A Guardiã do Fim~ Dean Winchester

Capítulo 10: Quer torta?

O sol mal havia surgido, mas Dean já estava acordado, sua mente agitada pelos eventos do dia anterior. A revelação sobre o pai de Ariella, Azrael, e a ressurreição de Morte ainda pesava em seus pensamentos, e ele sabia que Ariella também estava lidando com essa realidade. Apesar de sua força e arrogância, ela estava visivelmente abalada.

Ele desceu as escadas, encontrando Ariella sentada à mesa da cozinha, uma xícara de café nas mãos e o olhar perdido pela janela. Mesmo com sua expressão firme, Dean podia perceber o tumulto interno que ela escondia. Em sua mente, ele precisava fazer algo para distraí-la, dar a ela algum momento de normalidade, por mais difícil que fosse.

— Ei — ele disse, aproximando-se. — O que acha de darmos um tempo de toda essa loucura por um dia?

Ariella ergueu uma sobrancelha, curiosa. — E o que você tem em mente, Winchester? — perguntou com seu tom habitual de sarcasmo, embora ele pudesse ver uma leve faísca de interesse em seus olhos.

— Que tal irmos às compras? — sugeriu ele, sorrindo.

Ela soltou uma risada breve, surpresa com a ideia. — Compras? Sério? Essa é sua grande ideia para lidar com o Apocalipse?

Dean deu de ombros. — Bom, não podemos impedir o fim do mundo com estômagos vazios, certo? Além disso, ouvi dizer que você é boa na cozinha. Podemos fazer uma torta de chocolate quando voltarmos. Quem sabe você me ensina algum truque culinário celestial.

Ariella pareceu ponderar por um momento antes de ceder. — Ok, Dean. Vamos às compras. Mas se eu não me divertir, vou te transformar em um sapo. — Ela piscou para ele, claramente brincando, mas com aquele toque de poder que Dean sabia que era real.

Ele riu, já imaginando que, com Ariella, até mesmo as atividades mais mundanas poderiam se tornar uma aventura.

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No supermercado, Ariella se movia com graça e confiança pelos corredores, enquanto Dean tentava acompanhá-la. Ele observava enquanto ela inspecionava os produtos com um olhar crítico, como se estivesse decidindo entre salvar ou destruir o mundo ao escolher o melhor chocolate para a torta.

— Você leva essa coisa de compras muito a sério, hein? — Dean comentou, divertindo-se com a cena.

— Bem, se vou fazer uma torta, vai ser a melhor torta que você já comeu — respondeu ela, com um tom de desafio. — Além disso, eu não faço nada pela metade.

Dean percebeu a arrogância sutil em suas palavras, mas ao mesmo tempo, havia uma leveza em seu comportamento. Era como se, por um breve momento, ela tivesse deixado de lado a pesada responsabilidade que carregava, permitindo-se aproveitar algo simples.

Eles passaram pelo caixa e seguiram de volta para o bunker, com sacolas cheias de ingredientes e uma inesperada sensação de normalidade entre eles.

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Na cozinha do bunker, Dean e Ariella começaram a trabalhar na torta. Ariella liderava, é claro, com sua confiança característica. Ela comandava cada etapa do processo com precisão, mas também com um toque de travessura.

— Não, Dean, não assim — ela corrigiu, segurando suas mãos enquanto ele tentava misturar os ingredientes. — Aqui, deixe-me mostrar como se faz.

Dean sentiu um arrepio quando as mãos dela tocaram as suas. Havia algo na proximidade que o deixava desconcertado, mas ele rapidamente disfarçou com um sorriso. — Se eu soubesse que você era tão mandona na cozinha, teria sugerido outra coisa — brincou ele, tentando aliviar o clima.

Ariella riu, seu sorriso irradiando um calor inesperado. — Só estou garantindo que você não arruíne minha obra-prima.

À medida que a tarde passava, os dois trabalhavam juntos de uma forma surpreendentemente natural. Entre risos e brincadeiras, eles iam se aproximando, sem perceber que aquele momento aparentemente trivial estava fortalecendo um laço entre eles. Era algo simples, mas ao mesmo tempo, profundamente significativo.

Em um momento, enquanto Ariella decorava a torta, Dean a observava de canto de olho, percebendo algo que ia além de sua beleza exterior. Ela era poderosa, arrogante, mas também profundamente leal e vulnerável, mesmo que ela raramente mostrasse esse lado.

— Sabe... — começou Dean, hesitante. — Acho que nunca imaginei que faríamos algo assim. Você e eu... fazendo uma torta.

Ariella parou o que estava fazendo, olhando para ele com um sorriso divertido. — Pois é, Winchester. A vida tem suas surpresas.

Ela se aproximou, seus olhos brilhando com um misto de travessura e algo mais profundo, algo que Dean ainda estava tentando entender. — Talvez não sejamos tão diferentes assim — ela disse, sua voz suave, mas com aquele toque familiar de arrogância. — Você e eu. Ambos prontos para lutar até o fim... e, quem diria, bons em fazer tortas.

Dean sorriu de volta, sentindo uma estranha conexão naquele momento. Havia algo crescendo entre eles, algo que ele sabia que não poderia ignorar, mas também algo que ainda não estava pronto para ser completamente revelado.

Eles terminaram a torta juntos, e quando finalmente a colocaram para assar, sentaram-se à mesa, o silêncio confortável entre eles. Dean não podia deixar de pensar no quão longe haviam chegado, e no quanto aquela mulher misteriosa e poderosa estava começando a afetá-lo de maneiras que ele nunca imaginou.

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Ao final do dia, quando a torta estava pronta e o aroma de chocolate preenchia o ar, Dean e Ariella se sentaram para provar o resultado de seu trabalho. Ele cortou uma fatia e a entregou a ela, observando enquanto ela dava a primeira mordida.

— Bem, o que achou? — perguntou ele, curioso.

Ariella olhou para ele, sorrindo de maneira enigmática. — Não está nada mal, Winchester. Nada mal mesmo.

Enquanto comiam em silêncio, uma sensação de calmaria os envolveu. Pela primeira vez em muito tempo, parecia que o peso do mundo havia desaparecido, mesmo que apenas por um breve momento.

E naquele instante, ambos sabiam que algo havia mudado entre eles, ainda que nenhum dos dois estivesse pronto para admitir isso em voz alta.