057 ♡ 2MINJEONG

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De alguma forma, na noite anterior, Seungmin acabou sendo convencido a dormir na casa de Minho. O que não era de fato um fato chocante, uma vez que era impossível negar qualquer coisa para Jeongin quando ele jogava a carta dengoso no meio.

Também não era algo estranho, já que os amigos vinham no combo de Felix e Jisung, não demorando a formar um grande grupo para as partes separadas. Assim, com as saídas grupais, todos acabaram se aproximando cada vez mais, dividindo camas, sofás ou até mesmo tapetes após uma noite de bebedeira e festa.

Por isso, quando os três saíram do carro de aplicativo na noite passada, não foi incomum que seguissem o espaço que quisessem, com o quase casal adentrando o banheiro do quarto do Lee, enquanto Seungmin seguia para o do corredor, pulando dentro de uma calça de moletom do mais velho e uma camisa folgada.

O Kim não era alguém que gostava de muito contato físico - o que era um contraste enorme com o melhor amigo, que amava abraçá-lo sempre que podia —, mas não podia que algumas noites sentia falta de um aconchego. Por esse motivo, ele seguiu em direção ao quarto de Minho, se jogando ao lado dos amigos enquanto ria junto a Jeongin da facilidade que o mais velho adormeceu no momento em que deitou a cabeça no travesseiro.

De todos do grupo, os três podiam ser definidos como aqueles que acordavam mais cedo, assim, quando o dia raiou, não foi surpresa acordar e não encontrar o Lee na cama ou Jeongin passeando pelo celular, não reclamando do braço servindo de travesseiro para Seungmin.

Eles levantaram momentos depois, realizando as rotinas matinais e seguindo para o sofá, colocando Harry Potter de fundo enquanto decidiam o que comer.

— O tanto que a grifinória só é do jeito que é por ser a casa do protagonista é algo — Jeongin falou.

— Todo mundo que é da grifinória é modinha — o Kim complementou.

Podia-se dizer que era quase como um ritual dos dois sempre que estavam juntos, o plano quase nunca mudava: assistir Harry Potter, falar mal da grifinória, reclamar das partes modificadas ou cortadas e comer McDonald's - o que acabou sendo a pedida para café daquela manhã.

— Nunca vou me conformar que tiraram o beijão que a Gina dá no Harry no meio de todo mundo, minha menina de atitude merecia mais — o Yang reclamava, fazendo o outro rir — Tá rindo de que, panaca?

— É que você fica uma gracinha quando está bravo — o Kim respondia entre risos — Ao invés de dar medo, só dá vontade de apertar todinho.

— E não aperta por que? Sou todinho seu — o mais novo brincou, se inclinando para o espaço dele.

Seungmin apenas riu soprado, bagunçando levemente o cabelo já bagunçado do Yang.

— Nunca sei se você está falando sério ou não.

— Se for para te beijar, eu estou sempre falando sério — Jeongin respondeu, rindo da expressão do outro.

— Está vendo? — suspirou — Você fala essas coisas e depois começa a rir.

— Meu caro Seungmin, toda brincadeira tem um fundo de verdade — ele colocou a face mais séria que conseguia.

— Então toda a brincadeira de querer me beijar, é na verdade real?

— Depende — inclinou levemente a cabeça.

— Do que?

Jeongin suspirou, sentando de frente para o mais velho no sofá e cruzando as pernas enquanto o encarava seriamente - algo raro de se ver.

— O teu lance com a Karina é namoro sério, fica ou o que? — ele perguntou.

— Meio que a gente não se rotula, mas temos quase que um relacionamento aberto — Seungmin começou a explicar — Passamos tanto tempo fingindo que não existia nada além de amizade, que agora temos medo de colocar um rótulo e acabar com tudo.

— E isso funciona?

— Funciona — ele sorriu docemente — Ela fica com quem quiser e eu também, mas quando a gente quiser, sentir vontade e saudade sempre vamos estar ali um para o outro. No final, somos a prioridade um do outro e não escondemos nada, sabe? Estamos criando uma relação à base de clareza, testando os ares antes de firmar algo.

