HYUNSUNGLIX

055 ♡ BINCHAN

Dormir tarde da noite não era novidade para Changbin e muito menos para Chan, que virava noites e noites entre o último semestre atarefado da faculdade e as atribuições do estágio onde estava quase sendo efetivado. Mas, mesmo com todas as complicações da vida adulta, ele sempre se aconchegaria no Seo ao fim da noite, derretendo imediatamente nos braços do amado ao se entregar ao sono, respirando o aroma que tanto o deixava bem.

E assim, da mesma forma que sempre dormiam nos braços um do outro, acordar com beijos e carícias sendo distribuídos por todo o rosto já era de praxe para o casal.

— Acho que nunca vou cansar de acordar assim contigo — o menor disse, prendendo o amado entre os braços e beijando sua bochecha — Bom dia, meu amor.

— Espero mesmo que não, pois vamos passar o resto da vida acordando juntos assim — Chan respondeu, sorrindo carinhosamente — Bom dia, meu bebê.

— Tem algo para fazer hoje ou podemos passar o dia todinho assim? — o Seo indagou, a sonolência ainda presente na voz.

— Hoje sou todinho seu — o Bang levantou a cabeça do peito do namorado para conseguir encará-lo com uma falsa expressão sedutora e completamente brincalhona.

Changbin riu soprado da fala do amado, o prendendo ainda mais no braço antes de girá-los na cama e trocar a posição de ambos, sendo aquele aconchegado por cima.

— Gosto assim — imitou o sorriso do mais velho, selando levemente seus lábios antes de esconder o rosto no pescoço dele, inalando seu perfume e quase se entregando novamente ao sono.

Eles ficaram assim, aproveitando o calor e o conforto um do outro enquanto se preparavam para começar o dia, como na maioria dos dias nos quais a vida adulta não os cobrava responsabilidade, apenas os dois e todo o amor que podiam transmitir estando juntos, fosse em silêncio ou com algum desenho de fundo.

Hyunjin gostava de dizer que admirava muito a relação deles, pois era incrível como era sempre repleta do mais puro amor, transmitindo carinho, companhia e um sinônimo de casa para ele, um sentimento tão puro e verdadeiro que nem quatro anos de namoro conseguiu diminuir.

E nada realmente havia mudado ou diminuído, apenas sendo aprimorado cada vez mais na relação. Um era o porto seguro do outro, onde sempre podiam correr e se abrigar quando não estivessem bem, para compartilhar as alegrias, as tristezas, as conquistas, até as banalidades do dia a dia, com a certeza de que sempre estariam lá um para o outro.

Naquela manhã - mais para começo de tarde - não poderia ter sido diferente. Presos no enlace um do outro em um mundinho próprio de amor, conversavam sobre tudo e nada, aproveitando a preguiça do dia, até quando o celular do mais novo apitou.

— Hyune postou foto com Jisung — Changbin anunciou, mostrando a tela do aparelho com um enorme sorriso no rosto — Acho que ele está finalmente se abrindo e aceitando os sentimentos.

— Percebeu o jeito que os três estavam se olhando ontem? — Chan perguntou, com um sorriso terno nos lábios — Parecia ter tanto sentimento ali que até quem não conhece a relação poderia dizer que tem algo rolando.

— Espero que eles não se prendam e se permitam sentir tudo isso — suspirou.

— Lembra como Hyune veio falar com a gente quando começou a gostar do Felix? Ele parece estar com o mesmo brilho daquela época — o mais velho apontou, sorrindo nostálgico e com carinho.

— Nosso menino está crescendo, amor — o Seo fingiu fungar, levantando o rosto para encarar devidamente o namorado, recebendo um beijo no mesmo instante — Eles lembram a gente no começo do namoro — riu.

— Da gente fingindo que não gostava um do outro? — o Bang riu soprado.

— Lembra de como nos declaramos depois daquela festa? — riu ainda mais.

— Tua crise de ciúmes quando me viu beijando outra pessoa? — provocou, ganhando um olhar acusatório em resposta.

Changbin se afastou do namorado, girando na cama para deitar ao seu lado, cruzando os braços com um bico nos lábios.

— Crise de ciúmes a tua bunda! — ele rebateu, bufando — Não tenho culpa que tu é um canalha que passou a noite todinha me olhando para no final ficar com a Jennie!

Chan riu, seguindo as ações do namorado e se inclinando sobre ele.

— Você também ficou a noite toda conversando com o Wooyoung — ele apontou, com um sorriso brincalhão presente — Do nada umas mãos no joelho, sussurros no ouvido, apertos na bunda.

— Ele fazendo aquilo só para ver tua reação porque, segundo ele, você gostava sim de mim e só não sabia como se declarar — riu o Seo, lembrando das ações do dia citado — Saudade, Woo.

— Ele não estava de todo errado — Chan acompanhou na risada — Quando te vi saindo cabisbaixo e fui atrás te encontrando com os pés dentro da piscina e o olhar longe me deu uma dor tão grande.

— Você perguntando se eu estava bem e eu querendo te afogar na piscina. Saudades.

— Me destratou tanto que eu estava quase me afogando por conta própria — brincou, fazendo bico.

— Quando você  foi sentar do meu lado e eu emburrado dizendo para não fazer isso — riu baixinho — Ficamos nessa por um tempo até eu deixar escapar que não queria que ficasse porque não sabia se conseguiria me segurar e não te beijar enquanto você me olhava com cara de tacho.

Chan riu soprado, deitando a cabeça no ombro do namorado.

— Você se declarando na cara dura e queria que eu não quebrasse? — arrulhou — Já se viu no espelho? Um homem desses dizendo que queria me beijar, como que eu devia reagir?

Changbin levou uma mão para o queixo do amado, levantando para que voltassem a se encarar quando respondeu com um lindo sorriso nos lábios:

— Ainda bem que você sentou do meu lado depois de tudo — acariciou a bochecha do mais velho ternamente — Mesmo quando perguntei se tinha ouvido o que falei e você respondendo que era o motivo principal.

— Tenho cada pedaço daquela noite guardado na minha mente — Chan segredou em baixo tom, apenas para o namorado ouvir, mesmo que fosse apenas os dois naquele espaço — Dela e de todos os nossos momentos.

— Eu te amo tanto, sabia? — Changbin portava aquele sorriso que derretia completamente o coração do Bang, o deixando completamente entregue.

— Não mais do que eu, meu amor — Chan respondeu, abaixando levemente no espaço restante para colocar fim na distância entre suas bocas, expressando todo o amor correndo em suas veias para além das palavras.

Como sempre fizeram.

Como sempre fariam.