade e a majestade do que se revelava diante dele. Kor'valis não era apenas uma entidade; era uma força do cosmos, um ponto de convergência de leis físicas e metafísicas que transcendiam a compreensão humana, uma essência que pulsava com a energia das estrelas e o peso de eras inimagináveis.
A revelação da verdadeira forma de Kor'valis foi acompanhada por uma onda de conhecimento que inundou a mente de Elias. Era como se a entidade estivesse compartilhando uma fração de seu entendimento infinito, um vislumbre de verdades que transcenderiam as limitações do tempo e do espaço. Elias percebeu, com uma clareza aterradora, que a realidade que ele conhecia era apenas uma sombra de possibilidades muito mais vastas e complexas, um fragmento insignificante de um padrão cósmico em constante mutação.
No entanto, esse conhecimento veio com um preço. A mente humana não foi feita para suportar tais verdades, e Elias sentiu sua sanidade começar a deslizar para o abismo. Vozes, que antes eram sussurros distantes, agora gritavam dentro de sua cabeça, cada uma clamando em uma língua esquecida pelo tempo, carregando ecos de civilizações perdidas que se haviam rendido ao mesmo destino que ele agora enfrentava.
À medida que o alinhamento chegava ao fim, a manifestação de Kor'valis começou a desvanecer, dissolvendo-se lentamente de volta ao cosmos, como fumaça levada pelo vento. Elias, agora uma casca do homem que ele havia sido, caiu de joelhos, lágrimas escorrendo por seu rosto enquanto se via tomado por uma mistura de terror e êxtase, chorando e rindo ao mesmo tempo, enquanto o último fio de luz celestial se retirava da caverna, deixando um vazio gelado em seu coração.
Quando o amanhecer chegou, Elias não era mais um astrônomo em busca de conhecimento; ele havia se transformado em um verdadeiro adorador de Kor'valis, consumido por um desejo insaciável de espalhar a verdade cósmica que agora dominava seu ser. A Caverna das Estrelas, uma vez um local de descoberta científica e curiosidade intelectual, tinha se tornado seu templo, e Elias, seu primeiro sacerdote, imbuído de um propósito inabalável em meio à insanidade.
Com a mente agora perdida para o desespero, mas o coração transbordando de uma missão cósmica, Elias preparava-se para receber os próximos buscadores de verdades estelares. Ele se tornaria o guia para aqueles que se atrevessem a trilhar o mesmo caminho de revelação e desespero que ele havia percorrido, aqueles que, como ele, buscariam respostas para perguntas que nunca deveriam ter sido feitas.
A história de Kor'valis continuaria, eterna e imutável, ecoando através das estrelas, à medida que novos devotos se unissem ao culto da verdade e do horror que a entidade representava. Elias, agora um portador de um conhecimento que o desfigurara, se tornaria a voz do cosmos, um eco do chamado primordial que ressoava nas profundezas do universo, enquanto a caverna aguardava em silêncio, pronta para revelar seus segredos mais obscuros a quem estivesse disposto a ouvir.