— Não entendo essas relações evoluídas dessa nova geração — Jeongin suspirou dramaticamente, balançando a cabeça de um lado para o outro em negação.

— Nosso beijo depende de mais alguma coisa ou eu posso simplesmente te beijar? — Seungmin sorriu ladino, se aproximando do mais novo e acariciando sua bochecha.

Após o questionamento, não demorou muito mais para que o Yang levasse uma mão para trás do Kim, segurando-o pelo pescoço enquanto iniciava um beijo faminto, como se encontrasse água após muitos dias no deserto, cravando mais e mais, até que apenas beijar não fosse suficiente e as mãos começassem a explorar os corpos.

Durante o beijo, Seungmin acabou puxando Jeongin para seu colo, quebrando o ósculo apenas quando o ar se fez rarefeito, começando a depositar beijos e mordidas provocantes no pescoço dele, ganhando leves suspiros em resposta.

Jeongin estava se sentindo nas nuvens, completamente inebriado pelos toques e beijos do outro, derretendo quase completamente em seus braços. Quando um gemido suave escapou de seus lábios, ele abriu os olhos levemente, se deparando com Minho parado na porta observando a cena quase hipnotizado, sem conseguir desviar o olhar.

Sorrindo ladinamente para o mais velho, o Yang puxou o rosto de Seungmin novamente, juntando seus lábios outra vez enquanto encarava o Lee durante todo o ato, fazendo questão de soltar estalos e suspiros altos, sabendo exatamente como desarmá-lo e tê-lo nas mãos.

Toda aquela cena era fodidamente quente e hipnotizante para Minho, que não sabia se conseguiria forças suficientes para se mover do lugar onde estava ou apenas para desviar o olhar do que acontecia à sua frente.

Quando o beijo foi findado mais uma vez, Jeongin levantou uma mão em direção ao mais velho, chamando por seu nome ao mesmo tempo em que Seungmin virava a cabeça e finalmente reconhecia sua presença, não demorando a oferecer um sorriso e apontar para o lado com a cabeça.

Diante do pedido silencioso, o corpo do Lee pareceu ganhar vida própria, se movendo automaticamente para o sofá e pegando a mão que lhe era oferecida.

— Porra... — exclamou ao passear com o polegar pelos lábios avermelhados e inchados do mais novo, causando riso nos outros dois.

O Yang tinha uma expressão perigosa no rosto, uma que Minho conhecia completamente todas as facetas, uma que Seungmin só havia visto de relance, mas que entendia a intenção de seus atos quando este levantou do seu colo e foi para o de Minho, aproximando seus rostos quase torturantemente devagar, agraciado pela falta de reação do mais velho, que aguardava cada ação sua, até que finalmente sentiu o contato da boca macia contra a sua.

Seungmin encarava mesmerizado o contraste com o qual o Lee era beijado, não que não conhecesse a forma que ele beijava - conhecia até bem demais -, mas era um território completamente novo presenciar a junção dos dois, quando eles eram tão reservados e sutis em público, mas pareciam se encaixar e entender completamente em privado.

Uma mão descansou em sua coxa, apertando e o tirando do transe adentrado. Jeongin olhava de um para o outro, com uma implicação do que queria que fizessem e, bem, ele sempre conseguiria qualquer coisa deles, como sempre aconteceu.

Minho e Seungmin trocaram olhares cúmplices antes de juntar as bocas, sorrindo entre o beijo pelo suspiro que saiu dos lábios do Yang, que não demorou a marcar o pescoço do Lee, com a mão nunca deixando o corpo do Kim. 

A bolha criada se estendeu por um tempo considerável, onde os três se envolviam e se entregavam aos beijos e toques uns dos outros de forma livre, aproveitando da forma que podiam. E continuariam por mais tempo se a campainha não resolvesse tocar, fazendo com que se desvencilhassem enquanto Minho se recompunha e seguia para a porta, brigando no caminho de volta pela escolha de fast-food como a primeira refeição do dia.

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