Capítulo 8: Fantasias de Fantasmas

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Era para ser apenas mais um caso, ou pelo menos era o que Dean e Sam achavam quando receberam a chamada misteriosa. Algum fã lunático os enganou, fazendo-os acreditar que havia algo sério acontecendo. Então, lá estavam eles, chegando a um hotel onde acontecia uma convenção de fãs... *deles*. Graças aos malditos livros de Chuck, "Supernatural" tinha se tornado uma série cult, e agora, centenas de pessoas estavam ali, vestidas como Sam e Dean, encenando suas próprias caçadas.

— Eu não acredito nisso — Dean murmurou, passando os olhos pelo saguão, onde dúzias de "Sams" e "Deans" se misturavam. — Isso é um pesadelo.

Sam suspirou, já acostumado a situações ridículas como essa, mas mesmo assim não menos frustrado.

— Isso é surreal, Dean. Chuck não devia ter publicado mais livros.

— Não me diga! — Dean respondeu, cerrando os dentes.

E como se a situação não pudesse ficar pior, uma gargalhada conhecida ressoou pelo saguão, fazendo os dois irmãos virarem-se ao mesmo tempo. Lá estava ela: Ariella Mortis, encostada na parede com um sorriso debochado, apreciando a cena como se fosse o mais divertido dos espetáculos.

— Ah, essa eu não podia perder! — Ariella zombou, cruzando os braços enquanto se aproximava com um ar de provocação. — Vocês em uma convenção de fãs de vocês mesmos. Isso é ouro puro.

Dean olhou para ela com uma mistura de frustração e exasperação.

— O que você está fazendo aqui, Ariella?

— Bem, eu estava entediada. E vamos lá, Dean, você sabe que eu *adoro* ver vocês desconfortáveis — ela respondeu, seu sorriso se alargando. — E essa situação... isso aqui é uma obra de arte!

Dean olhou para ela ainda mais indignado com a situação — Isso aqui não é brincadeira não!

—Cara, o mundo estaria perdido com tantos Sam e Dean assim— ela diz segurando a risada e olhando para Dean.

Dean tentava manter a pose de irritado mas um meio sorriso começava.a aparecer em seu rosto —Vou tomar isso como um elogio, gata.

Enquanto Ariella se deliciava com a confusão dos irmãos, a convenção seguia seu curso. Os fãs, todos fantasiados como os heróis de suas histórias favoritas, participavam de uma "caçada" de mentirinha, um RPG ao vivo, onde fingiam ser caçadores de monstros. Sam e Dean, já irritados o suficiente, foram até Chuck, que estava assinando livros no canto do salão.

— Chuck! — Dean gritou, furioso. — Por que você ainda está escrevendo essas porcarias?

Chuck, visivelmente nervoso, levantou as mãos em rendição.

— Eu... eu achei que vocês tinham aprovado, tipo, me deixado continuar! É... é o meu ganha-pão, pessoal!

Sam balançou a cabeça, descrente. Ariella observava de longe, claramente se divertindo. Para ela, tudo aquilo era ridiculamente irônico. Os irmãos Winchester, caçadores lendários, sendo venerados por um grupo de fãs que nem faziam ideia do que era realmente enfrentar o sobrenatural.

Mas, como se o universo quisesse adicionar mais uma camada de loucura à situação, algo estranho começou a acontecer. No meio da falsa caçada, os fãs começaram a sentir uma presença real. Um vento gélido atravessou o salão e, de repente, as portas do hotel se fecharam sozinhas. Luzes começaram a piscar, e o que antes era um jogo inofensivo, tornou-se algo mortalmente real.

Dean imediatamente percebeu a mudança no ar.

— Ah, droga... isso não é mais brincadeira.

Sam olhou para o irmão, confirmando o que ele temia.

— Temos fantasmas de verdade aqui, Dean.

Ariella, ainda com um sorriso no rosto, inclinou a cabeça para o lado, como se estivesse considerando o que faria.

— Oh, isso ficou interessante — disse ela, com um brilho nos olhos. — Acho que vou só assistir e ver como vocês se viram.

