Simone não teve tempo de pensar, os tiros ecoavam ao redor e sua única prioridade era tirar Soraya dali o mais rápido possível. Seu coração batia em desespero, mas sua mente estava focada na fuga. O carro ziguezagueava pela estrada enquanto ela tentava escapar da linha de fogo, mantendo-se o mais distante possível dos disparos. O som metálico das balas atingindo o carro era ensurdecedor, e cada curva que fazia parecia um passo mais perto da liberdade, ou da tragédia.
— Segura firme! — Simone gritou para Soraya, os olhos fixos na estrada.
Soraya mal conseguia respirar de tanto medo, o corpo tenso no banco ao lado, mas ela confiava em Simone, mesmo com o perigo se aproximando a cada segundo. Simone apertava o volante com força, virando bruscamente pelas ruas vazias, tentando despistar os atiradores. Cada curva parecia mais arriscada que a anterior, e a adrenalina a mantinha focada no caminho, mas algo estava errado. A dor latejante em seu ombro começou como uma pontada fraca, mas com o tempo, crescia.
Ela não deu atenção, não agora. Tudo o que importava era manter o carro em movimento, longe dos agressores. Sentia o suor escorrendo pela testa, o braço esquerdo mais pesado, mas ignorou. Sua prioridade era sair daquela emboscada, e a cada curva perigosa, ela acreditava que estava mais perto da segurança. As luzes da cidade começaram a surgir à frente e, finalmente Simone estacionou.
— Merda. — Simone praguejou.
A médica respirou fundo, aliviada, mas algo não estava certo. Soraya, ao seu lado, estava em pânico, e quando Simone olhou para ela, viu o desespero nos olhos da namorada.
— Soraya... está tudo bem... — Simone tentou acalmá-la, mas sua voz saiu mais fraca do que esperava.
Foi então que Soraya notou o ombro de Simone estava coberto de sangue assim como seu peito que escorria em abundância. O pânico em seu rosto se transformou em puro terror.
— Simone... — Soraya murmurou, sua voz tremendo. — Você... você levou um tiro!
Simone piscou, confusa, sem entender de imediato o que Soraya estava dizendo. Quando olhou para o próprio ombro, viu a mancha vermelha que se espalhava por sua blusa, o sangue escorrendo pelo braço. A dor que ela havia ignorado até agora explodiu de uma vez, e seu corpo começou a ceder ao cansaço e à perda de sangue que antes não era visível pela adrenalina.
— Merda... — Simone sussurrou, a cabeça girando, sua visão ficando turva.
— Não! Não, não, não! — Soraya gritou, lágrimas enchendo seus olhos enquanto segurava o corpo de Simone que tombava contra o seu tentando mantê-la acordada. — Fica comigo, por favor! — Dando leves batidinhas no rosto alheio.
Simone estava pálida, seus lábios sem cor, e Soraya sabia que a situação era grave. Tremendo, ela pegou o celular com as mãos trêmulas e ligou para Sanchez.
— Alô! — A voz do homem soou do outro lado, casual, como sempre.
— Sanchez! — Soraya gritou entre soluços, incapaz de controlar o choro. — A Simone... ela levou um tiro! — Soraya olhou para os lados notando a fachada do hospital — Estamos na frente do hospital, pelo amor de Deus... Me ajuda.
— O quê? Merda! Eu estou indo agora! — Sanchez gritou do outro lado da linha.
Soraya jogou o telefone no banco e voltou sua atenção para Simone, segurando seu rosto pálido com delicadeza, as lágrimas ainda rolando por suas bochechas.
— Fica comigo, amor... — Soraya implorou — Você vai ficar bem, eu prometo.
Simone sorriu fracamente, os olhos se fechando.
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Todas As Estrelas Que Habitam Em Nós - [Simone x Soraya]
FanfictionNa dança da vida, somos constelações de sonhos e possibilidades, cada um carregando todas as estrelas que habitam em nós.