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Andando pelos corredores quase vazios da faculdade, Jisung sentia o cansaço lhe consumir cada vez mais. As noites atarefadas e mal dormidas dos últimos dias cobravam uma energia que o seu corpo cansado não tinha naquele momento, enquanto tudo o que sua mente conseguia pensar era no conforto da cama que mal estava conseguindo aproveitar.

Para piorar sua situação, os elevadores do prédio tinham parado pela enésima vez naquele mês, deixando a caminhada como sua única opção. Suspirando, ele se pôs a descer os três lances que os separava da praça de alimentação, onde poderia, assim como em todos os dias passados, buscar uma energia momentânea na cafeína. 

No último lance, quando já quase podia saborear o gosto da sua salvação, Jisung sentiu sua visão ficar turva e todo o peso de seu corpo esvaziar ao ponto de suas pernas quase cederem, tendo que se apoiar na parede mais próxima para tentar recuperar as forças e os sentidos que iam cada vez mais se distanciando, até que apenas o breu preencheu a sua visão.

Quando voltou a si, o Han não sabia por quanto tempo havia ficado inconsciente, onde estava ou muito menos nos braços de quem se encontrava, a única coisa que tinha consciência era do calor e do aroma agradável que lhe cercava.

Saindo da névoa mental, era possível ouvir uma voz não tão distante chamar por seu nome, e ele queria responder, mas sua voz simplesmente não encontrava saída. Ele reconhecia aquela voz, mas... a quem pertencia? Jisung não conseguia lembrar, mas era ela agradável e soava tão docemente em sua direção que ele podia imaginar ser algum de seus amigos.

— Ei, está me ouvindo? — a voz se tornava cada vez mais nítida — Aperta minha mão se conseguir me ouvir.

Repetindo as ações do que lhe foi dito, ele apertou a mão da pessoa, notando, pela primeira vez, que estava deitado no colo de quem o ajudava, com mãos gentis o segurando e acalmando.

— Okay, não está mais inconsciente — a pessoa continuou — Quer tentar levantar? Eu te ajudo, se apoia em mim.

E assim o Han fez, com a ajuda do - até então - desconhecido, ficando em pé enquanto se apoiava em busca de suporte

— Você é cheiroso — o Han, ainda meio grogue, deixou escapar, fazendo quem o segurava deixar um riso soprado escapar.

— Obrigado. Está melhor?

Finalmente recobrando os sentidos e abrindo os olhos, Jisung enfim percebeu quem o estava ajudado.

— 'Tô sim, obrigado pela ajuda — o menor respondeu, sentindo a timidez tomar conta de seu corpo ainda fraco.

— Tá bem mesmo? Não quer ir na enfermaria? Hospital?

— Não precisa, é só o cansaço — suspirou — faz dois dias que viro fazendo coisa da faculdade, só preciso dormir.

— E tu lá estuda? — a pessoa brincou, notando o leve rosado que tomava conta das bochechas do outro. 

— As vezes a faculdade me obriga e tira minha sanidade, mas pelo menos tenho café do meu lado — o Han riu baixinho.

— Acho que café agora não vai te ajudar, é melhor ir descansar — o tom que lhe era direcionado alimentava um calor gostoso no estômago do Han, que não sabia como reagir. Ele colocaria culpa no seu estado fraco.

— Só tenho mais duas horas de aula, — Jisung balançou a cabeça, se afastando do outro — já já acaba. Vou só pegar um café e voltar para a sala.

— Pálido do jeito que está? Não mesmo, você precisa descansar — o rapaz disse, puxando o mais baixo de volta para perto, o guiando para que começasse a andar junto consigo.

HYUNSUNGLIXOnde histórias criam vida. Descubra agora