— Não, não, não — Dean respondeu, já se aproximando dela. — Eu sei que você gosta de brincar, mas dessa vez é sério. Tem gente de verdade aqui, gente que pode morrer. Então por que você não faz o que sabe fazer de melhor e acaba com esses fantasmas de uma vez?

Ariella fez uma careta teatral, revirando os olhos.

— Onde está a graça nisso? Exterminar os fantasmas com um estalar de dedos? Prefiro ver vocês em ação. Além disso, é bem mais divertido assim.

Dean bufou, visivelmente irritado.

— Isso não é um jogo, Ariella!

Ela sorriu, desdenhosa.

— Ah, para mim é sim.

Enquanto os irmãos tentavam lidar com Ariella, mais e mais manifestações sobrenaturais começaram a surgir. A atmosfera do hotel se tornava mais pesada, mais densa, e os fãs começaram a perceber que algo estava realmente errado. Os gritos ecoavam pelos corredores enquanto portas batiam e objetos eram lançados ao ar por forças invisíveis.

— Tá legal, o que diabos está acontecendo aqui? — Sam perguntou, tentando manter a calma no meio do caos.

Ariella finalmente apontou para o andar superior do hotel.

— Há muito tempo, esse lugar era um orfanato. Uma mulher louca matou quatro crianças no sótão. Ela ainda está por aqui, com suas vítimas. — Ela fez uma pausa, saboreando a tensão no ar. — Os corpos estão enterrados no cemitério no quintal. Queimar os ossos deve resolver o problema.

— E você não podia simplesmente ter dito isso desde o começo? — Dean perguntou, sem acreditar.

Ariella deu de ombros, despreocupada.

— Qual seria a graça disso?

Sem perder tempo, Sam e Dean correram para o sótão. Lá, encontraram o local onde a mulher havia mantido as crianças trancadas antes de matá-las. O ambiente era claustrofóbico, com marcas nas paredes e brinquedos velhos espalhados pelo chão empoeirado.

— Ok, isso é oficialmente sinistro — Dean murmurou.

Com a ajuda de Ariella, eles rapidamente confirmaram que os fantasmas estavam ligados aos corpos enterrados do lado de fora do hotel. Os irmãos correram para o cemitério, levando sal e gasolina. Enquanto queimavam os ossos, as manifestações sobrenaturais começaram a desaparecer lentamente. O hotel finalmente se acalmou, e os gritos cessaram.

Quando voltaram ao saguão, Ariella estava casualmente sentada em uma poltrona, como se tivesse assistido a um filme particularmente divertido.

— Bem, foi um bom show — ela comentou, piscando para Dean.

Dean não pôde evitar o cansaço na voz ao responder:

— Isso podia ter acabado mais rápido, mas não, você tinha que nos deixar fazer o trabalho sujo.

Ariella sorriu, levantando-se da poltrona.

— Exatamente. Vocês são os caçadores, afinal. Eu só estava aqui para garantir que vocês se divertissem.

Quando ela fez menção de desaparecer, Dean deu um passo à frente, impedindo-a.

— Não dessa vez. Entra no carro. Você vai com a gente.

Ariella arqueou uma sobrancelha, surpresa.

— Está me mandando entrar no carro, Dean?

— Estou. E desta vez, você não vai desaparecer antes que tenhamos uma conversa séria — Dean disse, determinado.

Ariella riu baixinho, mas pela primeira vez não discutiu. Com um suspiro divertido, ela acenou com a cabeça e seguiu os irmãos até o Impala. Assim que entraram no carro, Dean ligou o motor, e eles começaram a dirigir, o silêncio entre eles cheio de perguntas não respondidas.

O que viria a seguir? Eles não sabiam, mas com Ariella ao lado deles, sabiam que o caminho seria tudo, menos previsível.

E assim, o carro seguiu pela estrada, levando Sam, Dean e Ariella para o próximo destino desconhecido.

A Guardiã do Fim~ Dean Winchester Onde histórias criam vida. Descubra agora